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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-10-2016

    SECÇÃO: Desporto


    No âmbito das Comemorações do Seu 75º Aniversário...

    CPN mostrou que mais do que um clube é um símbolo incontornável da Cidade de Ermesinde

    Mais do que uma enorme festa "este" foi um momento onde foi possível testemunhar a vitalidade e dimensão gigantesca daquele que é indiscutivelmente um dos grandes símbolos da cidade de Ermesinde, o CPN. Uma constatação que foi possível extrair do fim-de-semana (1 e 2 de outubro), altura em que o prestigiado emblema da nossa freguesia levou a cabo dois pomposos apontamentos no sentido de dar início aos festejos do seu 75º aniversário.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    primeiro momento ocorreu no primeiro dia do mês, precisamente o dia em que o CPN soprou as 75 velas, tendo a Direção em conjunto com a Comissão das Comemorações deste 75º aniversário organizado uma Gala Desportiva no Pavilhão Municipal de Ermesinde. O evento serviu acima de tudo para mostrar aos cidadãos que ali se encontravam daquilo o que é feito o clube, isto é, evidenciar algumas das secções e respetivas equipas, bem como os atletas, treinadores e dirigentes que lhe dão vida. Ainda antes de se proceder ao desfile de equipas e atletas, o presidente da Direção do clube aniversariante, Rui Moutinho, agradeceu a presença de todos, em especial aos muitos pais de atletas que se encontravam na bancada, que nas palavras do dirigente máximo cepeenista são incansáveis e estão sempre prontos a apoiar os seus filhos nas atividades que estes desenvolvem no clube. Numa pequena viagem ao passado recordou um ou outro capítulo de um clube que em 1941 nasceu nas margens do Rio Leça, um clube que hoje enfrenta dificuldades, «estamos conscientes disso, mas também estamos conscientes de que todos juntos vamos levar o clube mais longe», vincou Rui Moutinho.

    Em seguida foram entrando uma a uma no pavilhão as equipas pertencentes à secção de andebol, de basquetebol, da natação (equipa de cadetes), do karaté, da pesca desportiva e das danças de salão. Finalizado o desfile foi altura de eternizar o momento com uma foto de família. Posto isto, foi altura de serem cantados os "parabéns a você" ao CPN, para em seguida as secções de karaté, dança, basquetebol e andebol levarem a efeito pequenas demonstrações das suas respetivas atividades.

    O segundo apontamento alusivo a estas comemorações aconteceu na noite de 2 de outubro, no Fórum Cultural de Ermesinde, que foi palco da Sessão Solene das comemorações deste 75º aniversário. O momento contou com a presença de muitos e ilustres convidados, entre outros o Adjunto do Secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Nuno Laurentino, ou dos presidentes da Câmara de Valongo e da Junta de Freguesia de Ermesinde, respetivamente José Manuel Ribeiro e Luís Ramalho. Além destas figuras foi possível vislumbrar numa sala repleta, membros das assembleias municipal e de freguesia, membros dos executivos camarários e da Junta, inúmeros representantes das associações e coletividades da cidade, associados, atletas, ex-atletas, treinadores, funcionários e dirigentes do clube.

    Depois de aberta a sessão com um apontamento de dança protagonizada pela mais recente secção cepeenista, a escola de Dança José Torres, foi exibido um pequeno documentário da autoria de Pedro Mota (da Comissão das Comemorações deste 75º aniversário) que trouxe ao presente algumas imagens do glorioso e saudoso passado do clube, imagens das antigas sedes, de antigos atletas e equipas, das muitas modalidades que a coletividade abraçou ao longo destes 75 anos de vida, em suma, momentos que fizeram do CPN um motivo de orgulho para todos os ermesidenses e que fizeram deste um dos maiores clubes nacionais, como fez questão de sublinhar a speaker de serviço.

    RUI MOUTINHO

    PEDE MAIS APOIOS

    PARA O CLUBE

    Foto ALBERTO BLANQUET
    Foto ALBERTO BLANQUET
    Posteriormente a este desfiar de memórias, a este recordar de 75 anos de vitórias e amizades, conforme foi vincado no documentário, foi constituída a mesa de honra da sessão, sendo então chamados ao palco Rui Moutinho (presidente da Direção do CPN), Diomar Santos (presidente da Assembleia Geral do clube), Luís Ramalho, José Manuel Ribeiro e Nuno Laurentino.

    Diomar Santos seria o primeiro a usar da palavra, começando por frisar a honra e o privilégio de intervir neste importante momento da vida daquele que é o seu clube, recordando que ao longo destes 75 anos de existência os associados cepeenistas assistiram a muitas outras comemorações, a muitas alegrias, mas também a muitas tristezas. «Mas mesmo nos maus momentos o CPN teve a capacidade de resistir, de lutar e encontrar soluções de viabilidade, ressurgindo sempre com o entusiasmo de um clube renascido sempre a pensar na juventude, no desporto e na formação», disse.

    A segunda intervenção da noite pertenceu ao presidente da Direção cepeenista, Rui Moutinho. O dirigente começou por fazer uma viagem ao passado, até 1941, ano em que 20 amigos fundaram o CPN. Recordou as outrora cristalinas águas do (rio) Leça, o mesmo Leça onde o CPN nasceu, onde foram disputadas as primeiras provas de natação do clube e onde nasceram os primeiros campeões. Rio Leça hoje bem diferente daquele onde o clube deu os primeiros passos, conforme recordou, um Leça hoje moribundo, nas suas palavras, e a precisar urgentemente da intervenção de todos, políticos e cidadãos comuns, na tarefa de que os jovens atuais possam voltar a viver o rio como os antigos o viveram, frisou em jeito de apelo. Recordou nomes lendários do clube, como Joaquim Lagoa, José Ribeiro, Faria Sampaio ou Álvaro Mendes. E no rol das recordações evocou a antiga sede do clube localizada junto à Estação Ferroviária, ponto de encontro diário da família cepeenista. Lembraria que com a inauguração do seu atual complexo desportivo, em 1999, o CPN iniciou uma nova fase da sua vida, uma fase que marcou os anos seguintes da coletividade, uma fase que coincidiu com as maiores crises da história do emblema. Crises provocadas pelos custos elevados provenientes da manutenção e gestão do complexo, custos demasiados grandes para um pequeno clube, conforme disse o atual presidente, acrescentando que em muitos desses momentos de crise «os outrora prometidos apoios do poder político depressa se esfumaram».

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    Elevados encargos financeiros que hoje se mantêm, conforme sublinhou, dando conta de que continua a ser com muita dificuldade que o clube gere todo o seu complexo. Nesse sentido, aproveitou a presença do poder político presente para lançar alguns alertas. «Apostem na formação da juventude apoiando quem tem a grata missão de a formar sem qualquer apoio estatal. O CPN está apto a complementar a formação desportiva da escola, mas para isso precisa de apoios para poder dar à população e aos jovens em particular uma formação desportiva». Neste aspeto ressalvou o reconhecimento nacional e internacional de que o CPN é merecedor precisamente pelo seu importante papel na formação e educação de jovens, apelando que é hoje preciso uma nova postura da sociedade e do poder político para que clubes como este continuem a cumprir este seu papel na sociedade. «O CPN está preparado para ocupar um espaço relevante na formação e no desporto e por isso o nosso apelo vai no sentido de que o Estado e a autarquia invistam na formação desportiva da nossa juventude criando espaços e apoiando os clubes. É necessário encarar todas as atividades desportivas e culturais do concelho não como um peso mas como um investimento, sem investimento não há futuro», disse no sentido de apelar ainda para a necessidade de serem criados novos equipamentos desportivos na cidade para responder não só aos desafios atuais como perspetivar o futuro, uma vez que, a seu ver, o atual Pavilhão Municipal de Ermesinde é insuficiente para corresponder às necessidades e solicitações de todos os clubes da freguesia.

    O RECONHECIMENTO

    DO PODER POLÍTICO

    LOCAL E CENTRAL

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    Foram muitos os elogios ao CPN proferidos pelos elementos afetos ao Poder Político Local e Central presentes na mesa de honra desta cerimónia. Para Luís Ramalho, o CPN é uma grande família, uma família com uma larga história, e com um papel incontornável na nossa cidade, um papel que nas suas palavras não se resume apenas à vertente desportiva, mas também à vertente cívica, já que ao longo dos seus 75 anos este clube ensinou milhares de jovens a crescer de forma saudável, a tornarem-se melhores cidadãos e dotados de capacidades para fazer face às ameaças da juventude. «Esse é também o papel dos clubes, e o CPN há 75 anos que nos vem mostrando que faz muito bem o seu trabalho. Este clube tem uma grande história, e não precisamos de ir para fora para poder perceber que dentro da nossa cidade temos um clube do qual nos orgulhamos, e eu orgulho-me do CPN», disse o presidente da Junta que nesta sua intervenção recordou ainda algumas das figuras emblemáticas da história do clube, entre outros Álvaro Mendes, «que para mim foi uma lição de vida», alguém que viveu o CPN de forma muito intensa. Na reta final da sua intervenção, Luís Ramalho dirigiu-se a Rui Moutinho, dizendo-lhe que havia percebido o "recado" e que dentro das suas possibilidades a Junta de Freguesia de Ermesinde estaria disponível para ajudar o clube.

    Seguiu-se Nuno Laurentino, que ali estava em representação do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, que devido a outros compromissos de agenda esteve impossibilitado de marcar presença nesta sessão. Também ele um ex-atleta de alta competição, foi, a título de exemplo, nadador olímpico em 1996 e 2000, Nuno Laurentino começou por referir a sua familiaridade com o CPN, um clube com quem travou árduas batalhas no pólo aquático, modalidade em que o hoje membro do Governo também se notabilizou ao serviço do Algés e Dafundo. Frisou em seguida a importância de clubes como o CPN nas regiões, na formação e educação de jovens, e nesse sentido sublinhou que uma das atuais preocupações do Estado passa por articular da melhor maneira o Desporto com a Educação. Uma conciliação que, segundo Nuno Laurentino, não tem sido fácil. «Vivemos num país onde as áreas da Educação e do Desporto não nasceram articuladas. É cada vez mais difícil conciliar diariamente horários escolares, cada vez mais estrangulados, com a prática desportiva, alguma dela de alto rendimento. Se conseguirmos articular estas duas áreas concerteza que vamos fazer com que os atletas alcancem níveis superiores de competição, que consigam ter carreiras internacionais de sucesso», disse. Sublinharia a necessidade de as escolas não só libertarem os seus alunos para a prática de desporto nos clubes das suas regiões, como também que disponibilizem as suas infraestruturas, neste caso os seus pavilhões desportivos, para que a sua comunidade pratique desporto. A terminar, focou a necessidade de o Estado na sua vertente mais local, isto é, através dos Municípios, estar atento aos seus clubes, que os apoiem, pois dessa forma estarão a contribuir para o desenvolvimento dos seus concelhos.

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    O último convidado a intervir foi José Manuel Ribeiro. O edil valonguense recordou que há muitos anos conhece o clube, possuidor de uma história rica, como poucos. Deixou em seguida uma palavra de reconhecimento em nome da autarquia àquele que nas suas palavras é um gigante adormecido que vai ter condições para despertar. E com isto respondeu aos apelos feitos por Rui Moutinho no sentido de apoiar o clube, recordando, a título de exemplo, o início do seu mandato, altura em que a Câmara de Valongo ajudou o CPN a solucionar um velho e frequente problema que se afigurava como um obstáculo ao funcionamento das piscinas do clube, e que se prendia com a casa de máquinas da piscina, cujas constantes avarias provocavam cheias impossibilitando o funcionamento da infraestrutura. «Nós resolvemos esse problema, e a piscina nunca mais teve de ser encerradas», disse.

    Lembrou igualmente os investimentos com vista a melhorias realizados no Pavilhão Municipal de Ermesinde, que é utilizado em grande parte pelo CPN, em suma, obras que serviram para que o clube tenha hoje condições para desenvolver a sua atividade. Frisou que também a autarquia vive momentos difíceis em termos financeiros e que não é fácil construir equipamentos de raiz, mas que passo a passo os problemas vão sendo resolvidos, e que com isso o CPN tem novamente condições para voltar a ser o gigante que foi no passado.

    Na conclusão da sua intervenção o edil atribuiu ao CPN a Medalha de Valor Desportivo, o mais alto galardão da Câmara Municipal de Valongo.

    HOMENAGEM A

    ATLETAS, TREINADORES,

    EQUIPAS E SÓCIOS

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    Esta sessão solene foi ainda aproveitada pelo clube para prestar uma homenagem a muitos dos seus atletas, equipas, treinadores e associados mais antigos. As primeiras homenagens foram para as equipas e atletas que mais se distinguiram na temporada passada, mais concretamente para as equipas de minis e juniores/seniores da secção de andebol, que em 2015/16 conquistaram títulos regionais; para as equipas de basquetebol de sub-19 e de sub-14, pela conquista dos títulos distritais, sendo que esta última foi também campeã nacional da categoria; para Carlos Rodrigues, campeão do Mundo de karaté shukokai; a José Pereira, campeão regional de pesca desportiva; e a algumas basquetebolistas que atingiram a internacionalização.

    Momento alto da noite foi igualmente quando o clube homenageou alguns atletas, treinadores, dirigentes e funcionários pela dedicação que têm tido para com o clube. Receberam este galardão João Queirós, Ricardo Fonseca, Rui Maneca (todos eles ligados à secção de andebol), Andreia Caldas, Francisca Meinedo, Sofia Almeida (três atletas pertencentes à secção de basquetebol), Diogo Guincho e Tiago Guincho (ambos da secção de karaté), Joana Rodrigues, Luís Rato (dois elementos da natação), Alípio Almeida, Gary Campos, Steven Campos (três elementos da pesca desportiva), António Moura (o associado mais antigo, que nesta sessão foi representado pela sua familiar Augusta Moura); Manuel Salgado (carismático colaborador do CPN); e Luísa Paupério (ex-atleta e ex-presidente da Assembleia Geral).

    Em seguida subiram ao palco Agostinho Pinto (figura notável do clube ligado ao basquetebol) e Carlos Rodrigues (campeão do Mundo de karaté) para receber o galardão alusivo ao Reconhecimento pelo Elevado Valor Desportivo.

    Presentes nesta sessão estiveram igualmente elementos ligados à Federação Portuguesa de Basquetebol, à Associação de Basquetebol do Porto, à Associação de Andebol do Porto, à Federação de Andebol de Portugal e à Associação Regional do Norte de Pesca Desportiva, entidades estas que brindaram o CPN com uma lembrança pela pela passagem destes 75 anos de existência.

    Na parte final da sessão foram condecorados cerca de duas dezenas de associados com o emblema de prata do clube (pelo facto de terem 25 ou mais anos de associados), e cinco com o emblema de ouro (por terem completado 50 ou mais anos de associado).

    E como esta era uma festa de aniversário foram cantados por toda a plateia os tradicionais "parabéns a você" ao menino CPN, seguindo-se o bolo e o Porto de Honra no andar superior do fórum cultural.

    Por: Miguel Barros

     

     

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