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    Arquivo: Edição de 10-12-2009

    SECÇÃO: Editorial


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    Ler nos sinais do tempo

    Primeiro o meu avô António, mais tarde o meu pai, ambos contemplavam os astros, as nuvens, a direcção dos ventos e a eles associavam a previsão do tempo, as características do ano agrícola, a abundância ou a precariedade da economia da região predominantemente agrícola onde viviam, tudo dependia da terra e do tempo. Alheios ao crescimento industrial e ao desenvolvimento tecnológico, regiam-se acima de tudo pelas leis da natureza. Aos poucos introduziram algumas novidades que a indústria lhes fornecia, novas alfaias, novas máquinas, e lá foram aceitando, com alguma relutância, os adubos industriais que substituíam a água choca, os excrementos dos animais, o caranguejo do mar. Semeavam e colhiam de acordo com as luas e as chuvas. O Leça marcava o ano em função das suas cheias. Três cheias nas agras antes do Natal eram significado de ano rico para a região.

    Bons tempos em que a abundância agrícola era sinal de riqueza.

    Hoje a riqueza de uma terra tem outras unidades de medida, e parece que os tempos não vão de feição, este Outono está carregado de nuvens espessas cujo Inverno se avizinha frio e tempestuoso …

    São os sinais do tempo, de um tempo de incertezas e dificuldades económicas, políticas e sociais.

    Parece que as três cheias do Leça antes do Natal não são suficientes para nos animar, antes pelo contrário, o mau tempo faz sempre das suas, com incidências junto das casas de má construção e mal situadas dos mais pobres.

    Adivinham-se tempos turbulentos na área política, viver em democracia é muito difícil quando não há hábitos de diálogo e de boa convivência democrática. Cada um olha para o seu umbigo, luta por si e não pela comunidade, onde vale tudo e a criatividade é fértil, pena é que não a apliquem de forma construtiva.

    Neste fim de ano que se aproxima é urgente um milagre de Natal, esta terra precisa de Paz, é preciso ouvir os outros para nos podermos ouvir, para mim o Natal é esse renascer, todos os anos, ano após ano, sempre com uma vontade renovada, acreditando que todos os anos há Primavera.

    No Natal vamos olhar o céu, descobrir as estrelas que nos são mais queridas, e esperar encontrar uma luz que nos trace um caminho que independentemente das turbulências dos tempos nos conduza a bom porto. A Direcção do Centro Social vai mudar, os tempos não estão de feição, os homens não fazem milagres e não podemos excluir-nos uns aos outros sem razões válidas e seguras, acredito no bom senso e espero continuar a olhar para o Centro Social da minha terra com extremo orgulho e feliz por poder colaborar numa obra difícil onde todos somos poucos.

    Por: Fernanda Lage

     

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