SECÇÃO: Saúde

A 19 DE MAIO COMEMORA-SE O DIA INTERNACIONAL DE LUTA E PREVENÇÃO CONTRA AS HEPATITES

Cafeína atrasará progressão da hepatite C

Um estudo norte-americano, realizado pelo National Cancer Institute e publicado na revista “Hepatology”, conclui que o consumo mínimo de três chávenas de café diárias pode reduzir a progressão da hepatite C. A investigação abrangeu 1 050 doentes, analisados de forma aleatória, através de questionários, ao longo de quatro anos. No final, os investigadores concluíram que o grupo que consumiu três chávenas de café por dia apresentava um grau inferior de esteatose (depósito de gordura no fígado) e valores mais baixos de bilirrubina (análise associada à presença de icterícia, ou seja, coloração amarelada dos olhos e da pele).

«Atendendo à dimensão da doença e a todas as condicionantes subjacentes à hepatite C, os resultados deste estudo devem ser encarados com otimismo. Mais uma vez se confirmam os benefícios da cafeína na progressão das doenças do fígado, neste caso concreto da hepatite C, e isso deve ser valorizado por profissionais de saúde e, obviamente, pela população em geral», comentou o hepatologista Rui Tato Marinho.

A hepatite C – também conhecida como “epidemia silenciosa”, por poder não apresentar sintomas durante anos – é uma inflamação do fígado provocada por um vírus. Quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro. Calcula-se que existam 170 milhões de portadores crónicos (cerca de 3% da população mundial), dos quais nove milhões são europeus. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, devem surgir, todos os anos, três a quatro milhões de novos casos no mundo. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 150 mil pessoas portadoras do vírus da hepatite C.