O adeus de António Ramos Rosa
No passado dia 23 de setembro de 2013 o poeta António Ramos Rosa despediu-se de nós em Lisboa e pousou o seu olhar sobre o rosto da terra.
Nasceu em Faro, a 17 de outubro de 1924, de seu nome António Victor Ramos Rosa, e foi também desenhador.
É um autor tardio, com o seu primeiro livro, “O Grito Claro”, a surgir em 1958.
No mesmo ano dá início à publicação da revista “Cadernos do Meio-Dia”, que em 1960 é encerrada por ordem da PIDE.
Opositor do regime salazarista, participou no MUD Juvenil.
Com uma obra plena de contraposições, em que se defrontam o silêncio e a palavra, o júbilo e o sofrimento, o sonho e a lucidez, António Ramos Rosa deu à luz dezenas de títulos:
1958 - O Grito Claro
1960 - Viagem Através duma Nebulosa
1961 - Voz Inicial
1961 - Sobre o Rosto da Terra
1963 - Ocupação do Espaço
1964 - Terrear
1966 - Estou Vivo e Escrevo Sol
1969 - A Construção do Corpo
1970 - Nos Seus Olhos de Silêncio
1972 - A Pedra Nua
1974 - Não Posso Adiar o Coração (vol.I, da Obra Poética)
1975 - Animal Olhar (vol.II, da Obra Poética)
1975 - Respirar a Sombra (vol.III, da Obra Poética)
1975 - Ciclo do Cavalo
1977 - Boca Incompleta
1977 - A Imagem
1978 - As Marcas no Deserto
1978 - A Nuvem Sobre a Página
1979 - Figurações
1979 - Círculo Aberto
1980 - O Incêndio dos Aspectos
1980 - Declives
1980 - Le Domaine Enchanté
1980 - Figura: Fragmentos
1980 - As Marcas do Deserto
1981 - O Centro na Distância
1982 - O Incerto Exacto
1983 - Quando o Inexorável
1983 - Gravitações
1984 - Dinâmica Subtil
1985 - Ficção
1985 - Mediadoras
1986 - Volante Verde
1986 - Vinte Poemas para Albano Martins
1986 - Clareiras
1987 - No Calcanhar do Vento
1988 - O Livro da Ignorância
1988 - O Deus Nu(lo)
1989 - Três Lições Materiais
1989 - Acordes
1989 - Duas Águas, Um Rio (colaboração com Casimiro de Brito)
1990 - O Não e o Sim
1990 - Facilidade do Ar
1990 - Estrias
1991 - A Rosa Esquerda
1991 - Oásis Branco
1992 - Pólen- Silêncio
1992 - As Armas Imprecisas
1992 - Clamores
1992 - Dezassete Poemas
1993 - Lâmpadas Com Alguns Insectos
1994 - O Teu Rosto
1994 - O Navio da Matéria
1995 - Três
1996 - Delta
1996 - Figuras Solares
Foram-lhe atribuídos os seguintes galardões:
- Prémio Fernando Pessoa, da Editora Ática (2º lugar ex-aequo), 1958 (Viagem através duma nebulosa);
- Prémio Nacional de Poesia, da Secretaria de Estado de Informação e Turismo (recusado pelo autor), 1971 (Nos seus olhos de silêncio);
- Prémio Literário da Casa da Imprensa (Prémio Literário), 1971 (A pedra nua)
- Prémio da Fundação de Hautevilliers para o Diálogo de Culturas (Prémio de Tradução), 1976 (Algumas das Palavras: antologia de poesia de Paul Éluard);
- Prémio PEN Clube Português de Poesia, 1980 (O incêndio dos aspectos);
- Prémio Nicola de Poesia, 1986 (Volante verde);
- Prémio Jacinto do Prado Coelho, do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, 1987 (Incisões oblíquas);
- Prémio Pessoa, 1992;
- Grande Prémio de Poesia APE/CTT, 1992 (Acordes);
- Prémio da Bienal de Poesia de Liége, 1992;
- Prémio Jean Malrieu para o melhor livro de poesia traduzido em França, 1992;
- Prémio Municipal Eça de Queiroz, da Câmara Municipal de Lisboa (Prémio de Poesia), 1992 (As armas imprecisas);
- Grande Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen (Prémio de Poesia), São João da Madeira, 2005 (O poeta na rua. Antologia portátil).
Por:
AVE
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