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    Arquivo: Edição de 15-05-2012

    SECÇÃO: Destaque


    CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO - FERNANDO MELO DE SAÍDA

    Afonso Lobão reclama Plano e Orçamento

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    O vereador socialista Afonso Lobão reclamou na última sessão da Câmara Municipal de Valongo, realizada na passada sexta-feira, dia 11 de maio, a apresentação de uma proposta de Plano e Orçamento da autarquia ou, pelo menos, a indicação de um prazo-limite para a maioria o poder apresentar.

    O mesmo vereador questionou a maioria sobre a agregação dos centros dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) da Maia e Valongo, já que nesta «estranha subalternização de Valongo à Maia», esta, pela voz do seu presidente Bragança Fernandes, em declarações à imprensa, recusava a agregação, invocando questões de qualidade dos serviços prestados.

    O vereador socialista chamou também a atenção para os termos em que estava redigido uma Ordem de Serviço pela qual se instaurava um processo disciplinar a Isabel Oliveira, diretora do Departamento de Cultura, Turismo, Património Histórico, Juventude e Desporto, «na sequência da exigência dos Senhores Vereadores Dr. Pedro Panzina e Dr. Afonso Lobão, manifestada na última reunião da Câmara».

    Afonso Lobão lembrou que, na referida reunião, apenas tinha afirmado que a ausência da definição de objetivos de exercício por parte de um diretor de Departamento era uma falta muito grave, para a qual estava prevista uma pesada sanção.

    Pedro Panzina, por sua vez, referindo-se também a esta situação, lembrou que tal não tinha sido uma exigência sua e de Afonso Lobão, pois tinha colocado a possibilidade, se tal fosse necessário, de colocar à votação o assunto, para a que a Câmara no seu conjunto, pudesse votar e tomar uma decisão, a não ser que tal não fosse necessário, caso a maioria do Executivo concordasse com a proposta, tal como aconteceu. Deveria estar, pois, escrito, por exigência da Câmara, embora a Pedro Panzina não lhe custasse assumir ter sido ele a introduzir o assunto e a propor a instauração do referido processo disciplinar. Fernando Melo procurou defender-se dizendo que Pedro Panzina e Afonso Lobão tinham sido os únicos a intervir naquele sentido.

    O mesmo vereador voltou a pedir um esclarecimento sobre o pagamento das compensações aos funcionários em fim de contrato que tenham sido dispensados, respondendo Fernando Melo que estava a fazer-se um estudo dos trabalhadores naquela situação.

    Foi ainda Pedro Panzina quem, na sequência de uma situação em que se tinha demorado um ano e três meses a dar uma simples resposta de uma linha a um munícipe, propôs a instauração de um inquérito a Cláudia Dantas, já que seria inaceitável tal demora numa questão de natureza tão simples. A proposta de inquérito foi, mais uma vez, aceite pela Câmara.

    O vereador da Coragem de Mudar questionou ainda a maioria do Executivo sobre a ausência de uma resposta à pretensão da associação cultural Ágorarte para que lhe fosse entregue um dos espaço devolutos da Refer à guarda da Câmara, para aí poder instalar a sua sede social.

    Maria Trindade Vale responderia que o assunto viria para deliberação na próxima reunião camarária.

    E o vereador da Coragem de Mudar levantaria ainda a questão de um processo disciplinar levantado a um trabalhador que exercia funções na Câmara e, ao mesmo tempo, externamente, que na sua defesa tinha alegado estar autorizado a acumular funções. Ora Pedro Panzina, admitindo que a lei permitia, em condições excecionais, uma situação de acumulação de funções, considerava haver no caso uma excessiva abertura, já que estas situações eram propícias ao surgimento de casos de corrupção e outros, em detrimento do interesse público pelo que apresentava uma recomendação para que se revogassem todas as autorizações de acumulação de funções públicas e privadas, concedendo-se o prazo de um mês para que os interessados pudessem apresentar um requerimento nesse sentido, conforme legalmente estabelecido, para que depois, a Câmara pudesse apreciar caso a caso e deliberar. Fernando Melo responderia que não via qualquer problema em rever-se a situação.

    João Ruas, ainda da Coragem de Mudar, pediu um esclarecimento sobre os pagamentos e recebimentos da Câmara, conforme determinação da Lei dos Compromissos, já que as declarações a propósito não estariam publicadas no site da Câmara.

    João Paulo Baltazar, que deu então início ao período formal de respostas da Câmara, responderia que as referidas declarações sobre pagamentos e recebimentos tinham sido divulgadas, estivessem ou não no site da Câmara, pondo até a hipótese de lá estarem, embora em local de acesso porventura menos intuitivo, o que aliás viria a confirmar ainda no decurso da sessão.

    AS RESPOSTAS

    DA CÂMARA

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    Sobre os ACES, o vicepresidente da Câmara comentaria também terem sido bastante infelizes as declarações do presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes, tanto mais que ainda muito recentemente uma unidade de saúde do concelho de Valongo tinha sido premiada por um júri independente. A Câmara de Valongo (CMV) tinha questionado a ARS Norte (Administração Regional de Saúde do Norte) sobre as razões que apontavam para a proposta deste agrupamento. Porquê agrupar? Porquê com a Maia e não com Gondomar, por exemplo? Tinha também contactado com os responsáveis pelas unidades de saúde do concelho, não existindo da parte destes nenhuma situação de oposição radical ao agrupamento. O fundamental é que a CMV ainda não tinha percebido as razões da ARS Norte.

    Respondendo depois a Afonso Lobão, João Paulo Baltazar declarou que tinha dificuldade em comentar a proposta de Afonso Lobão, até porque este não tinha proposto uma data limite para a apresentação da proposta de Plano e Orçamento. O vereador socialista responderia, em aparte que se o vicepresidente queria uma data, então ele apontava o final do mês de maio, o que levou João Paulo Baltazar a comentar que, compreendendo o desconforto de Afonso Lobão, estranhava a sua posição, tanto mais que todos tinham chegado a um acordo de apenas apresentar uma proposta de Orçamento quando tal fosse possível com algum rigor, mas que, de momento, se continuava ainda a aguardar a esperada linha de crédito a abrir pelo Governo.

    Afonso Lobão propôs então que os membros da Câmara se reunissem informalmente, pois não era a ausência da linha de crédito que podia justificar a não apresentação de um orçamento.

    João Paulo Baltazar, respondendo a isto, lembrou que, com os atuais financiamentos, os encargos atuais seriam da ordem dos 8 a 9%, mas se a linha de crédito avançasse, poderiam até baixar para cerca de 4%, e isso mudaria por completo a proposta de Orçamento.

    ORDEM

    DO DIA

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    Passou-se depois à Ordem do Dia e na discussão da proposta de procedimento disciplinar a um funcionário camarário, que era, ao mesmo tempo, executor de um serviço privado e fiscalizador do referido serviço enquanto funcionário da Câmara. Pedro Panzina, que se assumiu como o denunciante daquela situação, relatou que teria chegado a ser ameaçado de ser conduzido sob detenção para depor no processo, o que recusou, estando contudo perfeitamente livre para participar na discussão do assunto na reunião camarária. A proposta de sanção da Câmara (suspensão por 30 dias) acabaria por ser apreciada por voto secreto, recolhendo (unanimemente) 9 votos a favor.

    Foram ainda aprovados vários assuntos como a autorização para a realização de um arraial de S. João nas Saibreiras, em Ermesinde, uma licença de exploração para máquina de diversão, a concessão de um lugar de estacionamento a pessoa com mobilidade condicionada, a transmissão de uma licença de táxis e a receção provisória de obras de urbanização.

    Além destas foi ainda tomada uma decisão sobre o condicionamento de trânsito na Rua de Portugal, em Valongo, para a realização de uma prova com carros de rolamentos. O condicionamento era para ser respeitado pelo período entre as 09h30 e as 12h30, no próximo dia 1 de junho. Mas a proposta inicial acabaria por ser corrigida por intervenção de Pedro Panzina, pois inicialmente propunha-se que apenas uma via fosse cortada, mantendo-se a circulação no sentido oposto. O vereador da Coragem de Mudar lembrou que o condicionamento era por um breve prazo, da parte da manhã, que havia na proximidade, alternativas de circulação viáveis e, sobretudo que seria um perigo que a Câmara não deveria permitir, a circulação de viaturas muito próximas do local de uma prova com um previsível afluxo de crianças irrequietas e em natural excitação. A CMV acabou por aprovar o condicionamento da via nos dois sentidos, mesmo com algum protesto de munícipes presentes na reunião que consideravam aquela via suficientemente larga para obviar ao surgimento de qualquer problema.

    Soube-se entretanto que Fernando Melo, por assumidas razões de saúde, deverá abandonar a Câmara de Valongo no final deste mês, uma situação que pouco deve alterar ao dia a dia da autarquia.

    Uma declaração oficial de despedida está noticiada em peça à parte.

    Por: LC

     

     

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