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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2014

    SECÇÃO: Saúde


    Maior acesso ao tratamento da Hepatite C pode controlar a doença em Portugal

    Um novo estudo realizado em 15 países – incluindo Portugal – e publicado no “Journal of Viral Hepatitis” acaba de concluir que o aumento de 10% na média anual doentes tratados e curados com Hepatite C pode levar a uma redução substancial de 90% no total de população infetada até 2030. A percentagem anual de tratamento de doentes com Hepatite C encontra-se atualmente nos 2,2% do total de infetados.

    Utilizando novos modelos de projeção do impacto de uma doença, médicos especializados no tratamento da Hepatite C e envolvidos na aplicação do estudo em Portugal, concluíram também que o aumento substancial do diagnóstico e tratamento da doença no nosso país, permitirá diminuir a taxa de prevalência do vírus.

    «Este estudo demonstra que o diagnóstico e tratamento bem sucedidos de uma pequena parcela dos doentes pode contribuir de forma significativa para a redução dos grandes encargos com a doença em Portugal. A maior redução na morbilidade e mortalidade relacionadas com o VHC ocorre quando o tratamento é combinado com outras medidas e prevenção e deteção dos casos ainda não diagnosticados. Contudo, para Portugal esta situação requer um aumento de três a cinco vezes no diagnóstico e/ou tratamento, uma vez que o número de casos não identificados pode ser superior a 40 mil», explica Rui Tato Marinho, médico hepatologista, presidente do Colégio de Hepatologia da Ordem dos Médicos.

    O estudo demonstra ainda que o diagnóstico e tratamento bem-sucedidos pode contribuir de forma significativa para a redução dos encargos da doença em Portugal. A Hepatite C é a principal causa de transplante do fígado na União Europeia, sendo responsável por 62% de todos os custos de doença hepática em fase terminal associados aos transplantes. A hepatite C é responsável por cerca de 60% dos casos de cancro primitivo do fígado, um dos cancros de pior prognóstico, com sobrevivência inferior a 5% ao fim de cinco anos.

    Na Europa, os custos médicos totais anuais, por pessoa, no tratamento de complicações da Hepatite C (carcinoma hepatocelular, transplante do fígado e cirrose) são de 13 690€, 118 162€ e 12 196€, respetivamente. São estas complicações observadas pelas infeções da Hepatite C, que estão a aumentar com o envelhecimento da população, que tem maior impacto financeiro, elevando a importância da identificação e tratamento atempados do doente na redução dos custos para o sistema de saúde e para o próprio paciente.

    A Hepatite C é um problema de saúde pública nacional, europeu e mundial. É uma doença curável, com os novos medicamentos, em mais de 90% dos casos, apesar de apenas 3% das pessoas infetadas com o vírus terem real acesso ao tratamento. Em Portugal, surgem 1300 novos casos de Hepatite C todos os anos e, estima-se que a prevalência da doença seja superior a 100 mil pessoas. Destas, apenas 1/3, ou seja, cerca de 40.600 pessoas estão diagnosticadas. Os doentes com Hepatite C podem não revelar sintomas durante 20 a 30 anos, motivo pelo qual o diagnóstico é difícil de fazer, a não ser com análises específicas (anti-VHC). Mas, assim que os sintomas e o desenvolvimento de complicações graves se começam a evidenciar, no contexto de cirrose, cancro do fígado e insuficiência hepática, a evolução fatal pode ser muito rápida, em média ao fim de dois anos.

     

     

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