Líder socialista António José Seguro afirmou compromisso no combate à corrupção durante a visita ao concelho de Valongo
O novo líder socialista, António José Seguro, esteve no passado dia 24 de setembro de passagem por Valongo, onde, durante a tarde conheceu várias instituições do concelho e, à noite, discursou, num jantar público que contou com a presença de Francisco Assis. No evento usou também da palavra José Manuel Ribeiro, o líder da Concelhia valonguense do Partido Socialista.
Na sua intervenção, António José Seguro abordou vários aspetos da governação e da vida parlamentar, acusando a maioria de ter tentado fazer passar a ideia de que o PS não estava de alma e coração na luta contra a corrupção, que segundo o secretário-geral socialista é um compromisso muito caro ao PS.
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Fotos URSULA ZANGGER |
Na alocução aos militantes e amigos do PS, António José Seguro começou por esclarecer estar ali em cumprimento da promessa de vir a Valongo caso fosse eleito.
Revelou depois alguns dos contornos desta sua passagem pelo concelho, em que se encontrou com dirigentes de várias associações, corporações de bombeiros e IPSSs, conforme a lógica que tem vindo a defender de saber escutar as pessoas para dar voz aos seus problemas.
Afirmou de seguida que os homens e mulheres do concelho de Valongo podiam contar com o PS para uma nova senda de desenvolvimento e de progresso, e para uma gestão com maior transparência e que criasse condições de emprego.
Falou depois de alguns aspetos que, a seu ver, eram prioridades nacionais, salientando em primeiro lugar o emprego, e apontou que «o que cria e preserva emprego é o crescimento económico».
Por isso se devia apostar mais nas empresas dinâmicas (exportadoras) e saber reorientar muito bem os fundos do QREN para o período 2014-2020.
Outra das prioridades apontadas por António José Seguro foi o combate contra a corrupção, relativamentre à qual garantiu que o PS seria «implacável».
E defendendo que o PS tinha apresentado uma proposta séria no Parlamento, acusou a aliança do PSD e CDS com PCP e BE de terem tentado passar a ideia de que o PS não tinha uma posição firme quanto ao combate à corrupção.
Os socialistas defenderão sempre o combate à corrupção, mas com base no respeito dos princípios democráticos, salvaguardou.
Não se pode inverter o ónus da prova, nem subverter a presunção de inocência, que são princípios fundamentais e fundadores do direito democrático, frisou o líder socialista. «Estou indignado!», afirmou ainda, para rematar este assunto adiantando: «Connosco a corrupção não terá tréguas».
Esclareceu depois o seu compromisso numa oposição rigorosa, «sempre detestei a política do bota abaixo».
Haverá matérias em que o PS estará em perfeita divergência com o Governo, mas haverá outras em que a convergência será garante do sucesso nacional.
Finalmente abordando a questão da distribuição dos sacrifícios, António José Seguro pôs em causa a não contribuição dos que obtinham lucros dos rendimentos de capital para o esforço que é exigido aos Portugueses. Lembrou também que o memorando da “troika” não obrigava ao aumento do IVA sobre o gás e a eletricidade.
Referiu-se depois à questão das contas da Madeira, denunciando a atitude do primeiro-ministro que, embora admitisse um grande problema de gestão na Região Autónoma, não queria intervir para o combater, em vista do resultado eleitoral. Acusou, por isso Pedro Passos Coelho de ser «fraco com os fortes e forte com os fracos» e anunciou que ele sim, iria à Madeira. E que a política deveria ser uma atividade nobre. E ainda que «a maneira como se tratar o assunto da Madeira revelará muito da qualidade da democracia e das instituições».
A terminar, afirmou a sua confiança no projeto do PS em Valongo, dirigido por José Manuel Ribeiro e apontou a necessidade de dar esperança a tanta gente que chega ao fim do mês e já não lhe chega o dinheiro.
A preceder a intervenção de António José Seguro, mais brevemente, usou da palavra precisamente José Manuel Ribeiro, o líder concelhio, que agradeceu a presença dos muitos dirigentes nacionais do PS presentes, referindo entre outros, por exemplo Joana Lima, Fernando Jesus, José Luís Carneiro, Francisco Assis. A este último fez uma saudação especial, pela importância que revestia a sua presença, e brincou ainda com as suas semelhanças físicas, a ponto de, por vezes os confundirem como irmãos.
Invocou depois a consigna socialista de António José Seguro, de pôr as pessoas no centro da ação política.
E lembrou ao líder que Valongo era um dos 25 maiores concelhos do país, embora fosse uma «terra adiada». A Câmara estava na falência, aterrada em dívidas, com o presidente ausente da vida local e um buraco de cerca de 80 milhões de euros, sem ninguém para dar a cara.
E terminou considerando: «Está a chegar a nossa hora! – e transpondo também para o plano nacional – , António José Seguro será o próximo primeiro-ministro de Portugal, em 2015. Queremos fazer política com rosto e com sentimento! Todos cabem neste projeto, socialistas e não socialistas!. Viva Valongo!», rematou.
Por:
LC
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