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    Arquivo: Edição de 11-06-2013

    SECÇÃO: Arte Nona


    “Peregrinação de Fernão Mendes Pinto” em exposição no CNBDI

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    Ficará ainda ainda por muito tempo exposta na Galeria do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) a exposição Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, que tem como ponto de partida a história desenhada por José Ruy entre 1957 e 1959.

    Patente desde outubro de 2012 e com encerramento anunciado a 30 de junho de 2013, o blogue Kuentro anuncia, todavia, que a sua exibição se prolongará até meados de 2014.

    A exposição mostra o que se fez na área da banda desenhada e da ilustração com base neste clássico da literatura portuguesa, desde José Garcez a João Fazenda, passando por Carlos Marreiros e Artur Correia, revisitando também o espetáculo teatral d’A Barraca, com o seu “Fernão Mentes?”, os azulejos de João Duarte e desembocando ainda na música de Fausto, com o seu “Por Este Rio Acima”, de Fausto. Contudo, nesta exposição destaca-se também, pelo seu grau de perfecionismo, a maqueta da caravela que José Ruy realizou para se apoiar no desenho, e que Jorge Machado-Dias, no seu blogue Kuentro qualifica de «fabulosa!!!».

    Um ponto de partida:

    “A Peregrinação” de José Ruy

    Ainda segundo Jorge Maschado-Dias, no blogue já referido: «A Peregrinação de José Ruy começa a ser publicada em 1957, no Cavaleiro Andante, e termina em 1959, dividindo-se pelos números 311 a 388 (a capa saiu no 310). Adaptação directa do texto de Fernão Mendes Pinto, a versão de José Ruy confirma a vocação do autor para o trabalho a partir de textos de grande fôlego, à semelhança do que já havia acontecido com Ubirajara, de José de Alencar, e com O Bobo, de Alexandre Herculano. A essa vocação juntou-se o à vontade no registo de aventuras e o domínio do pormenor e do traço realista que já revelara nos primórdios da sua carreira, características fundamentais para o fôlego exigido na adaptação de uma obra com a dimensão, a variedade de registos narrativos e a dispersão de lugares representados que a Peregrinação revela.

    Colocando lado a lado o texto original, de Fernão Mendes Pinto, e a adaptação feita por José Ruy o que se destaca é um processo de transposição narrativa habilmente efectuado. Respei¬tando o itinerário geográfico e a cronologia textual, José Ruy conseguiu fazer da sua versão um novo texto onde não pesa o efeito de simples resumo, mas antes o de síntese, harmoniosa e cuidadosamente construída. Os principais episódios, os personagens que desencadeiam as acções e os que permitem as digressões e as reflexões do narrador, assim como os espaços e encontros essenciais não escapam ao processo de leitura e reconstrução que o autor teve de levar a cabo para alcançar um argumento passível de se suportar numa outra linguagem, a da banda desenhada, com um ritmo e um fôlego muito diferentes dos que se verificam no texto de Fernão Mendes Pinto, mas sem nunca se afastar das características discursivas (múl¬tiplas e muito diferentes entre si) que definem o texto que serviu de ponto de partida (...).

    Os originais da Peregrinação de José Ruy apresentam-se em formato A2, algo que era comum na época "por imposição da arte gráfica, porque o offset - que é uma impressão indi¬recta em que o zinco passa a imagem para uma borracha, e essa borracha passa-a para o papel - engrossa o traço. Então, trabalhávamos em maior dimensão para que o traço quando da redução ficasse suficientemente fino de modo a aguentar o que engrossava ao chegar ao papel", como nos explicou o autor...»

    Fonte: http://www.kuentro.blogspot.pt

     

     

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