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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-06-2013

    SECÇÃO: Desporto


    Foto ALBERTO BLANQUETT
    Foto ALBERTO BLANQUETT
    ASSEMBLEIA GERAL DO ERMESINDE SPORT CLUBE

    Ermesinde SC corre risco de vida! Hipóteses de criar um novo clube foi já equacionada

    Aos 77 anos de vida o Ermesinde Sport Clube vê a sua sobrevivência seriamente comprometida. Facto "extraído" da Assembleia Geral (AG) que o clube levou a cabo no passado dia 21 de junho, no salão nobre dos bombeiros voluntários locais. Numa AG muito concorrida no que a associados diz respeito, das mais concorridas de que há memória no passado mais recente do clube, atrevemo-nos mesmo a dizer, colocaram-se a descoberto as inúmeras fragilidades que este enfrenta na atualidade, e que põem então em risco o seu futuro imediato. Numa AG escaldante, com muita discussão - em certos momentos com ânimos bastante exaltados - os números (contas) apresentados mais não confirmaram que o clube está num beco sem saída. No que às contas diz respeito foram indicados os nomes dos vários credores da coletividade - e respetivas verbas que têm a receber -, com realce para a Segurança Social e as Finanças, sendo que esta última entidade encerrou a atividade do Ermesinde no final de 2012 (!), por alegadamente o clube já não apresentar documentos fiscais (declarações do IVA, por exemplo) desde 2009! Ainda no que diz respeito às contas estas foram as possíveis de apresentar, porque ao que parece documentos importantes que sustentariam valores (de despesa) mais concretos desapareceram sem deixar rasto (!), alegadamente na sequência de um incêndio que há algum tempo atrás ocorreu na secção administrativa do clube.

    Ora, se para tentar aprofundar a real e exata situação do Ermesinde era preciso que esses mesmos documentos aparecessem, uma missão ao que parece impossível, quem poderia dar mais explicações sobre este e outros "mistérios" financeiros também desapareceu. Referimo-nos ao presidente da Direção, José Araújo, cujos pares do elenco diretivo dizem nunca ter tido um único contacto (reuniões) ao longo do atual mandato! O tesoureiro da coletividade, que eventualmente poderia prestar mais alguns esclarecimentos sobre questões de índole financeira havia apresentado a sua demissão precisamente no dia em que esta AG se iria realizar. O buraco financeiro em que o clube se encontra terá em grande parte contribuído para que nenhuma lista de candidatura se apresentasse para suceder à Direção que agora cessou funções. Face a isto colocou-se em cima da mesa a hipótese de se formar uma Comissão Administrativa para gerir os destinos do clube nos próximos tempos, mas também esta solução foi gorada, já que ninguém se disponibilizou a avançar para tal "saída de emergência".

    Novo clube

    começou

    a ser equacionado

    Perante os factos evidenciados nesta AG, isto é, sem solução diretiva à vista, e mergulhado numa crise financeira calamitosa, a sobrevivência do Ermesinde Sport Clube foi de imediato colocada em risco. Já depois de Isidro Vaz dar por terminada a sessão um grupo de sócios juntou-se no sentido de equacionar a criação de um novo clube. Uma situação, aliás, vulgar no atual panorama desportivo nacional, com exemplos bem conhecidos nos concelhos vizinhos (por exemplo, o FC Maia "morreu" para renascer como Maia Lidador, enquanto que o histórico Salgueiros deu lugar ao Salgueiros 08). Augusto Mouta, antigo atleta e presidente honorário do Ermesinde Sport Clube, foi uma das vozes que mais se fez ouvir ao longo da noite, e lamentando profundamente a situação em que o seu amado Ermesinde se encontra admitiria que face a todos os factos ali verificados o clube dificilmente teria condições de viabilidade, e que a solução imediata seria a criação de um novo clube. Sustentaria esta sua visão com o facto de que é preciso que a juventude da cidade continue a praticar desporto, neste caso o futebol, e que a própria cidade continue a ter futebol, que continue a viver de forma apaixonada, como até aqui, a modalidade. Atendendo à agonizante situação do Ermesinde Sport Clube e ao facto de a nova temporada desportiva estar a caminho - as inscrições na Associação de Futebol do Porto têm de ser feitas em breve - a criação de um novo clube poderá ser mesmo a solução para que esta história tenha um final feliz, a julgar pelo que vimos e ouvimos no decorrer da longa noite.

    Situação

    do estádio

    resolvida

    Mas nem tudo foram más - ou péssimas - notícias na AG do Ermesinde Sport Clube. Além dos pontos alusivos às contas e à eleição de novos corpos gerentes, a Ordem de Trabalhos continha um ponto para esclarecer a carta que Abílio de Sá - um dos principais credores do clube - terá enviado ao Ermesinde Sport Clube, exigindo que este lhe entregasse de imediato o Estádio de Sonhos, caso contrário avançaria com uma providência cautelar. Carta esta que, recorde-se, foi dada a conhecer aos associados do Ermesinde na AG de 31 de maio passado, e que terá causado algum espanto depois de a Câmara de Valongo ter anunciado publicamente que o problema do estádio estaria resolvido, passando a solução pela permuta dos terrenos do Complexo (municipal) dos Montes da Costa, que ficariam com capacidade construtiva e da municipalização do Estádio de Sonhos. Face a isto a carta de Abílio de Sá causou estranheza, e assim sendo nessa mesma AG de 31 de maio foi nomeada uma comissão de quatro elementos para apurar a verdade, digamos assim, junto do presidente da Câmara, João Paulo Baltazar.

    Augusto Mouta seria o porta-voz da citada comissão na AG do Ermesinde Sport Clube de 21 de junho, para relatar as incidências da reunião com o presidente da autarquia, sossegando de imediato os associados do clube ao dizer que o edil de Valongo havia dado a sua palavra de que a situação do estádio estaria mesmo resolvida, sendo que faltavam apenas limar algumas arestas do "negócio" com Abílio de Sá, adiantando Mouta de que uma primeira tranche (150 000 euros) desse "negócio" seria paga já em julho, sendo que a segunda seria paga em outubro.

    Augusto Mouta acrescentaria ainda que a autarquia assim que municipalizar o Estádio de Sonhos pretende dotar aquela infraestrutura desportiva com um relvado sintético.

    (Nota: na próxima edição apresentaremos novos desenvolvimentos sobre o estado crítico que Ermesinde Sport Clube atravessa atualmente).

    Por: Miguel Barros

     

     

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