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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2010

    SECÇÃO: Cultura


    Universidade Sénior de Ermesinde convidada para concerto realizado na Casa da Música do Porto

    Aplausos para a Orquestra Sinfónica do Porto

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    No desígnio de levar a música erudita a quem nunca teve oportunidade de a fruir nas salas de concerto, o Serviço Educativo da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música lançou um projecto que tem proporcionado algumas audições e despertado muito interesse nos mais diversos estabelecimentos de ensino de diferentes estruturas etárias.

    “A Orquestra Vai à Escola”, assim se designa o projecto, começou por ser apresentado nas instalações das escolas básicas e depois nas secundárias. Mais recentemente contemplou sete Universidades Seniores da Área Metropolitana do Porto.

    Também a Universidade Sénior de Ermesinde, que a associação Ágorarte concebeu e implementou em Maio deste ano para ampliar a sua área de intervenção sociocultural, participou nas reuniões de trabalho realizadas na Casa da Música. O objectivo, inicialmente previsto pelo Serviço Educativo da Casa da Música, era realizar um dos concertos no dia 17 de Novembro em Ermesinde.

    Não havendo espaços disponíveis alternativos ao Fórum Cultural, que no dia aprazado já tinha em agenda, a abertura da Mostra Internacional de Teatro, a Orquestra Sinfónica do Porto, numa atitude de grande abertura, não quis privar os alunos e professores da Universidade Sénior de Ermesinde do concerto que lhes era oferecido.

    OBJECTIVO

    CUMPRIDO

    Esbarrando com naturais dificuldades, por não dispor de instalações próprias, já que a sua acção formativa se exerce num espaço graciosamente cedido pelo Instituto do Bom Pastor, a Universidade Sénior de Ermesinde viu goradas as tentativas de proporcionar esse concerto na sua cidade.

    Mas se a orquestra não veio a Ermesinde, foi a Escola à Casa da Música no dia 19 de Novembro, a exemplo do que aconteceu também com a Universidade Sénior Contemporânea do Porto.

    As dezenas de alunos e professores das duas instituições, que encheram por completo a sala dois da Casa da Música, tiveram assim o ensejo de assistir à actuação da orquestra dirigida pelo maestro inglês Philip Pickett.

    Começando rigorosamente à hora indicada, (a pontualidade é uma imagem de marca da Casa da Música), o concerto, que foi sendo comentado por Jorge Castro Ribeiro, incluiu excertos da parte instrumental da ópera Dido e Aeneas de Henry Purcell, suites números um, dois e três de Water Music, baseada na música aquática de George Händel e, finalmente, alguns excertos da Sinfonia nº 104 Londres, a última de Joseph Haydn. Todas estas obras integram-se nos períodos barroco e clássico, que caracterizaram as correntes estéticas dos séculos XVII e XVIII, “o primeiro mais exuberante, com um fervor mais festivo, o segundo mais moderado e influenciado pelo Iluminismo” como explicou Castro Ribeiro.

    REENCONTRO DA MÚSICA

    COM A MITOLOGIA

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    Marcadamente barroca é a “Water Music”, uma obra cujo tema central é a mitologia grega e «na qual o maestro Philip Pickett, introduziu uma narrativa própria», como sublinhou Castro Ribeiro. Trata-se de uma composição que havia sido encomendada a Händel pelo rei de Inglaterra, Jorge I e que foi estreada em 1717 por 50 músicos a bordo de uma barcaça, satisfazendo assim o excêntrico pedido do rei que assistiu ao concerto numa embarcação da família real durante um passeio pelo rio Tamisa. De resto, sabe-se que Händel compôs muita música para os passeios reais naquele emblemático rio.

    Já a sinfonia nº 104 Londres, considerada uma das mais belas de Haydn e que se destaca pelo seu carácter mis popular, foi a última apresentada por Haydn na capital britânica num concerto que lhe rendeu 4 000 florins. «Uma quantia colossal para a época, só possível em Inglaterra», como comentou Castro Ribeiro.

    E foi com esta obra que a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música encerrou o concerto, atentamente escutado e vivamente aplaudido por alunos e professores das duas Universidades Seniores.

    No final, Ana Sofia Ferreira, professora de música da Universidade Sénior de Ermesinde era uma voz autorizada, pela sua formação, a enaltecer «a importância desta iniciativa da Casa da Música pela motivação que aproxima as pessoas a uma arte tão essencial à vida como é a música».

    Por: Álvaro Mendonça

     

     

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