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    Arquivo: Edição de 25-07-2012

    SECÇÃO: Saúde


    20 DE JULHO ASSINALOU O 43º ANIVERSÁRIO DO PRIMEIRO TRANSPLANTE REALIZADO EM PORTUGAL

    Diálise peritoneal potencia sucesso do transplante

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    Apesar de provado que doentes tratados com esta modalidade antes do transplante podem viver mais tempo, a diálise Peritoneal tem ainda pouca expressão em Portugal.

    Dia 20 de julho assinalou o 43º aniversário do primeiro transplante realizado em Portugal. Este procedimento, realizado por Linhares Furtado nos Hospitais da Universidade de Coimbra em 1969, consistiu no transplante de um rim para uma pessoa que sofria de Insuficiência Renal Crónica. Em Portugal, desde 2008, foram realizados mais de 500 transplantes renais por ano, mas o tempo de espera por um dador compatível faz com que os doentes, muitas vezes, necessitem de um tratamento de substituição da função renal, ou seja, diálise.

    Apesar de existirem duas formas de substituição renal, hemodiálise e diálise peritoneal, esta última ainda não tem grande expressão no nosso país, sendo realizada por apenas 6% dos doentes. Contudo, segundo um estudo publicado no início do ano no “Clinical Journal of the American Society of Nephrology”, os doentes tratados com diálise peritoneal antes do transplante tiveram melhores taxas de sobrevivência, comparativamente aos doentes a fazer hemodiálise em centro. Isto deve-se, sobretudo, ao facto da diálise peritoneal permitir uma melhor preservação da função renal residual em comparação com os doentes que fazer tratamento em centros.

    A classe médica defende que o transplante é o melhor tratamento para a insuficiência renal crónica terminal, pois permite ao doente um regresso a um estado quase normal de saúde. Contudo, numa realidade onde há falta de órgãos, os indivíduos com Insuficiência Renal Crónica (IRC) muitas vezes passam vários anos a fazer diálise e o tratamento adequado pode ser a chave para um transplante bem-sucedido.

    A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA DO DOENTE

    A maior parte dos tratamentos de diálise são feitos em unidade hospitalar, mas os doentes cada vez mais procuram tratamentos que possam ajudar a minimizar o impacto da diálise no seu dia a dia. Contudo, segundo um estudo recente da Federação Europeia de Doentes Renais – CEAPIR -, em Portugal, cerca de 40% dos insuficientes renais crónicos não têm a possibilidade de escolher o seu tratamento de substituição renal e mais de dois terços considera a informação facultada sobre as técnicas de diálise insuficiente. Estas conclusões demonstram que há ainda um longo percurso a percorrer no acesso dos doentes a informação sobre a Insuficiência Renal Crónica e sobre as opções disponíveis para que, posteriormente, sejam incluídos numa decisão com grande impacto na sua qualidade de vida e que, grande parte das vezes, é para toda a vida.

    A prevalência da doença renal crónica está a aumentar, o que é causado em parte pelos níveis crescentes de hipertensão e diabetes em todo o mundo. A população mundial está a ficar mais envelhecida e a idade é o fator de risco mais comum para o desenvolvimento de hipertensão e diabetes que muitas vezes levam à insuficiência renal crónica. Em Portugal, todos os anos surgem cerca de dois mil novos casos na fase terminal da doença, existindo atualmente cerca de 17 500 portugueses a realizar uma das técnicas de substituição renal.

     

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