XVIII FEIRA DO LIVRO DO CONCELHO DE VALONGO
Feira bem abaixo da expetativa mas com um final feliz...
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Foto MANUEL VALDREZ |
Encerrada que está a XVIII Feira do Livro do Concelho de Valongo, façamos então o seu balanço definitivo: a Feira, este ano, não correu bem, em grande parte por razões alheias à organização.
Primeiro, já não bastava estar--se em plena crise financeira como, uns dias antes, o Governo tinha anunciado os cortes no 13º mês (que em campanha eleitoral Passos Coelho tinha prometido evitar).
Segundo, a face climatérica não foi risonha, com as noites frias e muitos dias sem sol, afastando ainda mais os visitantes.
A abertura da feira registou pouca afluência e a performance artística junto à entrada foi muito pouco conseguida, como já referimos no nosso número anterior.
Houve até chuva, que entrou em muitos pavilhões e chegou a danificar livros. Não foi o caso no pavilhão de “A Voz de Ermesinde”, que contudo teve que fazer uma redistribuição dos livros para evitar as prateleiras molhadas.
A correção das anomalias foi demasiado demorada, só no dia seguinte tendo ficado a situação mais ou menos normalizada. Assim um dos aspetos que até tinha recebido uma nota positiva, os pavilhões deste ano, acaba também por merecer a crítica por terem deixado meter água. Não queremos contudo, aqui, ser demasiado severos para com a organização, que tentou junto dos fornecedores dos pavilhões evitar o que se passou e depois remediar e limitar os danos.
O programa cultural da feira no que toca a espetáculos não sofreu demasiado com as limitações orçamentais, oferecendo ao público alguns espetáculos interessantes.
Finalmente, a segunda parte da Feira, a qual ainda não tinha sido possível noticiar no número anterior, foi bem melhor que a primeira, com grandes eventos integrados na sua programação, como a V Conferência de Ermesinde, organizada pela associação cultural Ágorarte e dedicada a Miguel Torga – um evento que tem tudo a ver com a Feira do Livro e que se revestiu de um grande interesse teórico –, mas também um outro, que embora não tão ligado aos livros, merece atenção e elogio, o IV Encontro Internacional de Coros organizado pela Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE).
Além destes dois eventos merecem-nos também destaque neste final da Feira, a apresentação do livro de Sérgio Lucas “Camaleão” (Mosaico de Palavras), e o espetáculo consequente por ele oferecido no miolo da Feira, a apresentação do livro “Lendas do Porto”, de Joel Cleto (edição Quidnovi, mas trazido à feira pela Ágorarte, a apresentação dos livros de António Sá Gué e da sua editora Lema d’Origem, uma mais-valia do concelho de Valongo e, finalmente, a performance dos jovens artistas do grupo “Sabor a Teatro”, também ligado à Ágorarte, que fizeram uma dramatização com várias personagens saídos dos livros, como Sherlock Holmes, Alice no País das Maravilhas, os Três Mosqueteiros, Harry Potter e ainda uma referência a Pessoa e aos seus heterónimos.
Embora este seja um grupo muito jovem, acabou por resgatar uma boa ideia que, em parte, coincide com a iniciativa do ano passado referente aos retratos de alguns escritores portugueses.
Por:
LC
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