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    Arquivo: Edição de 15-06-2012

    SECÇÃO: Saúde


    2/3 DOS DOENTES AFIRMAM NÃO RECEBER INFORMAÇÃO SUFICIENTE SOBRE AS OPÇÕES TERAPÊUTICAS

    Doentes de insuficiência renal não são consultados relativamente ao tratamento que preferem

    Em Portugal, cerca de 40%, ou seja, 4 em cada 10 insuficientes renais crónicos, não têm a possibilidade de escolher o tratamento de substituição renal e, mais de dois terços, consideram que a informação facultada sobre as técnicas de diálise disponíveis é insuficiente. Estas são as principais conclusões do estudo “Tratamento Desigual para Doentes Renais na Europa”, desenvolvido pela CEAPIR (Federação Europeia de Doentes Renais), agora apresentado.

    A investigação, que englobou cerca de quatro mil doentes de 12 países europeus, procurou avaliar como os doentes renais consideram a informação que recebem, o acesso e a escolha do seu tratamento de substituição renal. Entre as principais conclusões, ficou demonstrado que os doentes informados e envolvidos na escolha do seu tratamento são doentes mais satisfeitos com o tratamento, logo, com uma melhor qualidade de vida.

    «Estas conclusões demonstram a importância do acesso à informação sobre a doença e as opções terapêuticas enquanto fatores críticos para a qualidade de vida dos doentes. É muito importante que possam optar e ter voz ativa numa decisão que é para toda a vida. Em Portugal, infelizmente, isso ainda não acontece, apesar dos esforços da APIR. Temos procurado, ao longo dos anos, trabalhar em conjunto com a classe médica no sentido de promover a informação e formação dos doentes, nomeadamente através de consultas de pré-diálise, mas os resultados do estudo demonstram que ainda há um longo caminho a percorrer, nomeadamente nas técnicas domiciliárias de diálise, ainda muito pouco utilizadas em Portugal», refere João Cabete, vicepresidente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais - APIR.

    A Insuficiência Renal Crónica (IRC) é uma patologia que se caracteriza pela diminuição progressiva da função renal. As causas podem ser várias mas, geralmente, caracteriza-se por uma incapacidade dos rins de proceder à eliminação de certos resíduos produzidos pelo organismo. Assim que a função renal perde cerca de 90% da sua capacidade, deixa de ser possível viver sem um tratamento de substituição. Atualmente existem duas opções terapêuticas para a doença: Transplante de Rim (substituição de um órgão doente por um órgão são) e Diálise (substituição da função renal através de meios artificiais). Dentro da Diálise, os profissionais de saúde e os doentes têm duas opções: fazer o tratamento em casa ou na unidade de saúde. Para o tratamento domiciliário existem duas opções: a Diálise Peritoneal (DP) e a Hemodiálise Domiciliária (HDD). O tratamento num estabelecimento de saúde designa-se por Hemodiálise em Centro (HD), que pode ser no Hospital ou em Clínicas Privadas.

    De acordo com dados da CEAPIR, em 2011, existiam cerca de 2 700 000 pessoas com insuficiência renal crónica terminal em todo o mundo, dos quais 830 000 foram transplantados e os restantes 1 900 000 estão em tratamento de substituição renal, sendo que apenas 200 mil fazem diálise domiciliária. Portugal é um dos países da Europa com maior prevalência de doentes em terapêutica de substituição da função renal. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, todos os anos surgem dois mil novos casos na fase terminal da doença existindo atualmente cerca de 17 500 portugueses a realizar uma das técnicas de substituição da função renal, o que é devido, sobretudo à elevada incidência da diabetes e da hipertensão arterial que se observa na população em geral.

     

     

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