Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 20-09-2011

    SECÇÃO: Destaque


    As perspetivas sociais das universidades seniores

    «Juntos podemos e devemos velar por que as pessoas não só vivam mais como tenham uma vida melhor, mais enriquecedora, gratificante e realizada». A frase é de Kofi Annan e poderia resumir, na perfeição, o debate e a troca de experiências que, no passado dia 17 de setembro, tiveram lugar no Fórum Cultural da nossa cidade, num seminário organizado pela Universidade Sénior de Ermesinde.

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    “Perspetivas Sociais das Universidades Seniores” foi o nome dado ao seminário organizado pela Agorarte//Universidade Sénior de Ermesinde em parceria com a Câmara Municipal de Valongo. Este pretendia dar uma resposta clara a quem ainda pudesse pôr em causa os benefícios que as universidades seniores podem trazer à qualidade de vida das gerações mais velhas.

    A sessão de abertura esteve a cargo de José Carlos Faria, presidente da Direção da Ágorarte/coordenador geral da USE e responsável por dirigir o seminário; de João Paulo Baltazar, vice presidente da Câmara Municipal de Valongo, em representação de Fernando Melo, já que o presidente da Câmara Municipal de Valongo não pôde estar presente devido a problemas de saúde; e de Maria do Carmo Castelo Branco Sequeira, reitora da USE e professora catedrática da Universidade Fernando Pessoa.

    De seguida, foi tempo de os oradores convidados prestarem o seu contributo e transmitirem o seu conhecimento. A desempenhar este papel estiveram Esmeraldina Veloso, do Departamento de Psicologia e Educação da Universidade do Minho Joana Guedes, do Instituto Superior de Serviço Social do Porto e Maria Trindade Vale, vereadora da Câmara de Valongo com o pelouro da Ação Social. Esta última, que invocou o seu percurso anterior na área da Educação, defendeu como muito importante o papel da educação de adultos, tema que constituiu polémica do seminário quanto à validade dos métodos e resultados entre esta oradora, por um lado, e Esmeraldina Veloso e Maria do Carmo Castelo Branco Sequeira, por outro.

    A falta de público foi outro fator, lamentado por exemplo pela mesma vereadora, que não percebia a ausência inclusive de pessoas e instituições convidadas por ela , pouca afluência esta que, embora por si só, não tenha comprometido o evento, deixou desanimado o mestre de honras Carlos José Faria.

    Embora o programa contasse com mais duas presenças relevantes e que constituiriam, com toda a certeza, uma mais valia para o debate, a verdade é que este não pôde contar com a participação de Luís Jacob, presidente da Rede de Universidades da Terceira Idade, nem de Daniel Serrão, professor jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, por motivos vários. Por esta razão, dois dos quatro painéis previamente definidos foram suprimidos.

    UMA PROPOSTA

    DESAFIANTE

    É certo e sabido que com o tempo todos nós envelhecemos. Quando velhos perdemos faculdades e capacidades. E se, outrora, seguir linhas de raciocínio era algo que se fazia com uma certa facilidade, o mesmo não acontece quando nos tornamos “jovens idosos”. Isto não é mais que a constatação de um facto, inegável e normativo. Porém, não falta quem pense que depois de velhas as pessoas já não servem mais para prestar contributos válidos e significativos à sociedade.

    Pois bem, foi para contrariar esta imagem arcaica e ilógica dos nossos idosos que se iniciou a criação de universidades seniores. Estas permitem que mesmo depois de reformados, estes possam continuar a ser socialmente ativos e a sentirem-se úteis e imprescindíveis. No entender do vice- presidente da Câmara Municipal de Valongo, nada melhor do que os desafios propostos nas universidades da terceira idade para atingir este objetivo, até porque, segundo João Paulo Baltazar, «a ocupação pode ser o melhor antidepressivo que pode haver».

    Maria do Carmo Castelo Branco não poderia estar mais de acordo e interveio acrescentando que a idade não pode nem deve ser um fator suscetível de condicionar a qualidade de vida seja em que faixa etária for. Esta qualidade de vida deve ser conseguida através do estudo, que do seu ponto de vista, deve estar presente em todos os estádios da vida.

    Ainda durante o decorrer do seminário houve tempo para momentos de discussão dos seguintes temas: “Universidades Seniores: potencialidades e desafios” e “Universidade Sénior: um recurso para o desenvolvimento pessoal”.

    Desta discussão, que se prolongou por várias horas, saiu a importante conclusão de que as universidades destinadas à terceira idade contribuem significativamente para uma velhice bem sucedida e para a plena integração destes indivíduos na sociedade. Desta forma manifestam uma melhoria na saúde, no domínio económico, melhoram os níveis de formação e poder reivindicativo e alargam o rol de atividades que podem desenvolver, como o voluntariado e outros que os mantenham ativos e felizes.

    O SURGIMENTO

    DAS UNIVERSIDADES

    DA TERCEIRA IDADE

    A consciencialização por parte do Estado e da própria sociedade do que realmente significa o verdadeiro envelhecimento da população fez com que, em Portugal, a criação e proliferação das Universidades da Terceira Idade (UTI) fosse sendo um processo muito gradual, demorado e inicialmente com pouco significado.

    Por esta razão, apenas em 1976 surgiu, em Portugal, a primeira UTI, esta situada em Lisboa (Universidade Internacional da Terceira Idade de Lisboa – UITIL).

    Atualmente são 65 as UTI’s que, diariamente, tentam combater problemas graves enraizados na nossa sociedade. O isolamento, a solidão e a exclusão são disso exemplo.

    Por: Sara Vieira

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].