CARTAS AO DIRETOR
Guerra ao silêncio e ao sossego
[Reencaminhamento de Carta aberta ao
Sr. Comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde]
Sr. Comandante
Na madrugada do dia 9 de agosto, cerca das 02h50, a sirene dos BVE acordou meio-mundo com o seu estridente som. Esta anormalidade durou cerca de 10 minutos. Como pode imaginar, fiquei perplexo. Se as ambulâncias estão impedidas de acionarem sistemas de som à noite; se as viaturas da polícia fazem o mesmo; se até os sinos das igrejas ficam sem o pio entre as 23 horas e as 7 h da manhã, porque é que a sirene do quartel dos bombeiros de Ermesinde tem o direito de incomodar milhares de munícipes que só pedem paz e sossego?
Não me diga, senhor comandante, que os BVE ainda não descobriram a existência dos telemóveis e recorrem aos métodos arcaicos que vigoravam em meados do século passado para chamarem os soldados da paz!? Na era das telecomunicações instantâneas com SMS e chamadas personalizadas, os BVE ainda acionam sirenes à noite? Será possível? Custa-me a aceitar tal aberração. A não ser que, por razões que me escapam, o chefe de piquete em serviço na madrugada do dia 9 de agosto tenha preferido aproveitar uma situação para martirizar os munícipes sabendo-se em total impunidade. Será incompetência? Será perversidade?
Compete ao Sr. Comandante tirar as coisas ao claro. E deixar bem expressas as condições em que a sirene poderá ser acionada. Se o chefe do piquete é um daqueles soldados da paz que gosta de declarar guerra ao silêncio e ao sossego, sugiro-lhe que lhe compre uma corneta e um tambor e o ponha a dirigir os ensaios da fanfarra. Sem ser à noite, é claro…
Por: Amadeu Ferreira de Moura
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