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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-10-2012

    SECÇÃO: Cultura


    Exposição histórico-documental sobre a Linha do Douro e do Minho

    Pinturas de FERREIRA DA SILVA
    Pinturas de FERREIRA DA SILVA
    Esteve patente no Fórum Cultural de Ermesinde até ao dia 28 de outubro, em parceria com a AVAFER - Associação Valonguense dos Amigos da Ferrovia, uma exposição histórico-documental sobre a Linha do Douro e do Minho, composta por fotografias e telas do pintor Ferreira da Silva.

    Teve afluência de público interessado, curioso e conhecedor da matéria.

    Quanto aos quadros do pintor Ferreira da Silva – formado em Engenharia Eletrotécnica e de Máquinas no Instituto Industrial do Porto (atual ISEP), e dedicando-se à pintura como um puro autodidata – apresentavam sinteticamente os traços gerais, mais ou menos fiéis à realidade, das estruturas antigas de algumas estações e profissões.

    A estação de Ermesinde foi remodelada em 2001, com o Projeto Norte que introduziu as ligações urbanas do Porto tal como hoje o são. O reservatório de água desapareceu. O desenho arquitetónico foi bastante polémico e ainda hoje é pouco funcional: tem umas belas vistas do céu mas correntes de ar frio no inverno para quem está nas plataformas e, ainda, uma cor bastante escura para um túnel, por causa daquele chão quase preto, algo que contrasta com a frescura branca e luminosa das antigas instalações.

    Quando foi construída em 1875 tinha "apenas" as linhas do Douro e Minho e foi escolhida para a bifurcação destas por ser um local despovoado, tendo em 1931 sido construída a linha de Leixões. Linha esta que teve uma reabertura efémera entre fins de 2009 e princípio de 2011.

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    Outros casos de mudança drástica de visual são o da estação de Braga e de Contumil; nos arredores desta construíram-se as instalações da EMEF – empresa de manutenção de equipamento ferroviária – responsável pela manutenção dos comboios.

    Em Campanhã, a nova estação foi construída aproveitando parte da original, a fachada. É aqui que os comboios interregionais têm um edifício próprio separado dos urbanos, o edifício que fica entre o Metro e a estação de Campanhã propriamente dita. Entre outras estruturas temos em Contumil dois edifícios: a torre de controlo da estação e o Centro Operacional do Porto (edifício azul). Na rua Pinheiro de Campanhã junto às Moagens Ceres funciona a Região Operacional Norte e perto da estação de General Torres funciona a Direção de Construção da Refer.

    Um caso paradigmático de manutenção das instalações é o de Rio Tinto, em que se pode visualizar, ainda, um painel de azulejos que evoca a lenda da origem do Rio Tinto. Agora tem uma parte da estação como posto da PSP, a 4ª Esquadra de Investigação Criminal, mas mantém todo o ordenamento territorial adjacente antigo, com o largo à entrada e estruturas habitacionais e de comércio. O número de linhas manteve-se, mas supostamente deveriam estar a decorrer obras para o seu aumento para quatro, de Campanhã a Ermesinde.

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    Foi ainda possível ver fotografias de belíssimas paisagens, tal como relembrar terras como Régua, famosa pelos seus rebuçados, e que antigamente tinha ligação para Vila Real através da linha do Corgo, que foi definitivamente encerrada a 1 de janeiro; Vidago, famosa pela sua água e cuja estação estava integrada na Linha do Corgo e foi construída em frente ao Vidago Palace Hotel, que é onde funcionam as termas desta cidade.

    De relembrar que a primeira viagem de comboio em Portugal, entre Lisboa e o Carregado, se realizou a 28 de outubro de 1856 e que ainda hoje se mantém o modo de circulação dos comboios pela esquerda em homenagem à origem britânica; originalmente todos os países o faziam deste modo, tendo Portugal alterado a circulação automóvel para condução à direita em 1928.

    “A Voz de Ermesinde” em muito agradece ao estudante de Engenharia Mecânica e apaixonado por esta temática dos caminhos de ferro, o ermesindense Pedro Teixeira, o apoio científico e a prestável colaboração.

    Por: Filipe Cerqueira

     

     

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