14ª MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO
Uma edição acossada de todos os lados
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Foto ARQUIVO TEATRO DAS BEIRAS |
Para além dos dois espetáculos finais do MIT, que destacamos nestas páginas, a décima quarta edição do ENTREtanto MIT Valongo – Mostra Internacional de Teatro do Concelho de Valongo, realizada mais uma vez com o apoio da Câmara Municipal de Valongo, teve este ano que defrontar-se com alguns obstáculos de respeito: o primeiro a crise financeira geral e da edilidade em particular, que levou naturalmente a um orçamento muito mais restritivo, a segunda a estranha falta de oportunidade da ocorrência no Fórum Cultural de Ermesinde, do minifestival de teatro 3 EM 1, levada a cabo pela companhia “Cabeças no Ar e Pés na Terra”, de 1 a 4 de dezembro, no Fórum Cultural de Ermesinde.
Saúda-se o festival dos Cabeças no Ar, evidentemente, mas não a sua oportunidade, já que o MIT decorria paralelamente, de 30 de novembro a 3 de dezembro, no Centro Cultural de Campo.
A 30 de dezembro, dia de abertura do MIT, realizaram-se dois espetáculos, um à tarde, “Cupido – Love” Enano - Free Artist, uma criação e interpretação de Enano (Jose Torres), e outro à noite, “Atrás do Pano”, um espetáculo dos Alunos da Ação de Formação em Teatro 2011.
Da autoria de Rui Chaves, e com base na coordenação de Júnior Sampaio e Laura Ferreira, o espetáculo teve criação e interpretação de Alberto Meira, André Pinto, Catarina Vaz, Cristina Pereira, Etelvina Baltazar, Inês Ferreira, Joana Costa, Laura Ferreira, Paulo Kanuko, Sofia Príncipe e Valdemar Baltazar.
No dia 1 de dezembro, enquanto os Cabeças no Ar apresentavam o “Doente Imaginário” de Molière (encenação de Hugo Sousa), o Teatro das Beiras apresentava no MIT, em Campo, “Ay Carmela”, uma peça de José Sanchis Sinisterra, com tradução e encenação de Gil Salgueiro Nave e interpretação de Fernando Landeira e Sónia Botelho. A sonoplastia era de Hélder Gonçalves, o desenho de luz de Vasco Mósa, a produção de Alice Dias, o secretariado de Eugénia Nunes e a assessoria de imprensa de Vanessa Silva. Segundo a sinopse: «Perdidos numa noite de nevoeiro e fome, dois anónimos "artistas de variedades", caem em território inimigo. Aí, em troca da liberdade, são obrigados a apresentar o seu espetáculo às tropas vencedoras e aos prisioneiros vencidos. Que fazer à representação para sobreviver em tão díspar plateia? Como resistir ou ceder sem abalar a dignidade?», um muito interessante questionamento ético sobre os limites da vida e da liberdade.
Por:
LC
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