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    Arquivo: Edição de 25-01-2012

    SECÇÃO: Saúde


    ANDAR apela a plano nacional para combater doenças musculo-esqueléticas

    É necessária uma ação imediata para enfrentar o fardo das doenças musculo-esqueléticas crónicas, diz a ANDAR. «Só uma ação coordenada poderá manter ativos os trabalhadores afetados, inclusivamente capazes de permanecer nos seus empregos que lutaram muito para alcançar», afirma Arsisete Saraiva, da ANDAR.

    A Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) apelou ao Governo para que seja criado um plano nacional para a redução do impacto das doenças musculo-esqueléticas e para melhorar as condições laborais de quem sofre destas patologias debilitantes.

    O apelo surge no contexto da 3ª Reunião Anual da coligação Fit For Work Europe, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, uma aliança sem precedentes de doentes, políticos e especialistas em Saúde e Trabalho, que está a juntar esforços para conduzir a uma ação coordenada pela União Europeia e pelas autoridades nacionais para melhor prevenirem e tratarem as doenças musculo-esqueléticas na Europa.

    Há 100 milhões de europeus que sofrem de dores musculo-esqueléticas crónicas, 40 milhões dos quais são trabalhadores e destes cerca de 40 por cento têm de deixar de trabalhar devido à doença. A reduzida produtividade destes trabalhadores, entre outros aspetos das patologias musculo-esqueléticas, traduz-se em gastos que estão estimados em 240 mil milhões de euros para a economia europeia.

    «A menos que se tomem medidas urgentes, os prejuízos pessoais e económicos provocados pelas doenças musculo-esqueléticas vão continuar a crescer», defendeu Arsisete Saraiva, presidente da ANDAR. «Hoje, com os nossos colegas de toda a União Europeia, pedimos ao nosso Governo que adote rapidamente medidas de apoio à produtividade de quem sofre de doenças musculo-esqueléticas».

    O impacto devastador das patologias musculo-esqueléticas pode ser reduzido através da prevenção, deteção precoce e de uma intervenção adequada e multidisciplinar nestas doenças. Esta mudança só poderá acontecer se existir um apoio claro dos governos na definição de objetivos e de uma estratégia de combate a estas doenças.

    A formação da coligação Fit For Work Europe vem responder à pesquisa pan-europeia da The Work Foundation, que demonstra que as doenças musculo-esqueléticas são responsáveis por metade das ausências laborais (49 por cento) e por 60 por cento das situações de incapacidade permanente na União Europeia.

    Em Portugal, as doenças musculo-esqueléticas têm uma enorme prevalência, traduzindo-se na primeira causa de reformas antecipadas e num dos três motivos mais frequentes de consultas do médico de família.

    Uma política eficaz e a mudança de prática a nível nacional só poderá ser o resultado de uma abordagem baseada na evidência e unificada da gestão das doenças musculo-esqueléticas. Especificamente, o plano nacional para as doenças musculo-esqueléticas deve:

    • Fazer das doenças musculo-esqueléticas uma prioridade nacional de Saúde Pública, juntamente com outras doenças crónicas graves;

    • Alocar financiamento adequado para a intervenção precoce e tratamento das doenças musculo-esqueléticas;

    • Estabelecer a ‘permanência no trabalho’ como um parâmetro clínico considerado válido para medição do sucesso na gestão das doenças musculo-esqueléticas;

    • Defender a introdução da produtividade no trabalho (isto é, custos sociais) na avaliação económica das tecnologias de saúde.

    Sobre as doenças

    musculo-

    -esqueléticas

    e a campanha

    As doenças musculo-esqueléticas abrangem mais de 200 patologias que afetam os músculos, articulações, tendões, ligamentos, nervos periféricos e vasos sanguíneos, provocando dor e lesões graves (Punnett et al, 2004).

    O Fit for Work Europe trabalha para promover um diálogo multilateral sobre as doenças musculo-esqueléticas, impulsionando a adoção de práticas clínicas e de políticas da saúde e de trabalho que irão melhorar a qualidade das condições de trabalho dos doentes. A iniciativa Fit For Work é uma parceria de organizações e indivíduos, e conta com o patrocínio da The Work Foundation, da Década do Osso e da Articulação da ONU, da Liga Europeia Contra o Reumatismo (EULAR) e da RAND Europe, e com o apoio de uma vasta gama de intervenientes, incluindo a Agência Europeia para a Inclusão Social, a Federação Europeia das Associações de Enfermeiros, a Association Internationale de la Mutualité, Enterprise for Health, Arthritis Ireland, Association of Chartered Certified Accountants, a UniEuropa e mais que se vão juntando a cada mês. A coligação Fit for Work Europe é apoiada pelo Abbott Laboratórios – um dos sócios fundadores – e uma subvenção de apoio da GE Healthcare.

    A coligação Fit for Work é um movimento único de doentes, médicos, políticos e representantes da sociedade, que acreditam na importância do diagnóstico precoce, prevenção e gestão das doenças musculo-esqueléticas no local de trabalho. O objetivo é fazer com que as doenças musculo-esqueléticas deixem de ser doenças incapacitantes e possam ser geridas, garantindo que mais cidadãos europeus permaneçam no seu trabalho, o contribuirá para melhorar a sustentabilidade dos Sistemas de Saúde e Sociais da Europa.

     

     

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