MIT – MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO 2010
Um santo gozo...
|
Foto MANUEL VALDREZ |
Tomando por base um espectáculo paroquial de natureza mais ou menos etnográfica, em que a subsversão pelo humor irrompe a todo o momento, e em que o próprio espectáculo se desconstrói e é posto em causa – com um final em que os actores continuam a representar enquanto recebem os aplausos e a eles reagem diferentemente, “Sempre ao Lonxe” – uma criação de Quico Cadaval, Evaristo Calvo, Victor Mosqueira e Piti Sanz, foi um dos melhores espectáculos do MIT 2010.
A peça, que brinca com o próprio Cadaval, e com vários aspectos da peculiar autoridade e diversidade nacional do Estado espanhol – veja-se o tampo da viola que tem como fundo a ikurriña (a bandeira basca) ou a pandeireta que não é mais que o capacete de um guardia civil, é talvez de mais difícil leitura para o público português que para o público de Espanha, mas muita da sua irreverência (para com o clero, por exemplo), é universal.
A interpretação é dos próprios autores, à excepção do referido Quico Cadaval.
Por:
LC
|