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    Arquivo: Edição de 31-10-2016

    SECÇÃO: Destaque


    Zé Picolé instala-se no Mercado de Ermesinde com uma postura social

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    A ideia não passa só por obter lucros e desenvolver o negócio em si, mas em simultâneo dar a mão a quem conviva de perto com o flagelo do desemprego de média e longa duração. Esta frase poderá definir a ideia deste projeto de empreendedorismo social que desde 15 de outubro se encontra com uma unidade de produção no piso superior do Mercado de Ermesinde. Zé Picolé, é a designação desta empresa dedicada à produção de sorvetes de fruta, o famoso picolé, como são popularmente conhecidos no Brasil.

    E é precisamente este país a terra natal de Ricardo França, o mentor da ideia, cidadão natural de São Paulo que há 25 anos se encontra radicado em Portugal. Formado em Educação Física, Ricardo viu-se há quatro anos atrás a braços com o desemprego, e depois de algumas tentativas frustradas em encontrar uma nova saída na sua área de formação resolveu mudar de caminho, tendo enverdado pelo empreendedorismo, pela criação do seu próprio emprego. Não um empreendedorismo comum, mas um empreendedorismo social, há que sublinhar. Com a ajuda do Instituto de Empreendedorismo Social (IES) desenvolveu a sua ideia de negócio. "No fundo, a ideia passou por criar um negócio que respondesse a um problema social, uma ideia que visasse criar um forte impacto social, ajudar outras pessoas resolvendo um problema, neste caso em concreto o desemprego de média e longa duração", explica Ricardo França. Acrescenta ainda que a intenção não passa apenas por ajudar as pessoas com a criação de um posto de trabalho, mas ao mesmo tempo torná-las futuras empreendedoras, e claro, que ajudem a Zé Picolé a crescer, pois «quanto mais crescer a empresa mais pessoas vou poder ajudar a sair do desemprego», diz.

    Voltando um pouco ao início desta "história", a ideia de criar a Zé Picolé surgiu precisamente há quatro anos, e para além do já referido IES, Ricardo França recorreu ao Instituto de Emprego e Formação Profissional onde agarrou o Programa de Apoio para a Criação do Próprio Emprego. De lá para cá, Ricardo levou a cabo uma ou outra iniciativa de crowdfunding (financiamento colaborativo) no sentido de angariar fundos que lhe permitissem arrancar oficialmente com a Zé Picolé. Algo que aconteceu agora, em Ermesinde. E porquê Ermesinde? Ricardo França, que vive no Porto, explica que em conversa com os técnicos do Centro de Formação do Centro Social de Ermesinde, entidade por onde também passou enquanto desempregado, foi-lhe sugerida a hipótese do Mercado Municipal para sediar a sua empresa. O empreendedor fez então uma proposta à Junta de Freguesia de Ermesinde para arrendar um dos espaços situados no piso superior do edifício. A renda é acessível, o local é bem localizado e o espaço foi renovado, fatores que levaram Ricardo a inaugurar aqui a primeira unidade de produção da Zé Picolé. Sublinha que neste momento a empresa ainda se encontra em fase de arranque, a limar algumas arestas, esperando no entanto que no próximo verão a Zé Picolé se apresente em força no mercado. E por falar em mercado, neste momento a empresa tem já alguns postos de venda, nomeadamente em Matosinhos, S. João da Madeira, Barcelos e Porto. O objetivo passa, naturalmente, por alargar esses postos de venda, em empresas da área da restauração, escolas, hotéis ou na rua. Claro, que a partir de agora o picolé pode também ser adquirido na unidade de produção de Ermesinde, como refere Ricardo França, que ao longo destes quatro anos foi aprofundados os seus conhecimentos sobre a arte da picolateria, tendo inclusive realizado no ano passado uma formação no Brasil, país onde hoje existem já uma grande quantidade de empresas especializadas na comercialização do picolé, algo que em Portugal ainda vai dando os primeiros passos de forma residual. Com a abertura oficial da Zé Picolé, Ricardo França sonha criar uma empresa social, algo ainda pouco explorado em Portugal, mas também uma empresa em que o consumidor compre o picolé não só porque sabe que está a apoiar uma causa social, mas também porque o produto tem qualidade.

    Por: MB

     

     

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