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    Arquivo: Edição de 15-06-2012

    SECÇÃO: Saúde


    Investigadores do Porto distinguidos por estudos sobre dor em Portugal

    A Fundação Grünenthal acaba de distinguir com o Prémio Grünenthal Dor um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Instituto de Biologia Molecular e Celular (FMUP/IBMC) e um grupo de investigadores do Serviço de Anestesiologia do Hospital de Santo António, no Porto.

    O Prémio de Investigação Básica, avaliado em 7 500 euros, foi atribuído ao trabalho “Mecanismos Neurobiológicos da Dor na Osteoartrose”, da autoria de Joana Ferreira Gomes, Sara Adães e José Castro Lopes, da FMUP/IBMC.

    «O principal objetivo do estudo foi contribuir para um maior esclarecimento do que está na origem da dor associada à osteoartrose, uma das principais causas de dor crónica a nível mundial. O tratamento existente não é totalmente eficaz, o que provoca um impacto muito negativo na qualidade de vida dos doentes. Isto deve-se em parte ao facto de os mecanismos exatos da dor nesta doença permanecerem desconhecidos. Assim, torna-se necessário compreender melhor como se processa esta dor para podermos desenvolver métodos mais eficazes para o seu tratamento», explica Joana Ferreira Gomes, investigadora principal do estudo vencedor na categoria de Investigação Básica.

    E acrescenta: «Os resultados deste estudo sugerem que uma das causas da dor na osteoartrose possa ser a lesão dos neurónios que inervam o osso que está por baixo da cartilagem articular, a qual é destruída no decurso da osteoartrose. O próximo passo é verificar se os fármacos que se utilizam para combater a dor provocada por lesão nervosa são eficazes na redução da dor provocada por este modelo experimental de osteoartrose».

    O galardão do Prémio de Investigação Clínica, também de 7 500 euros, foi entregue ao trabalho “Potenciais evocados somatosensitivos podem traduzir objetivamente o balanço nocicepção/antinocicepção sob ação de anestésicos gerais”, da autoria de Ana Castro, Pedro Amorim, Catarina S. Nunes e Fernando Gomes de Almeida, do Serviço de Anestesiologista do Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

    «A dor é uma experiência desagradável que todas as pessoas conhecem, mas cuja avaliação e quantificação são difíceis. O reconhecimento e adequado tratamento da dor são uma das mais importantes preocupações da medicina moderna e um direito dos doentes. Todavia, o elevado grau de subjetividade da dor torna a sua avaliação difícil. Na prática clínica é habitual o uso de escalas em que, por exemplo, o próprio doente avalia a dor que sente numa escala de zero a dez, em que zero seria ausência de dor e dez uma dor insuportável. Contudo há muitos doentes que têm dificuldade em usar tais escalas e há situações em que os doentes não estão capazes de comunicar», refere Ana Castro, coordenadora geral do estudo vencedor na categoria de Investigação Clínica.

    E explica: «Em tais situações seria vantajoso poder utilizar métodos objetivos de medição da dor. A dor resulta de uma agressão a tecidos do organismo. Esta agressão consiste num estímulo nocivo e provoca no organismo um conjunto de reações a que se chama nocicepção (subida de tensão arterial, da frequência cardíaca, sudação, lágrimas, etc.). O nosso trabalho vem propor um novo método objetivo de quantificação da dor. Trata-se de um índice calculado a partir de potenciais evocados medidos na área sensitiva do cérebro através de elétrodos colocados no couro cabeludo. O estudo que realizamos em voluntários submetidos à aplicação de estímulos dolorosos e à administração de analgésicos e anestésicos, permitiu demonstrar a utilidade dos potenciais evocados como método objetivo de quantificação da “dor”/nocicepção, sugerindo que no futuro possa ser usado na clínica para guiar a administração de analgésicos e de anestesia em doentes incapazes de comunicar a dor».

    O Júri do Prémio Grünenthal Dor 2011 foi presidido pelo Presidente da Fundação, Professor Doutor Walter Osswald, e contou com a participação de mais seis personalidades médicas equitativamente designadas pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

    Os Prémios Grünenthal Dor contemplam um valor pecuniário total de 15 000 euros, igualmente distribuídos pelo Prémio de Investigação Básica e pelo Prémio de Investigação Clínica. Criado pela Fundação Grünenthal em 1999, constituem o prémio de mais alto valor anualmente distribuído em Portugal, no âmbito da investigação em dor.

    As candidaturas para o Prémio Grünenthal DOR 2012 já estão abertas. Para mais informações e consulta do regulamento visite: www.fundacaogrunenthal.pt.

    A Fundação Grünenthal é uma entidade sem fins lucrativos que tem por fim primordial a investigação e a cultura científica na área das ciências médicas, com particular dedicação ao âmbito da dor e respetivo tratamento.

     

     

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