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    Arquivo: Edição de 10-12-2010

    SECÇÃO: Destaque


    VISITA PASTORAL DO BISPO DO PORTO A ERMESINDE

    Entrevista com o bispo do Porto D. Manuel Clemente

    De seu nome Manuel José Macário do Nascimento Clemente, o actual Bispo do Porto nasceu na freguesia de S. Pedro e S. Tiago, em Torres Vedras, no ano de 1948, tendo sido ordenado sacerdote em Junho de 1979, ordenado bispo (auxiliar do Patriarcado de Lisboa) em Janeiro de 2000 e nomeado Bispo do Porto em Fevereiro de 2007.

    Formado em História, ingressou no Seminário Maior dos Olivais em 1973 (onde posteriormente irá ser vice-reitor, de 1989 a 1997), tendo-se licenciado em Teologia pela Universidade Católica em 1979, e doutorado em Teologia Histórica em 1992.

    Lecciona actualmente História da Igreja na Universidade Católica, onde é director do Centro de Estudos de História Religiosa. No próprio dia da sua chegada a Ermesinde, para a sua Visita Pastoral, ainda da parte da manhã, tinha precisamente acabado de dar uma aula.

    É promotor da Pastoral da Cultura na Conferência Episcopal Portuguesa, desde Abril de 2002, membro da Comissão Episcopal de Comunicações Sociais desde Junho do mesmo ano, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais eleito Abril de 2005.

    Jazendo jus aos seus dotes de comunicação viva e muito fácil, colabora habitualmente no programa "Ecclesia" da RTP2.

    Homem de Cultura, de espírito vivo e curioso, não por acaso em muitas das conversas havidas com os responsáveis das entidades que visitou em Ermesinde revelou saber mais do que seria de esperar sobre os seus interlocutores, cruzando referências, factos, e demonstrando sempre grande interesse em saber mais.

    Agraciado com a Grã-Cruz da Oredem de Cristo, foi Prémio Pessoa em 2009, uma das maiores distinções a figuras da Cultura portuguesa.

    Com simplicidade e simpatia acedeu prontamente a conceder esta pequena entrevista ao jornal “A Voz de Ermesinde”, concretizada ao princípio de sexta-feira, dia 3, o primeiro da sua Visita Pastoral, pese embora a sua agenda muito carregada, como damos conta neste mesmo jornal.

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    “A Voz de Ermesinde” (AVE) – Senhor bispo, qual o sentido e carácter da sua visita pastoral a Ermesinde?

    D. Manuel Clemente (DMC) – Com esta visita procuramos inteirar-nos mais no concreto da vida das pessoas, da sua vivência, problemas e aspirações. Este contacto ajuda-nos a melhor equacionar os critérios da nossa acção pastoral em relação a cada comunidade concreta, como esta, que é uma das maiores paróquias da diocese do Porto.

    A visita está organizada, como geralmente, de forma a que no primeiro dia se possa contactar a comunidade, as instituições da sociedade civil, a que damos muita importância. E temos gosto em encontrarmo-nos com todas as entidades que tenham gosto em encontrar-se connosco.

    Para nós é muito importante dirigirmo-nos sempre às entidades da sociedade civil, às instituições. E é preciso não esquecer que a própria diocese, vinda do século VI, é a mais antiga das instituições da região.

    O segundo dia é dedicado a um contacto maior com a realidade da Igreja em comunidade, com os seus catequistas, com os seus religiosos...

    O terceiro dia é reservado a uma parte mais celebrativa.

    AVE – Na difícil situação actual, que importância atribui o senhor bispo à intervenção da Igreja na área social?

    DMC – Um papel muito muito relevante, basta lembrar que na diocese são mais de 500 as instituições ligadas à comunidade católica que têm bem presente um sentido de resposta às carências sociais que se vão manifestando. E sempre com a preocupação do reforço desse apoio e de melhor saber ajudar.

    Assim como, também em muitas outras instituições de carácter social não directamente ligadas à Igreja, estão presentes e activos muitos católicos, que abraçam essa mesma responsabilidade.

    AVE – A já referida situação actual não é também propícia a um reencontro com a espiritualidade, em detrimento do apego ao consumismo, aos bens materiais?

    DMC – Sim, a um maior reencontro com a espiritualidade, como diz. E o que espero, como cidadão, é que este tempo se transforme num tempo de maior conhecimento, solidariedade, inovação. É que esta situação torne mais viva a interrogação sobre o sentido da vida, é que estar atento à situação social leve a lançar a interrogação sobre a própria sociedade.

    AVE – Que importância atribui a esse factor da inovação?

    DMC – A inovação é muito importante. De facto não podemos limitar-nos a fazer o que sempre fizemos, temos constantemente que ser capazes de nos ultrapassarmos, de fazer melhor.

    AVE – O que gostaria de dizer à comunidade ermesindense através do jornal “A Voz de Ermesinde”?

    DMC – O que tenho a dizer à comunidade ermesindense através de “A Voz de Ermesinde” digo-o também à própria “A Voz de Ermesinde”: na sociedade temos todos que melhorar e que nos envolver de uma forma mais concreta e participativa, temos que ir mais à frente, em termos de coragem e de valores de solidariedade e compreensão.

    Quer na conversa havida com D. Manuel Clemente, quer nos diálogos com os dirigentes das entidades com quem se encontrou, quer na sua conferência, proferida no Fórum Cultural de Ermesinde ainda na noite do mesmo dia 3, sempre fez questão de frisar a sua pertença à comunidade da Igreja enquanto parte de uma comunidade humana mais vasta. Da sua atitude é exemplo a forma muito cordial como deu uns calorosos parabéns ao responsável da ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais), ao inteirar-se do trabalho social levado a cabo por esta entidade. Outro exemplo do seu carácter foi a forma escolhida para chegar a Ermesinde, viajando do Porto para Ermesinde no comboio suburbano regular.

    Por: LC

     

     

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