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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 20-09-2011

    SECÇÃO: Local


    CARTAS AO DIRETOR

    Agressão ao ambiente

    Foto DANIEL CÂMARA DE CASTRO
    Foto DANIEL CÂMARA DE CASTRO
    [Reencaminhamento de Carta ao

    Senhor Presidente da Câmara de Valongo]

    Senhor Presidente

    Obedecendo ao agora muito badalado preceito da medicina familiar de andar a pé, passei, por mero acaso, por um pequeno parque verde municipal que parece não estar identificado por placa toponímica mas que se situa algures entre as ruas 25 de Abril e Heróis de Angola, na cidade de Ermesinde.

    Já há muito tempo não passava por ali e fiquei desagradavelmente surpreendido. Registei em imagens as razões da minha surpresa – junto algumas.

    Para além de aquele parque conter no seu miolo uma ruína inútil e inestética, verifica-se que, ao invés de ser, nos dias de canícula que vão correndo, um espaço fresco de sombras acolhedoras, é um espaço árido onde as crianças e os avós de poucas zonas dispõem para se abrigar do sol.

    Com efeito, exceção feita à zona onde se situa uma magnólia grandiflora que escapou, até ver, à sanha destruidora dos podadores municipais, quase todas as outras árvores foram sujeitas, pelo que se depreende, a uma poda mutilante que as deixou com copas miniaturais, ridiculamente desproporcionadas face ao desenvolvimento dos troncos.

    Verifica-se até que algumas árvores têm já um aspeto anémico, tal a severidade com que foi feito o rolamento dos seus ramos.

    Quem fez aquilo deu provas de uma total ignorância das boas práticas do serviço que executa. Está ali o retrato daquilo que não deve ser feito, de uma infrene boçalidade no tratamento dos seres vivos que são as árvores.

    Curiosamente, os modestos executantes de tal barbárie, pertencem a um Departamento de Ambiente e Qualidade de Vida e, dentro deste, a uma Divisão de Parques e Jardins.

    Do meu ponto de vista, o problema está na formação e enquadramento destes homens pelos técnicos que preenchem o organigrama com tão respeitáveis designações. Primeiro, têm que saber. Depois têm que meter as mãos na massa e não se remeterem ao papel de administrativos diplomados e caros.

    Parece absurdo como um Departamento que tem cometida a tarefa nobre de preservar o ambiente e a qualidade de vida, patrocine e pague, com os nossos impostos, a agressão de um e outra.

    Dum ponto de vista positivo, atrevo-me a sugerir a leitura de um pequeno livro, da autoria do arquiteto paisagista Manuel Cerveira, que se intitula “Os Elementos Verdes no Espaço Urbano”. É uma edição, de 1990, da então Comissão de Coordenação da Região Centro.

    É uma modesta sugestão face ao acerbo de conhecimento que se encontra publicado sobre a matéria. Mas terá interesse se puder contribuir para, ao menos, amenizar as más práticas.

    Que tenha umas férias reconfortantes!

    Queira aceitar os meus respeitosos cumprimentos.

    Daniel Câmara de Castro

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
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