SECÇÃO: Arte Nona

Está a decorrer o AmadoraBD – 22º Festival Internacional de Banda Desenhada

Decorre desde o passado dia 21 de outubro e até ao próximo dia 6 de novembro, o 22º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, uma amostra representativa de autores nacionais e estrangeiros de várias tendências e correntes da Banda Desenhada, dos clássicos aos contemporâneos, do mainstream à vanguarda.

O Humor é, neste ano de 2011 o tema central do AmadoraBD.

Conforme aponta a organização, este ano o Festival «apresenta um conjunto diversificado de exposições de autores nacionais e estrangeiros representativos das várias tendências e correntes da BD, dos clássicos aos contemporâneos, do mainstream à vanguarda.

O ano de 2011 é um marco importante para a afirmação da banda desenhada portuguesa pois completam-se 100 anos sobre a criação da Sociedade dos Humoristas Portugueses, evento que simboliza uma alteração na forma de fazer e de pensar a BD que a partir desta data se autonomizou da caricatura.

O Humor foi então o mote para a criação da imagem por Filipe Andrade, premiado com o Melhor Desenho para Álbum Português em 2010. O desafio do artista foi o desenvolvimento de uma imagem forte, emotiva, atrativa, que promovesse o riso. O resultado foi a criação de quatro personagens divertidas — mãe, pai, filho e avó — os “super cueca” que têm o super poder de, com um simples gesto, se rirem de si próprios, inspirar-nos e fazer-nos rir também».

EXPOSIÇÕES

Entre as exposições que este ano são dadas a ver ao público, destaque para a exposição central – “O Humor na Banda Desenhada Internacional”, no Fórum Luís de Camões. Nela se abordam os primórdios da BD portuguesa, com a criação da Sociedade dos Humoristas, em que se destacaram nomes como Almada Negreiros, Stuart Carvalhais, Christiano Cruz, e Emmérico Nunes, entre outros, o associativismo dos humoristas hoje, com os contributos de Belizário, Brito, Carlos Amor, Carlos Manaças, Carlos Rico, César Évora, Hermínio Felizardo, Ricardo Galvão, Rui Pimentel, Zé Oliveira, Zé Manel e Santiagu, e ainda o humor na Banda Desenhada Internacional, desde 1800 até aos dias de hoje.

Ainda no Fórum Luís de Camões, destaque para as exposições “Astérix entre os Portugueses” – ano e meio após o seu nascimento na “Pilote”, a 29 de outubro de 1959, publicava-se na revista “Foguetão”; “S.O.S. — Aircraft” – um projeto do Festival Internacional de Banda Desenhada de Lausanne, Suíça, destinado à promoção da BD suíça, «onde os autores foram convidados a reinterpretar, ao seu estilo e narrando uma história, as instruções de socorro destinadas aos passageiros dos aviões»; “Os Peanuts, 60 Anos” – na comemoração da sexagenária criação de Charles Monroe Schulz, que imortalizou personagens como Charlie Brown e Snoopy – o Museu Charles Schultz colabora aqui num projeto mundial de angariação de fundos para a UNICEF; “Luiz Gê” – Luiz Geraldo Ferrari Martins, conhecido como Luiz Gê, um dos maiores humoristas brasileiros, ilustrador e quadrinista; “Carlos Roque” – retrospetiva da obra de um dos autores nacionais de referência no campo da banda desenhada humorística (fez carreira na Bélgica, onde trabalhou nas revistas “Tintin” e “Spirou”); “Há Piores”, de Geral e Derradé – os autores de Badsummerboys Fanzine, uma publicação que marcou uma época de humor corrosivo pouco habitual – uma compilação de histórias curtas «onde é possível desfrutar da imaginação, do humor e da poesia»; “Filipe Andrade” – autor português em destaque, Prémio Nacional de BD 2010 Melhor Desenho Álbum Português, com “BRK”; “Asteroid Fighters”, uma ficção científica de Rui Lacas, Prémio Nacional de BD 2010 Melhor Álbum Português; “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy”, de Filipe Melo e Juan Cavia – Prémio Nacional de BD 2010 Melhor Argumento Álbum Português, para Filipe Melo; “Tout sur les Celibataires” (Os Solteirões), de Nelson Martins, Prémio Nacional de BD 2010 Melhor Álbum Português em Língua Estrangeira; “O Homem que ia Contra as Portas”, de Ana Leonor Tenreiro e Richard Câmara, Prémio Nacional de BD 2010 Melhor Ilustração para Livro Infantil; “Under Siege, o Jogo e o Livro” – uma banda desenhada de Filipe Pina e Filipe Andrade, construída a partir do videojogo para a Playstation “Under Siege”, produzido em Portugal; “o pEQUENO dEUS cEGO”, de David Soares e Pedro Serpa, uma «alegoria passada no período da China feudal, que conta a história de Sem-Olhos, uma criança que poderá ou não ser um pequeno deus sobre a terra»; e, finalmente as obras apresentadas no âmbito dos Concursos Nacionais de Banda Desenhada AmadoraBD, este ano, como já vimos, dedicados ao Humor, com o tema “O humor é coisa séria” – O Concurso Nacional de BD acolhia obras de autores de três três escalões etários: Escalão B – dos 12 aos 16 anos, Escalão A – dos 17 aos 30 anos, e Escalão A+ - a partir dos 30 anos).

OUTROS ESPAÇOS

DE EXPOSIÇÃO

Fora do Fórum Luís de Camões, esrão expostos: na Biblioteca Nacional Fernando Piteira Santos “José Pires, 50 Anos”, sobre a obra deste autor português; na Casa Roque Gameiro, “Ilustração de Yara Kono”; no mesmo espaço, “Direitos Humanos”, uma exposição internacional de cartoon; no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem “História com Humor”, uma BD portuguesa; de Artur Correia e António Gomes de Almeida; na Galeria Municipal Artur Bual “Fernando Relvas”, uma retrospetiva deste consagrado autor português; no Museu Nacional de Arqueologia, “Um Dia Há Quatro Mil Anos, Um Menino como Eu”, de João Martins; nos Recreios da Amadora, o “Amadora Cartoon”; e na Escola Superior de Teatro e Cinema “É de Noite que Faço as Perguntas”, de David Soares (texto) e Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel da Silva e Richard Câmara (ilustrações).

Destaque para a presença em Portugal de Alex Baladi (Suíça), Luiz Gê (Brasil), Roberta Gregory (Estados Unidos), Juan Cavia, Santiago Villa (ambos da Argentina) e Eric Maltaite (Bélgica), entre outros.

Por: AVE/AMADORA BD