SECÇÃO: Arte Nona

Mais um número do BDjornal – mais uma pedrada no charco

Nunca uma publicação portuguesa teve a importância que o “BDjornal” assume para a Banda Desenhada em Portugal, pois além da vitrina que também é, para autores e obras de BD, esta agora revista (recorde-se que já foi jornal) assume-se como uma consciência crítica do que se vai fazendo, com uma perspectiva selectiva e com um espírito de missão inquebrantável.

Neste número que agora chega às bancas, para além dos textos do próprio editor, lugar de relevo para as colaborações habituais e preciosas de Pedro Cleto, Pedro Vieira Moura e Leonardo de Sá.

Um grande destaque é dado neste número a Diniz Conefrey – recorde-se a exposição na Mundo Fantasma e a passagem no VI Festival Internacional de Beja.

Dele diz Machado-Dias no Editorial do “BDjornal” n.º 26: «Conheci Diniz Conefrey no início da década de 1990, quando ele publicava bandas desenhadas no fanzine Dossier Top Secret (de que fui co-editor nos últimos cinco números). Daí para cá encontrámo-nos esporadicamente em diversas alturas, mas foi no Festival de Beja deste ano, vendo-o com Maria João Worm na banca do Mercado do Livro, que tive a sensação de quanto ele é um autor mal conhecido (diria mmesmo mal-amado) do público português. E no entanto é um dos nossos melhores autores. Após alguma pesquisa na internet, encontrando uma entrevista que deu ao jornalista brasileiro Matheus Moura e lendo o que escreveu no seu site Quarto de Jade, decidi realizar um amplo dossier sobre este autor, ampliando e remontando a entrevista atrás referida e mostrando ao público algumas das suas pranchas (...)».

E pronto. Mais que justificado este interesse por Diniz Conefrey.

O dossier sobre Conefrey inclui textos de Machado-Dias, Pedro Vieira Moura e João Ramalho Santos sobre o autor, uma sua biobibliografia, a tal entrevista (“No Quarto de Jade”), de Matheus Moura, com ampliação e remontagem do editor do “BDjornal”, a publicação de diversas pranchas de obras de Conefrey, e o que ainda se verá a seguir.

Além deste autor, a atenção do número recém-saído do “BDjornal” recai também sobre outros notáveis autores portugueses, como Fernando Bento (a propósito do centenário do seu nascimento – ver em baixo –, e que evidentemente não podia deixar de ser assinalado!), em texto do próprio Jorge Machado-Dias; e Fernando Relvas, em texto da autoria do próprio Diniz Conefrey, e do qual se publicam também algumas pranchas (ora aqui está o que faltava do dossier dedicado a Conefrey).

O VI Festivakl Internacional de BD de Beja tem neste número algum destaque, quer em texto de Diogo Campos (“O VI Festival Internacional de BD de Beja, a Celebração da Banda Desenhada”), quer do editor Machado-Dias (“VI Festival Internacional de BD de Beja, Alguns Problemas, Algumas Reflexões”).

Pedro Cleto assina “Julia Kendall – Requiem para uma Criminóloga?”, Pedro Vieira Moura escreve sobre o “Projecto Zona”, “Footnotes in Gaza - Joe Sacco”, e “Promessas de Amor a Desconhecidos Enquanto espero o Fim do Mundo – Pedro Franz”, além de participar, com Joge Machado-Dias e João Ramalho Santos, como já dissemos, no dossier sobre Diniz Conefrey.

Sara Figueiredo Costa assina a “Miscelânea Editorial”.

Outro destaque neste número é o espaço dedicado ao maior herói de Hergé, com os textos de Leonardo de Sá “A Prancha Desaparecida de Tintin” e de J. Machado-Dias “Tintin - e Não Tintim, Editado pelas Edições ASA”.

José Carlos Francisco sai em defesa da sua dama, com o texto “Tex ao Redor do Mundo”.

Lugar ainda para “Efeméride nas HQ-Brasil” – Chet, Edição Comemorativa.

E depois vem a apresentação dos autores representados com obras neste número do BDJornal.

São publicados “Luar do Sertão”, de Wilson Vieira (argumento) e Angelo Roncalle (desenho); “Apache”, de Tony Fernandes (argumento e desenho) e “Ana”, de Carlos Henry (também argumento e desenho).

Por isso, muitos motivos para não perder este número do “BDJornal”.

Por: LC/Kuentro