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    Arquivo: Edição de 15-01-2011

    SECÇÃO: Local


    NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

    Motivação

    Hoje fala-se da produtividade das empresas e organizações.

    O facto de haver falta de emprego leva, de uma forma descuidada, a que se faça uma rotação muito rápida de pessoal, dado que:

    • admite-se, não se tem tempo para explicar os objectivos;

    • não se investe na formação do trabalhador e na adaptação ao posto de trabalho;

    • a falta de organização leva a níveis elevados de pressão;

    • as chefias não estão preparadas para liderar;

    • chega-se demasiado rápido à conclusão de que “não serve” – despede-se;

    • as pessoas não se chegam a fidelizar às empresas;

    • o absentismo é elevado;

    • atrasa-se o pagamento do salário para “intimidar”.

    O que não pensamos é no custo que isso tem, e que não se vê, além de que dá sempre uma sensação de instabilidade à equipa. Nunca se sente um todo.

    Isso leva a que se trabalhe em permanente desmotivação e a um grande desinteresse nas tarefas que se desempenham, desconhecimento dos objectivos e sensação de não pertença à entidade empregadora, passando para o exterior uma imagem negativa.

    Outras situações há com empresas onde impera um extremo bom senso e um investimento no capital humano – as Pessoas.

    Aqui não há perda mas sim retorno.

    De que forma?

    As pessoas lutam pelos objectivos que lhes são pedidos, cuidam dos seus equipamentos e das suas máquinas, sentem-se motivados, preocupam-se com a qualidade do seu desempenho profissional, têm zelo pelas instalações e passam uma imagem positiva para o exterior e raramente faltam ao serviço e, a fazê-lo, preocupam-se em minorar o prejuízo que causará a sua ausência. Os índices de produtividade são elevados. As perdas são controladas.

    Pensa-se que a desmotivação está associada, em grande parte, a salário mínimo nacional e a uma lei geral de trabalho desfavorável aos trabalhadores.

    Eu tenho sérias dúvidas porque acho que, se as empresas, por mais pequenas que sejam, assumirem atitudes com os seus colaboradores, tais como:

    • organizarem e definirem objectivos concretos e viáveis;

    • transmitirem a importância que eles têm para a empresa;

    • explicarem com quem podem contar, em caso de excepção ou dúvidas;

    • fizerem sentir a importância e as consequências de um trabalho bem feito;

    • implementarem uma atitude não de policiamento mas sim de controlo;

    • ouvirem as sugestões de melhoria;

    • promoverem a troca de ideias em reuniões de pequena duração;

    • incutirem uma atitude de zelo com as instalações e máquinas;

    A troco de um investimento diminuto poderão estar a “fabricar” colaboradores que, com o decorrer do tempo vão querer ficar, mesmo por um “salário mínimo”.

    Eu adoro andar de transportes públicos e para mim, que tenho paixão pela motivação, tal serve-me como uma grande fonte de aprendizagem, além de que Recursos Humanos é vício, e eu ando nisto há mais de 30 anos.

    Com a idade (e eu adoro dizer que tenho 50 anos), pensamos sempre que já ouvimos as histórias todas mas, um dia destes, na paragem, estava sentada uma senhora que inesperadamente falava comigo. Era 4ª feira, ao final do dia e tinha conseguido limpar 13 condomínios em três dias.

    Engraçado o ar de felicidade com que o dizia. Referiu com orgulho que o tinha feito sozinha e que não tinha havido reclamações, e olhava muito para as mãos como amigas, que lhes tinham permitido trabalhar tanto. Disse que estava cansada mas que no dia seguinte ia lavar três garagens enormes.

    Precisei de saber o que a motivava e perguntei-lhe quanto ganhava. Respondeu-me: o salário mínimo e disse-me, «não é muito mas é certinho, e pagam-me sempre a horas».

    Não sei quem são aqueles “patrões” mas certo é que têm uma pessoa altamente motivada nos seus quadros. Oxalá o saibam…

    Seguramente que tudo pode evoluir mas certo é que vão ser sempre Pessoas que ligam as máquinas, os computadores, que atendem ao público, que limpam ou que vendem o pão e também são Pessoas as que as contratam, as que lhes pagam e as que têm que as despedir, as que lucram e as que perdem.

    Não seremos todos clientes uns dos outros, tal como a roda dentada de uma máquina?

    Não teremos é que nos entender todos?

    Digo eu… que só estou a aprender!

    Por: Glória Leitão

     

     

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