SECÇÃO: Local

58º DIA MUNDIAL DOS LEPROSOS – 30 DE JANEIRO DE 2011

Acções de sensibilização do Grupo Local da APARF

Aliás o trabalho do Grupo Local da APARF já se desenvolve desde o passado mês de Outubro de 2010 e vai prolongar-se até Maio de 2011.

São meses em que aos fins-de-semana, sábados e domingos, os membros do Grupo Aparf, apoiados por voluntários desta causa, dedicadíssimos e com imenso sentido de Serviço, vão de paróquia em paróquia, com o precioso acolhimento dos respectivos párocos, a quem desde já manifestam a sua gratidão e aí deixam uma palavra de sensibilização e solicitam ajuda para esta causa.

O inspirador deste Serviço Fraterno é Raoul Follereau, o chamado “vagabundo da caridade” e “apóstolo dos leprosos do século XX”.

Este ser humano de eleição viveu 74 anos de uma vida cheia não de si mesmo mas dos outros, sobretudo daqueles de que ninguém queria saber – os leprosos.

O seu desafio aos poderosos do mundo de então (anos 50 do século passado) não foi escutado, mas a sua teimosia e dedicação a esta causa humanitária é a fonte de inspiração e a razão para continuar aquilo que ele não pode continuar – a luta contra a lepra e todas as lepras.

As pessoas a quem o Grupo Local da APARF se dirige, de uma forma geral, porque muitas delas até já o conhecem, são de uma enorme generosidade como resposta ao apelo à partilha que lhes é feito.

É o Povo Português no seu melhor – este sentido de partilha e solidariedade (pena ser tão mal tratado, pelos poderosos deste lindo País).

A todos o Grupo Local da APARF quer desde já agradecer, do fundo do coração, o seu gesto de partilha.

A lepra hoje, em Portugal não é um problema de saúde pública, felizmente, estimando-se que existam algumas centenas de ex-enfermos aqui nascidos. Mas há novos casos, de forma especial provindos de partes do mundo onde a lepra é ainda endémica.

Em Portugal existe um “velho” hospital-colónia – o Rovisco Pais, na Tocha, Cantanhede, que é motivo da visita do Grupo Local da APARF uma ou duas vezes por ano, pelo menos. A APARF não visita o Rovisco Pais, mas os ex-hansenianos (ex-leprosos) ali residentes, alguns dos quais há mais de 50 anos!

É para eles e elas toda a atenção e carinho.

Pelo Natal o Grupo Local da APARF lá esteve mais uma vez e a frase mais escutada, vinda dos enfermos foi: «…a melhor prenda de Natal é a vossa visita…!».

Quantas lições de vida e testemunhos, muitos deles inenarráveis, só escutando os interpretes destas vidas de solidão e doença!

A lepra hoje continua a afligir, infelizmente, alguns milhões de pessoas, em países tão diversos, com predominância para os do continente Africano, mas também na América do Sul ou Ásia.

Onde se fala a nossa língua – Moçambique, Angola, Guiné, Brasil, Timor, etc…

A lepra existe ainda, porque há pobreza, desnutrição, falta de água potável e de condições de higiene.

A lepra tem cura e a baixo custo, mas porque o egoísmo é muito mais difícil de curar e a ambição desmedida dos poderosos deste mundo desfigurado e sombrio, continua a existir e a matar a auto-estima e a provocar muitas “vidas” que de tal apenas têm o nome, já que ser leproso é quase não viver.

Por: Carlos Santos (*)

(*) Pelo Grupo Local da APARF de Ermesinde