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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 11-06-2013

    SECÇÃO: Destaque


    Encontro de Gerações mostrou a dinâmica viva do trabalho em rede do Concelho de Valongo

    A Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde (ADICE) em parceria com a Câmara Municipal de Valongo (CMV) levou a cabo nos passados dias 4 e 5 de junho a quarta edição do Encontro de Gerações, iniciativa (decorrida no Fórum Cultural de Ermesinde) que visava, sobretudo, dar a conhecer o trabalho que as instituições particulares de solidariedade social (IPSS’s) de todo o concelho desenvolvem em prol do bem estar dos seus utentes. No total foram 13 as IPSS’s que deram vida a uma iniciativa da ADICE – entre outras destacou-se a presença do Centro Social de Ermesinde e da Ermesinde Cidade Aberta – marcada ainda pela promoção da intergeracionalidade, isto é, o convívio fraterno e animado entre as novas e as antigas, por assim dizer, gerações, e ainda pela visível dinâmica do trabalho em rede que vem sendo desenvolvido na área de apoio social.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    A sessão de abertura do 4º Encontro de Gerações decorreu na manhã de 4 de junho, na casa de espetáculos do Fórum Cultural de Ermesinde, na qual marcaram presença inúmeros representantes das IPSS’s do concelho que fizeram parte do evento, forças da autoridade, elementos da Segurança Social a nível distrital, figuras políticas (com particular realce para os presidentes da CMV e da Junta de Freguesia de Ermesinde, respetivamente João Paulo Baltazar e Luís Ramalho), bem como outros convidados, onde se destacava, entre outros, a presença do padre Jardim Moreira, presidente da EAPN Portugal - Rede Europeia Anti-Pobreza. Antes dos discursos da ocasião assistiu-se ao primeiro momento intergeracional do evento, com a subida ao palco de três gerações distintas, representadas pelos alunos da Escola EB1 das Saibreiras/Agrupamento de Escolas de S. Lourenço, da Banda da Polícia de Segurança Pública do Comando Distrital do Porto, e dos alunos da Academia Sénior da CMV, que em perfeita sintonia deram cor a um momento musical (interpretaram alguns clássicos da música portuguesa) de grande vivacidade, como comprovou a chuva de aplausos final. Após esta atuação a anfitriã do evento, Maria Trindade Vale, usou da palavra, para no seu habitual jeito emotivo começar por cumprimentar e agradecer a todos os presentes, frisando que o que tinham acabado de presenciar era um pequeno exemplo do trabalho que Valongo (concelho) tem vindo a desenvolver com três gerações distintas (seniores, jovens, e adultos). Posteriormente faria uma viagem ao passado, há 20 anos atrás, para ser mais precisa, altura em que chegou pela primeira vez a Valongo, um concelho que desconhecia por completo, mas de que rapidamente passou a gostar, pelas pessoas e instituições que encontrou, e sobretudo pelo espírito de entreajuda que testemunhou. «Nestas andanças (alusivas às temáticas da ação social) temos de ter pessoas que nos ajudem, sem elas não somos ninguém, nem conseguimos fazer nada, e desde que aqui cheguei pude sempre contar com a ajuda de todas as forças vivas do concelho, desde as IPSS’s, forças de segurança, escolas, e juntas de freguesia. A todos um muito obrigado», recordou a presidente da ADICE, que por sinal é também vereadora da CMV detentora do pelouro da Ação Social. Neste seu discurso lembrou ainda João Paulo Baltazar, o atual presidente da Câmara, uma pessoa que foi descobrindo aos poucos e que a surpreendeu pela sua vincada vertente humana, uma figura que coloca sempre as pessoas em primeiro lugar. Após uma nova série de emotivos agradecimentos – a técnicas de ação social com quem diariamente trabalha – Trindade Vale sublinharia que esta é uma iniciativa onde está bem vincado o trabalho em rede que é feito em Valongo. «É uma iniciativa que mostra o espírito de partilha entre todos os agentes do concelho (IPSS’s, escolas, etc.), que mostra a união, o companheirismo, aspetos fundamentais para ultrapassar a crise que vivemos», e pegando nesta temática da crise, do período de fragilidades que atualmente atravessamos, frisou que «é possível ultrapassar este momento menos bom se formos capazes de aprender com a sabedoria dos mais velhos e de encararmos o sorriso dos mais novos como um sinal de esperança». Terminaria o seu discurso voltando a sublinhar a ideia de que é com o trabalho em rede que vem sendo feito que se tem melhorando a qualidade de vida das pessoas do concelho, com a força e união de todos, tem sido possível colocar as pessoas em primeiro lugar, conforme referiu.

    Seguidamente usaria da palavra o padre Jardim Maia, presidente da EAPN Portugal - Rede Europeia Anti-Pobreza, que abordou de forma detalhada o trabalho da entidade à qual preside com os mais fragilizados – a diversos níveis – da sociedade portuguesa. Olhando para a atual situação económico-social do país lembrou que atualmente muitas IPSS’s passam por dificuldades, muitas estão mesmo à beira do fim, já que não têm meios – económicos – para fazer face às despesas. Nesse sentido frisou a importância do trabalho em rede, da criação de parcerias entre instituições. Apelou ainda ao amor, à “colocação” das pessoas em primeiro lugar, pois «o nosso país é hoje um dos mais injustos da Europa, onde há muitos ricos e muitos pobres, cada vez mais. Vivemos uma crise do capitalismo, onde o dinheiro, o capital, coloca as pessoas em segundo lugar. E como tal temos de ter uma reação coletiva, trabalharmos em rede para vencer o egoísmo, pois é preciso construir uma sociedade em torno do amor, e não uma sociedade em torno do euro – que na sua voz não tem trazido felicidade a ninguém – como a Europa parece querer».

    Por fim tomou a palavra João Paulo Baltazar, que começou por sublinhar que a iniciativa a que assistíamos significava que Valongo era um concelho com uma rede – de parcerias sociais – viva. Agradeceu por isso a todas as IPSS’s e escolas pelo trabalho que têm desenvolvido com as diferentes gerações, lembrando em seguida que a prioridade do atual mandato têm sido as pessoas, uma prioridade que assenta em três pilares, o investimento na educação, no apoio social, e na criação de emprego.

    Concluídas as intervenções passou-se à inauguração da exposição – no exterior da casa de espetáculos – de trabalhos manuais concebidos pelos utentes das IPSS’s presentes. Da parte da tarde teve então início a verdadeira festa, com pequenos e graúdos como intervenientes principais, ao darem vida a uma série de espetáculos teatrais e musicais levados a cabo pelos utentes das IPSS’s. Assim, subiram ao palco as crianças e os seniores do Centro Social e Paroquial de Alfena, com o evento intitulado “Alto! E começa o baile”, os jovens portadores de deficiência da ADICE, que trouxeram “Sons e Magia”, ao que se seguiram o musical “O Comboio da Alimentação, protagonizado pelos seniores da Associação de Promoção Social e Cultural de Ermesinde, o “Panda Sénior”, pelos seniores da Casa do Povo de Ermesinde, a peça de teatro “Vê mais Além” pelas crianças e jovens do Lar Marista de Ermesinde, o “Sampaio Dance” pelos adolescentes da ADICE, tendo encerrado este primeiro dia os seniores desta última associação com uma atuação de “cantares populares”.

    CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE TAMBÉM PRESENTE

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    O segundo dia teve início com uma temática cada vez mais exposta na sociedade portuguesa, a violência doméstica. Nesse sentido foram apresentadas várias palestras ministradas por “especialistas” na matéria, desde técnicas que diariamente dão apoio às vítimas, elementos ligados às forças de segurança, ou psicólogos, que não só retrataram este flagelo – com exemplos vários –, como também apontaram caminhos – dando conselhos às vítimas, apresentando instituições/entidades a quem estas poderão recorrer. Da parte da tarde prosseguiu a festa, isto é, com as atuações musicais e teatrais dos utentes das IPSS’s presentes, tendo as crianças, adolescentes e os seniores do Centro Social de Ermesinde (CSE) aberto o sessão com a peça de teatro “O Casamento da Carochinha com o João Ratão”. Foi um apontamento delicioso, um momento de salutar e emotivo convívio, de cumplicidade, entre os seniores do Lar de S. Lourenço, e os jovens do Jardim de Infância e ATL do CSE, que se fez representar na plateia por alguns dos seus diretores, nomeadamente Alcina Meireles, Tavares Queijo, Adelino Soares, e Joaquina Patrício, bem como das diretoras técnicas Anabela Sousa, Albertina Alves e Manuela Martins (ECA, Ermesinde Cidade Aberta) – esta também presente nas conferências sobre Violência Doméstica que haviam decorrido pela manhã – e Teresa Braga Lino. Por falar em CSE é de sublinhar ainda que a ECA, que como se sabe está ligada ao Centro, também se fez representar de forma vincada neste Encontro de Gerações, não só na já citada exposição de trabalhos manuais que esteve patente no Fórum Cultural mas também com uma banquinha no exterior do recinto cultural, uma banquinha onde eram vendidos diversos objetos – roupas, brinquedos, etc. – doados por uma empresa cujos lucros reverteram a favor da ECA. E pelo que pudemos apurar as vendas até nem estavam a correr nada mal...

    Posteriormente à atuação das crianças e seniores do CSE subiram ao palco os meninos e meninas da Santa Casa da Misericórdia de Valongo, com a peça “A Cigarra e a Formiga”, ao que se seguiu uma atuação de dança protagonizada pelos seniores desta mesma instituição, a representação “Ensinar é Arte… Aprender é Vencer”, pelos seniores da Associação de Promoção Social e Cultural de Ermesinde, o momento de dança “Step by Step” pelas adolescentes e jovens do Instituto Bom Pastor, uma sessão de “cantares populares” levado a cabo pela Academia Sénior da CMV, e mais um momento musical edificado pelas crianças da ADICE.

    Por: Miguel Barros

     

     

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