SECÇÃO: Saúde

Estudo revela taxa de ineficácia na prescrição de medicamentos para a dor

De acordo com a investigação realizada, «a classe farmacológica mais prescrita nos doentes com dor foi a dos analgésicos não opióides em 88,9 por cento dos casos. Apenas 4,8 por cento das prescrições correspondiam a opióides fortes para o tratamento da dor. A taxa geral de inadequação da prescrição foi de 29,9 por cento. Verifica-se ainda que os doentes oncológicos com dor (58,8 por cento) estavam inadequadamente tratados em 30 por cento dos casos».

O estudo conclui que «os dados revelam ineficácia no controlo sintomático da dor e uma taxa baixa de utilização de opióides», e recomenda que «o investimento na formação da avaliação e tratamento da dor são prementes tendo em vista a otimização do conforto do doente internado em enfermarias de medicina».

O trabalho distinguido é da autoria de José Paxiuta, Magda Faria, Maria João Lobão, João Sequeira, profissionais de saúde do Hospital de Cascais. Os autores pretenderam, com esta investigação, caraterizar a terapêutica prescrita para a dor e avaliar a adequação da mesma em função do grau de dor apresentada pelos doentes internados num departamento de medicina.

O prémio da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna/Grünenthal teve como objetivo galardoar trabalhos originais em Língua Portuguesa de investigação ou de descrição de casos clínicos, em formato de póster ou em comunicação oral, no âmbito do tratamento da dor crónica. Ao trabalho vencedor foi atribuído o prémio de 2 000 euros.