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    Arquivo: Edição de 15-06-2008

    SECÇÃO: Opinião


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    A crise começa a mostrar as garras

    Neste tempo de crise sentida por todo o lado, as consequências deste indesejado ambiente começam a mostrar-se. Primeiro foram os pescadores a forçarem o governo a conceder algumas ajudas para os homens do mar voltarem ao trabalho. Agora a coisa esteve mais feia com os transportadores a imobilizar as viaturas, provocando dificuldades de circulação a quem queria ou precisava de transitar nas nossas estradas, criando, inclusive, situações de ruptura de combustíveis e de alimentos nos estabelecimentos de venda. E, segundo se depreende das declarações do primeiro-ministro no Parlamento, as coisas chegaram a atingir uma tal gravidade que poderia ter acabado em confrontos, de consequências imprevisíveis, entre os camionistas e as forças de segurança, a exemplo do que tem ocorrido em outras cidades europeias.

    Costuma dizer-se que o medo guarda a vinha e, a avaliar pelos avanços e recuos dos negociadores nas últimas horas de conversações com o governo, faz sentido o entendimento de que o executivo terá feito constar que estava para breve uma intervenção em grande escala, mobilizando polícias e elementos das forças armadas para pôr fim à situação, tida por atentatória das regras de um Estado de direito. Esta hipótese é compaginável com o anúncio na noite de ontem de que não tinha havido consenso na Batalha para levantar a paralisação, para pouco depois tudo se inverter com as “associações” representativas a declararem o contrário.

    Um outro elemento caracterizador de que o desfecho das negociações não terá sido muito ortodoxo, é o resultado obtido. Com efeito, sendo o elemento desencadeador da “paralisação” a reivindicação do desconto de oito cêntimos por litro no imposto para transportadores (o designado gasóleo profissional), é incompreensível que os camionistas tenham desarmado com as “migalhas” de um desconto nas portagens somente até ao fim do ano, no período compreendido entre as vinte e duas horas e as seis do dia seguinte, já que a garantia de não aumentar o ISP em 2009 é qualquer coisa que cheira a truque. Mas, mais inconsequente será a promessa de legislar para encurtar os prazos de cobrança das facturas e o aumento automático do preço do frete sempre que o gasóleo suba mais de 5%. Sabido como é, que se trata de uma actividade de preço livre, como poderá o Estado intervir para coarctar a liberdade dos contratantes? Com alguma expressão para as empresas que paguem IRC (que não devem ser muitas) será a majoração de 20% nos custos com o combustível, já que a possibilidade de entregarem o IVA liquidado somente depois de recebidas as facturas, não altera a estrutura de custos. Tudo somado e subtraído, bem se poderá dizer que o medo de intervenção repressiva das polícias e forças armadas, fizeram com que os camionistas metessem o “rabo” entre pernas e se pusessem a rolar continuando a pagar o gasóleo ao preço da generalidade dos consumidores.

    Mas o mês de Junho não é somente de apreensões. Também temos razões para as maiores euforias. Com a vitória de ontem, Portugal apurou-se para os quartos de final do EURO 2008, acontecimento que fez saltar de alegria muitos milhões de portugueses, não só os radicados no “rectângulo” nacional, como todos os que tentam a sua sorte fora das fronteiras de Portugal continental e Regiões Autónomas. Depois desta entrada de “leão”, o menos que merecemos é que os nossos “rapazes” continuem a dar provas de saber, rigor e auto-estima, mantendo os seus concidadãos presos aos ecrãs das televisões até ao jogo da final que se realizará na cidade de Viena, no próximo dia vinte e nove. E, por hoje, recusamo-nos a roubar mais tempo aos estimados leitores de “A Voz de Ermesinde”. Como eles, também queremos ter tempo para acompanhar a Selecção de todos nós.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

     

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