II Encontro de Pedestrianismo de Ermesinde
|
Fotos MANUEL VALDREZ |
Após uma primeira edição deste evento e do seu sucesso, deu-se continuidade, em 23 de Abril, ao espírito destes momentos em que se destaca um agradável e didáctico convívio, aliado ao lazer e actividade desportiva. Actividades saudáveis para o corpo e para a mente.
É de realçar a adesão dos caminheiros da Terra Verde e a presença de convidados vindos de outras paragens que a nós se associaram em alegre confraternização, para conhecer o património natural das serras do nosso concelho de Valongo, neste caso a Serra de S. Justa, que possui uma vasta diversidade paisagística a nível ambiental e cultural.
Observar as diversas particularidades geológicas, botânicas, zoológicas e culturais da Serra de S. Justa foi o objectivo desta edição.
A actividade teve o seu inicio no Centro de Interpretação Ambiental da Serra que dispõe de uma basta informação em painéis e cartazes dedicados à promoção do património natural e cultural e onde foi realizada uma sessão introdutória sobre o que se poderia observar ao longo do trilho escolhido, para depois se partir à aventura e melhor se apreciar toda as riquezas que aqui existem.
A importância deste sítio, que remonta à era Paleozóica e que constitui agora o Parque Paleozóico de Valongo, apresenta uma grande geodiversidade nomeadamente as importantes jazidas fossilíferas desta época, as mineralizações de ouro – os fojos, enormes cavidades criadas pelo homem para pesquisa aurífera, que foram exploradas desde o século I d.C. – época de Augusto – na actividade mineira desenvolvida pelos romanos no nosso país e um conjunto de outras características geológicas naturais como as cristas quartzísticas.
Estudos e investigação científica deram a conhecer que esta região há mais de 540 milhões da anos e ate há cerca de 280 milhões de anos esteve coberta pelo mar pois aqui se encontram grande variedade de conchas e uma diversidade de fosseis, sendo os mais conhecidos as trilobites e graptólitos.
O seu património cultural de elevado interesse engloba o Fojo das Pombas que para além da sua importância histórica é hoje um ponto relevante no âmbito da conservação da natureza pelas condições que oferece como habitat, permitindo a sobrevivência de várias espécies de fauna e de flora, e a Aldeia de Couce, um povoado de origens remotas situado no coração de serra, junto ao Rio Ferreira.
As belas panorâmicas sobre os concelhos circundantes – Gondomar e Paredes – a beleza das encostas enfeitadas de flores silvestres, as águas límpidas mas agitadas e barulhentas do Rio Ferreira e do Rio Simão e toda a sua riqueza, que deixa os visitantes sem palavras, fazem com que esta serra represente uma herança cultural que a todos compete preservar para poder ser transmitida às futuras gerações.
Após árdua caminhada desfrutando toda esta magnitude e beleza, chegamos ao lugar de Azenha onde ainda se observam os moinhos e onde demos por terminado o nosso percurso.
Aqui esperava-nos o autocarro que nos trouxe de volta a Ermesinde onde nos deliciamos com um substancial almoço que repôs as nossas energias, finalizando assim este II Encontro de Pedestrianismo de Ermesinde.
Obrigada aos convidados, ate à próxima e boas caminhadas.
E agora? … Agora aguardamos as próximas iniciativas do Terra Verde, que seguem já dentro de… alguns dias. “Dunas de S. Jacinto”... “Caminhos de Santiago”... Sempre a caminhar!
Por: Fátima Vieira
|