I Conferências de Banda Desenhada
Com organização do Laboratório de Estudos de Banda Desenhada decorreu a semana passada em Lisboa (22 a 23 de setembro) a I Conferência de Banda Desenhada, que teve lugar no Instituto de Francês.
O Laboratório de Estudos de Banda Desenhada (LEBD) foi criado na necessidade de coordenar toda uma série de gestos, saberes e contactos em torno do interesse pelo estudo da banda desenhada. É um nome “oficial” de um ponto de encontro informal, proporcionado por Pedro Vieira de Moura.
Neste momento, trata-se de um pequeno escritório em Lisboa, com uma pequena biblioteca com volumes especializados (monografias, coletâneas de ensaios, livros de história, sociologia, e estudos culturais sobre esta área, já para não falar de banda desenhada propriamente dita). Está preparado para receber pessoas interessadas em estudar esta área, ou que necessitem de um acompanhamento especializado de trabalhos académicos (inclusive teses de mestrado e doutoramento), ou simplesmente de um apoio pontual para uma qualquer questão. As pessoas poderão – em circunstâncias a combinar – visitar o local e consultar as publicações, elaborar os seus trabalhos no local ou serem apoiadas por alguém. Prevê-se que, em conjunção com o Plano de Formações da Oficina do Cego, se venha a oferecer formação (um curso de História da Banda Desenhada será anunciado em breve).
Procurar-se-á criar uma pequena rede de investigadores em Portugal, que possam ajudar a exponenciar os saberes em torno da banda desenhada.
A primeira acão pública do LEBD foi precisamente a organização das Conferências de Banda Desenhada.
A próxima iniciativa será a publicação da “Rei Rubro” nº. 1, um livro-fanzine de ensaios académicos de banda desenhada, ilustração e animação.
PROGRAMA
DAS I CONFERÊNCIAS
DE BANDA
DESENHADA
Quanto à I Conferência de Banda Desenhada, desenrolou-se da seguinte forma: no dia 22, quinta-feira de manhã, houve lugar à apresentação das conferências e convidados, discursos dos convidados internacionais: David Kunzle, “Rodolphe Töpffer, Diletante” (em língua inglesa) e Thierry Groensteen, “Patchwork de estilos: o fim do dogma da homogeneidade gráfica” (em língua francesa).
Seguiram-se, dedicadas ao tema “O Artefacto Literário”, as conferências de Maria Cristina Álvares, “A figura do herói na bd franco-belga clássica”, Daniel Seabra Lopes, “Na margem da aventura: Pratt” e Alexandra Dias, “O Diário de K. e a Intertextualidade”.
Na tarde desse primeiro dia, sob o tema “Disciplina e Indisciplina”, as conferências de Cláudia Pinto, “Marvels e Kingdom Come: A Re-Mitificação da América”, José Marmeleira, “Vãs epifanias: rock e banda desenhada” e Helena Berardo, “Uma leitura feminista de O Vagabundo dos Limbos”.
Lugar ainda para a mesa-redonda: Grupo de Investigação de Banda Desenhada.
No segundo dia, 23 de setembro, sexta-feira, da parte da manhã e sob o tema “Lógicas de Território”, tiveram lugar as conferências Sara Figueiredo Costa, “Castelao e o galeguismo”,
Nuno Marques, “In The Shadow of No Towers e M-11 La Novela Grafica como momentos de silêncio entre o ruído da tragédia” e João Miguel Lameiras, “Era uma vez na Argentina: entre o esquecimento e a memória”. “Ciência e Banda Desenhada” foi o próximo tema, ainda da parte da manhã com a apresentação das conferências de João Ramalho Santos, “Ciência e Banda Desenhada” e de João Mascarenhas, “Tintin, a aventura na Lua, o conhecimento científico e a bd”.
Da parte da tarde, João Caetano, com “Lugares de Fronteira: Carlos Alberto Santos”, Conceição Pereira, com “Arte fragmentada (José Carlos Fernandes)” e Álvaro Matos, “Política e bd na I República”, abordaram o tema geral “Autores Portugueses”.
O sexto tema, “Limites e Experimentação” foi tratado por Pedro Moura, “Elementos estéticos em The Cage, de Martin Vaughn-James”, Diniz Conefrey, “Percepção narrativa no advento da bd abstracta” e Domingos Isabelinho, “A banda desenhada portuguesa no campo alargado: do O Escritor a A História Dramática de um Ovo”.
Por: AVE/LEBD
|