EFEMÉRIDES EM ERMESINDE
Repercussões da perca de Goa, Damão e Diu
Em Ermesinde de há 50 anos atrás, este estado de revolta também foi bem sentido. A comprová-lo, transcrevemos parte de um artigo, da autoria de MCP, publicado na abertura do 1º número de “A Voz de Ermesinde”, do ano 1962.
«O momento que passa é de luto e dor,
mas também é de fé ardente e
inquebrantável num futuro melhor
NESTA hora tristemente célebre, inegávelmente dolorosa e trágica para Portugal, que viu o seu solo manchado de sangue e de lágrimas vertidas de seus filhos, criminosamente provocados por mão sinistra, com o ferrete da ignomínia e da maldade a marcar vítimas inocentes, nesta hora, dizíamos, é o momento de todos nos unirmos e solidarizarmos, reconhecendo que é necessário a maior prudência e firmeza com os nossos passos, pois a cada esquina se encontram lobos esfaimados e perigosos, disfarçados de cordeiros.
É exemplo flagrante de egoísmo, de violência e de hediondez a atitude tomada por esse monstruoso Nehru, que agora se desmascarou ao fazer marchar sobre os territórios portugueses de Goa as suas tropas, mostrando ao Mundo quão falso era o seu apostolado de paz e de quanta hipócrisia andavam envolvidas as suas palavras.
Alheia a qualquer corrente ou ideal político, pois “A Voz de Ermesinde” não foi fundada para tais fins, ùnicamente quer fazer ouvir a voz do seu portuguesismo, mostrando a sua maior repulsa, a sua mais vibrante indignação pelo inqualificável atentado contra o Estado Português da Índia.
Portugal vive um dos momentos mais trágicos e cruciantes da sua longa história, mas se a hora é de luto, de dor e de saudade por todos aqueles que tombaram, lá longe, que deram a sua vida em holocausto à Pátria, deve ser também o momento de união e de fraternidade lusíada, de fé ardente e inquebrantável num futuro melhor, pois não deveria ter sido em vão vertido o sangue de nossos heróicos e valentes irmãos que mais uma vez escreveram uma das páginas mais sublimes e maravilhosas da nossa gloriosa história. (…)».
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