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Edição de 30-09-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2008

    SECÇÃO: Psicologia


    A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL

    (Hiper) actividade?

    Este é um espaço de reflexão e diálogo sobre temas do domínio da Psicologia, que procurarei dinamizar com regularidade, trazendo para aqui os principais problemas do foro psicológico que afectam pessoas de todas as idades.

    Na qualidade de psicóloga estou disponível para os leitores de “A Voz de Ermesinde” me poderem colocar as questões que desejarem ver esclarecidas, através de carta para a redacção deste quinzenário ou para o seguinte “e-mail”: [email protected]

    A hiperactividade é uma doença que se encontra directamente relacionada com o comportamento. Por isso, a desordem do défice de atenção com hiperactividade, assim denominada, trata-se de uma problemática que começa por criar dificuldades de aprendizagem e de adaptação, especialmente nos primeiros anos de vida.

    Não pode ser considerada uma condição limitada à infância, pois, em muitos casos, prolonga-se até à idade adulta, não sendo ultrapassável apenas com o crescimento e desenvolvimento.

    Vários estudos indicam que a base desta perturbação é essencialmente neurológica, havendo, no entanto, factores genéticos e experiências ambientais que também podem contribuir para moldar o comportamento. Contudo, importa desmistificar que não é a forma como a criança é educada, a formação dos pais ou o seu estatuto social, que contribuem para uma maior afecção da doença.

    Estima-se uma prevalência de 3 a 20% em crianças em idade escolar, sendo os rapazes os mais afectados.

    Actualmente, dado o aumento das expectativas académicas em prol dos educandos, têm sido elaborados mais diagnósticos.

    Embora as manifestações clínicas possam ser precoces, é na escola, meio privilegiado, que estas mais se fazem sentir. A inatenção, hiperactividade e impulsividade constituem 3 sinais aos quais se deve estar atento.

    Estas crianças evitam tarefas que requeiram concentração, distraem-se com facilidade e não prestam atenção ao que se lhes diz.

    A hiperactividade resulta numa extrema incapacidade para controlar os impulsos em situações em que tal é requerido e socialmente correcto. Em ambiente escolar, estas crianças normalmente perturbam incessantemente as aulas, interrompem os colegas, alternam facilmente de actividade e não conseguem manter-se sentadas durante um certo período de tempo. Não raras vezes, esta característica, quando associada à impulsividade, pode aumentar o risco da ocorrência de acidentes pessoais.

    Crianças com esta síndrome costumam ser desorganizadas, desajeitadas, com pouca aptidão desportiva, têm um aproveitamento escolar irregular, e não são muito sociáveis.

    Antes de efectuar o diagnóstico, importa verificar a existência (ou não) de outras doenças associadas (com especial destaque para a visão e a audição). Há que considerar também o temperamento da criança, sexo e idade da mesma.

    Após o diagnóstico, pais, professores e outros educadores devem ser esclarecidos e aconselhados pelo técnico de referência acerca das melhores estratégias a adoptar. É fundamental que entendam esta perturbação como um problema de saúde, ao invés de um problema de disciplina. Por isso, é importante valorizar sempre os aspectos positivos da conduta, evitando a crítica sistemática.

    Os objectivos do tratamento depreendem-se com a melhoria da aprendizagem e do rendimento escolar.

    O prognóstico costuma ser bastante positivo quando existe um bom apoio e acompanhamento psicoterapêutico.

    Por: Joana Dias

     

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