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    Arquivo: Edição de 15-02-2011

    SECÇÃO: Cultura


    David Ferreira – um jovem mágico de classe mundial

    David Ferreira é um World Class Magician português, que vive em Ermesinde e está semanalmente no Villa Café, no interior da Vila Beatriz. Decidimos entrevistar este jovem e promissor mágico, que nos referiu, todavia, ser esta a primeira vez que o seu trabalho é alvo do interesse público.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    “A Voz de Ermesinde” (AVE) - Como surgiu o gosto pela magia?

    David Ferreira (DF) - Os mágicos começam quase todos da mesma maneira: uma caixa de magia, algum truque que aprendem ou por verem o David Copperfield. No meu caso começou com uma caixa de magia que o meu pai me ofereceu quando tinha 8 anos.

    AVE - E com que idade sabia que era isto que queria fazer?

    DF - A partir dos 12. Aos 19, depois de uma formação, tornei-me profissional e estou inscrito na Associação Portuguesa de Ilusionistas. Fazia espectáculos sempre que podia. Via um baralho de cartas num café e era para lá que ia. Tentava mostrar que sabia fazer, sempre que dava. Os primeiros trabalhos que fiz não eram pagos exactamente por isso: queria mostra que sabia fazer, queria ver a reacção das pessoas.

    AVE - Falou em formação… qual foi a sua?

    DF - Fiz formação na Escola Fenianos do Porto e depois fui para Lisboa, para o Instituto de Ilusionismo, por minha conta. Dou também formação em modelagem de balões e aulas de tango (tive de aprender por causa dum dos meus números). Falo também várias línguas (ainda que grande parte dos espectáculos sejam mudos), e estou a ter aulas de Francês neste momento por ser uma língua em que tenho mais dificuldades.

    AVE - O que significa ser um World Class Magician?

    DF - É um título atribuído a mágicos que fazem espectáculos internacionais e que os conseguem fazer sem ser a chamada “magia muda”. São espectáculos falados e que implicam o domínio de diversas línguas. Sou o único em Portugal a tê-la e foi-me atribuído em Barcelona, na Feira Ibérica de Ilusionismo, em 2007.

    AVE - Que tipo de espectáculos faz?

    DF - Faço tudo…casamentos, baptizados, festas, comunhões, despedidas de solteiro, despedidas de casado (que já as há e também faço)… Tudo! Tenho de aceitar tudo, sobretudo porque é uma forma de expandir o meu trabalho. Tenho contratos semanais com bares, mas fazer outros espectáculos é fundamental para a expansão da minha carreira. Conhecer figuras públicas, por exemplo, é uma das razões. Não porque estas me vão contratar, mas porque podem influenciar outras pessoas a ver o meu trabalho e a contratar-me.

    AVE - Houve, com certeza, espectáculos que correram menos bem…

    DF - Na Queima das Fitas do Porto o segurança não me deixava entrar. Não acreditava que eu era mágico. Então estive perto duma hora a fazer truques até o segurança decidir chamar alguém da organização e deixarem-me entrar.

    Outras que correram menos bem foram em palco quando, ao tirar um coelho da cartola, ele me mordeu. Mas tinha de manter o ar de que nada se passava. Também tive uma vez, no Coliseu do Porto, em pleno espectáculo, alguém a gritar dos bastidores: “Agarrem-me esse coelho!”.

    AVE - Então apanharam alguns dos seus truques…

    DF - Sim, claro. É mais normal quando faço close-up (espectáculo de rua) porque posso estar a fazer um truque para uma pessoa e de repente tenho 20 ou 30 pessoas à minha volta. Há, muitas vezes, alguém que está num ângulo que lhe permite aperceber-se do truque e às vezes chamam-me à parte e dizem que viram como fiz.

    AVE - Sente falta dos apoios na área?

    DF - Os espectáculos são pagos pelos artistas, ganhando muitas vezes o share. Já o próprio Luís de Matos o fazia através dos Estúdios 33, que eram dele e onde ele gravava os espectáculos. Desde que ele saiu do País, a magia não teve tanto destaque e é nesse sentido que há uma falta de apoio. O material em si não é muito caro (porque podemos trabalhar com um baralho de cartas, por exemplo), mas há uma discrepância nos preços… uma cartola custa à volta de 50 euros numa loja para festas, mas numa loja mesmo para mágicos, uma cartola atinge os 500 euros…

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    AVE - Qual é o seu ídolo?

    DF - David Blaine. Faz apenas close-up e eu, tal como ele, gosto de ver a reacção das pessoas. Têm reacções diversas, desde rirem-se às gargalhadas ao espanto, e até mesmo insultarem-nos. É essa reacção espontânea e a necessidade de improviso, por vezes, que ele tem e eu gosto.

    AVE - E quais são os espectáculos já agendados?

    DF - Tenho o espectáculo dos meus cinco anos de carreira, no dia 26 de Fevereiro, no Villa Café, onde estou semanalmente. Ainda em Fevereiro tenho uma festa da Refer, já não no espaço do Villa.

    Mais tarde, em Maio, estarei na Queima das Fitas do Porto.

    AVE - Por último, que conselho deixa a quem queira enveredar pela área?

    DF - Sejam persistentes. Acima de tudo. Eu também, como toda a gente na área do espectáculo, já levei com portas na cara…mas com trabalho e persistência consegue--se. É o mais importante.

    Por: Sara Amaral

     

     

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