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    Arquivo: Edição de 15-10-2011

    SECÇÃO: Destaque


    PCP trouxe Honório Novo a Ermesinde para debater a situação educativa

    No passado dia 7 de outubro a estrutura concelhia do PCP realizou no auditório da Escola Secundária de Ermesinde uma sessão de debate subordinada ao tema “Cortes na Educação. Requalificação das Escolas de Ermesinde e Valongo. E para ajudar ao debate trouxe até Ermesinde o deputado Honório Novo.

    A sessão contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho e da técnica municipal Angelina Ramalho, que usaram da palavra na sessão.

    Também presente estava João Arcângelo, da FAPEVAL – Federação das Associações de Pais do Concelho de Valongo.

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    Num debate que andou sobreteudo à volta da questão da suspensão das obras previstas para a Secundária de Ermesinde, mas em que se abordou, de igual modo, a situação na Secundária de Valongo, Honório Novo, que se encontrava na mesa da sessão ao lado de Adelino Soares, principal responsável da estrutura concelhia comunista e de Adriano Ribeiro, deputado municipal eleito pela CDU, começou por recordar o programa de visitas dos deputados do PCP ao concelho, em julho de 2010, e a projeção das obras de requalificação do parque escolar, que previa que as obras na Escola Secundária de Ermesinde deviam avançar na terceira fase – em que se iriam intervencionar 17 escolas no distrito – Programa de Modernização esse que foi agora suspenso. A intervenção prevista para a Escola Secundária de Ermesinde era a terceira mais vultosa no distrito do Porto, orçada em 17 milhões de euros.

    Na quarta fase deveria ser a vez da Escola Secundária de Valongo.

    Honório Novo fez notar que a situação crítica nestas escolas não se resume às más instalações, pois há grandes constrangimentos a nível de recursos humanos (professores mas também funcionários) que agora, com a situação de dificuldade económica, ainda se fazem sentir mais, pois há um grande número de alunos a transitar das escolas privadas para a escola pública.

    Honório Novo considerou que esta situação intolerável, que faz pesar sobre a escola pública uma dupla discriminação não pode passar sem que haja uma resposta e que é absolutamente necessária a iniciativa pública.

    Como exemplo daquilo que se poderia fazer o deputado apontou o exemplo de municípios que propuseram ao Ministério arcar com as despesas da adjudicação das obras previstas na parte correspondente à fatia de 15% do investimento nacional (sendo o restante comunitário), mas fazendo grandes cortes em partes do projeto consideradas supérfluas ou até contraproducentes e geradoras de despesas de manutenção incomportáveis.

    Mas a situação é suscetível de não poder ser replicada ao nível do distrito do Porto, dada a situação financeira difícil da Câmara Municipal de Valongo.

    Honório Novo abordou depois outra questão, a da empresa à qual foram cometidas as responsabilidades da modernização do parque escolar, considerando que o PCP sempre teve dúvidas quanto ao papel positivo desta empresa – de nome precisamente Parque Escolar, tendo prosposto inclusive, por duas vezes, a sua simples extinção.

    O deputado comunista considerou mesmo que esta, além de um sorvedouro de dinheiro, não teve outra justificação para a sua criação, desde o início, do que a simples acomodação de clientelas partidárias.

    E Honório Novo chegou a referir as suspeitas que ao nível dao tribunal de Contas correm à boca pequena, sobre muitas situações suscetíveis de configurar incumprimentos, burlas e outras situações decorrentes do funcionamento de uma entidade que cartelizou as obras no parque escolar distribuindo-as por um grupo de amigos e arquitetos próximos, sem a realização de concursos públicos e sem respeito pelos interesses da comunidade.

    A PALAVRA

    AO PÚBLICO

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    Feita a primeira intervenção, a a palavra foi passada ao público, sendo a primeira a intervir Angelina Ramalho, que começou por lamentar que tivesse sido permitido à Parque Escolar um regime de exceção que lhe permitisse atribuir obras por ajuste direto, com base em duvidosos critérios de “caráter de urgência” ou outros menos claros.

    Com as mesmas verbas e gestão rigorosa dos dinheiros públicos teria sido possível requalificar e até construir de raiz alguns edifícios escolares. Agora o que é que o Tribunal de Contas vai fazer no sentido de responsabilizar todos os desmandos que foram feitos?

    A professora Lídia, da Escola Secundária de Ermesinde questionou por outro lado a legitimidade do Governo em vir suspender agora obras cuja comparticipação comunitária seria da ordem dos 85%, desperdiçando assim uma oportunidade ímpar para a requalificação do parque escolar.

    E os depoimentos a propósito das más condições da Secundária de Ermesinde sucederam-se: salas sem aquecimento no inverno, onde os ratos se passeavam e imperava um cheiro a água choca. O retrato é mesmo... chocante!

    Luís Ramalho, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, considerou que a comunidade escolar de Ermesinde não precisa de uma escola de 5 estrelas, precisa é, pelo menos de uma escola que acenda 3 das que já se tinham apagado.

    E denunciou a feitura de projetos megalómanos e insustentáveis, que não são aqui desejados. O que é preciso é uma escola sustentável e com materiais duráveis, talvez passando o orçamento das obras dos 17 para uns mais razoáveis 10 milhões de euros. E juntou também as suas denúncias, ele que foi aluno desta escola, como o piso de madeira a descascar, que serve de divertimento!

    E avisou que o município devia acompanhar a situação, mas que, nas atuais circunstâncias, não poderia participar do esforço financeiro.

    José Caetano colocou a questão da sobrelotação da escola relacionando-a com a não construção da EB 2,3 que chegou a estar prevista.

    E João Travanca, professor e delegado sindical na Escola Secundária de Valongo, falou da situação desta escola, com sobrelotação de alunos (agora 1 400), falta de recursos humanos e também a presença indesejável dos ratos.

    Ana Virgínia, também delegada sindical, mas na Secundária de Ermesinde referiu que nesta o número de alunos se reduziu, este ano, em cerca de 300, com menos 30 professores que no ano passado, considerando que esta diminuição do número de alunos refletia a fuga às más condições que oferecia, pois mesmo com 300 alunos estava ainda superlotada. E juntou a falta de papel higiénico, papel, marcadores, giz e os equipamentos obsoletos (como por exemplo os dois velhos computadores... que não funcionam!

    Honório Novo chamou ainda a atenção de todos para um panorama negro que, infelizmente, não é exclusivo desta escola em Ermesinde.

    Por: LC

     

     

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