SECÇÃO: Cultura

O morto estava em cuecas

A Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE) concluiu as comemorações do seu 10º aniversário com a representação de “A Birra do Morto”, peça levada à cena pela sua companhia Casca de Nós, nos passados dias 24, 25 e 26 de Abril, na sala do Fórum Cultural de Ermesinde.

Com texto da autoria de Vicente Sanches, que explora a comicidade inerente a um cadáver recalcitrante, e a encenação segura de José Gonçalinho, a peça constituiu um inequívoco êxito popular.

Foto URSULA ZANGGER

Mais do que isso, o morto, Frederico Silvestre, tem um belíssimo desempenho, assumindo os registos ora piegas ora de protesto com que pretende convencer os demais a deixá-lo por cá.

Assinalem-se ainda os momentos exemplares do acordeão de Domingos Lima.

Algumas dúvidas nossas: a marcha da vida inicial concebida por Gonçalinho é um momento muito bonito da peça, aliás servida pela música de José Mário Branco a cantar Natália Correia, mas não temos a certeza de ser uma boa escolha para dar o início mais adequado a esta peça de humor.

E há também, no final, um momento de comicidade certa que se perde um pouco quando os espectadores poderiam ser apanhados de surpresa com o morto ainda na sala/palco, depois da saída do funeral.

No final,Queijo Barbosa, muito bem, apresenta a companhia, e agradece o trabalho do encenador.

FICHA TÉCNICA:

Texto: Vicente Sanches; Direcção e encenação cénica: José Gonçalinho;

Intérpretes: Adelaide Vicente; Ana Maria Barbosa, António Queijo Barbosa, Estrela Rocha, Fernanda Barbosa, Fernando Miguel Azevedo, Filipe Lima; Frederico Silvestre; Hermínia Carvalho; Marta Lopes; Renato Hernandez, Paulino Laranjeira, Vanessa Ferreira; Figurinista: Fernanda Carneiro; Músicos: Domingos Lima; Rui Miranda; Operador de luz e som: Fernando Carvalho.

PRODUÇÃO: Casca de Nós.

Por: LC