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    Arquivo: Edição de 15-01-2011

    SECÇÃO: Tecnologias


    Caixa Mágica anuncia mudança para uma base Debian

    A distribuição de Linux mais bem sucedida com origem em Portugal, a Caixa Mágica (a distribuição que vem distribuída juntamente com o Windows no computador Magalhães) vai ter a sua próxima versão, a 16, assente numa base Debian.

    O anúncio foi feito pela Caixa Mágica no primeiro dia do ano, considerando que esta será «uma das maiores mudanças a que se propôs desde a sua criação».

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    Segundo a empresa, dirigida por Paulo Trezentos, e que tem vindo a basear a sua área de negócio no software livre, a sua próxima distribuição de Linux - «a Caixa Mágica 16, prevista para Abril de 2011 - terá uma base Debian partilhando pacotes com Ubuntu e Mint».

    Segundo refere uma nota no seu site, sobre o Roadmap 2011-2015 da empresa, «apesar do relacionamento próximo e profícuo que existe com a Mandriva desde 2007, existem vários factores que [...] levaram a essa decisão».

    Esclarece a Caixa Mágica: «Em primeiro lugar, temos a consciência que chegámos até aqui ouvindo os nossos utilizadores e clientes e não será agora que deixaremos de o fazer. A mensagem que nos têm transmitindo é que gostariam de ter a base de suporte e comunidade da Caixa Mágica mas sobre uma base Debian, partilhando tecnologia com outras distribuições derivadas de Debian, como Ubuntu ou Mint».

    Em segundo lugar, grande parte da tecnologia que temos vindo a desenvolver na distribuição e em projectos europeus de investigação está muito próxima de Debian. Com efeito, tem sido forte a aposta no APT como meta-instalador e ambicionamos partilhar esses desenvolvimentos com outras distribuições.

    Finalmente, os projectos europeus de I & D [em] que temos estado envolvidos permitiram-nos conhecer elementos da equipa de Debian que nos inspiraram e com quem fomos estabelecendo pontes.

    Continuaremos a trabalhar com a Mandriva e a dar suporte aos produtos instalados, e em particular a CM 12, CM 14 e CM 15, com o mesmo profissionalismo que temos vindo a fazer.

    Mudanças

    e propósitos

    da Caixa Mágica

    Esta mudança insere-se na estratégia e objectivos traçados para os próximos 5 anos.

    Se desde 2000, a Caixa Mágica se tem afirmado de forma ímpar no panorama português Open Source, seja como distribuição de Linux, I & D ou consultoria, acreditamos ter chegado ao momento de ao mesmo tempo que consolidamos a nossa posição no mercado nacional mas passar também a endereçar o mercado internacional.

    Para esse efeito, apostaremos em manter a comunidade e apostar em ser um player global com especial incidência em quatro áreas principais do mundo Linux:

    • networking / mobile: fornecendo o melhor suporte de rede a nível de distribuições de Linux, beneficiando do esforço conjunto do projecto europeu ULOOP, e afirmando-nos como player na plataforma Android (através de apostas globais como o Aptoide / Bazaar);

    • meta-instaladores: continuando a desenvolver o APT e integrando o suporte para rollback e solving em soluções empresariais como as que perseguimos com os parceiros do projecto europeu Timbus;

    • green computing: porque acreditamos que o Linux tem de estar preparado para os desafios energéticos que se nos colocarão (poupança de energia, virtualização,...);

    • consultoria open source em grandes projectos com vertente internacional: continuaremos a afirmar-nos como os parceiros para projectos ambiciosos com tecnologia open source, com um foco da produtização e aposta no mercado global. Eventualmente, subindo na cadeia e apresentando soluções aplicacionais open source para médias empresas mas sempre com focos concretos e apostas específicas».

    Fazendo referência ao limite temporal deste Roadmap, a Caixa Mágica termina dizendo:

    «De 1 de Janeiro de 2011 a 31 de Dezembro de 2015, poderão contar com o nosso empenho, dia a dia, hora a hora, na concretização da visão que acima foi apresentada. Podem contar com aquilo que nos caracterizou nos últimos 10 anos: Linux e Open Source inteligente. Logo, eficaz. Bom ano de 2011 para todos os utilizadores de Caixa Mágica. Bom Linux».

    Outras razões

    eventuais

    não invocadas

    A popularidade crescente do sistema de empacotamento de software baseado em .deb (da Debian) relativamente aos .rpm (lançado pela Red Hat e adoptado pela Mandriva) não deve ser alheia à escolha da Caixa Mágica mas pode não ser esta a única e eventualmente até a principal razão desta escolha.

    Se por um lado o sólido trabalho de base da Debian veio permitir a outras distribuições (Ubuntu, Mint, Knoppix) debruçar-se mais sobre outros aspectos, como a facilidade de uso, a disponibilidade de uma solução integral, a detecção de hardware, etc..., fazendo das soluções desktop com base Debian uma alternativa mais popular que outras distribuições Linux (Fedora, openSUSE, Mandriva e outras), também é verdade que não devem ser alheias a estas decisões da Caixa Mágica a instabilidade quase constante dos últimos tempos da Mandriva que, como se sabe, acaba de ver nascer um fork da sua distribuição, a Mageia, lançada por um grupo de ex-empregados seus em Novembro de 2010, lançamento este acompanhado de uma declaração de não confiança nos actuais responsáveis pela Mandriva.

    Mas já em 2006 (embora isto não tivesse então assustado a Caixa Mágica), a Mandriva tinha perdido o seu fundador Gaël Duval, ou melhor, fundador da Mandrake (que formou a Mandriva quando se uniu à Conectiva), e que também de forma crítica relativamente aos então responsáveis da Mandriva, saiu para criar o projecto Ulteo.

    A decisão da Caixa Mágica aparenta, seja como for, ser um passo no bom sentido. De qualque dos modos, pelos vistos, é também o que a comunidade exige.

    Por: LC

     

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