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    Arquivo: Edição de 15-05-2008

    SECÇÃO: Destaque


    REUNIÃO DA JUNTA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

    Falta de cantinas em várias escolas volta a ser discutida

    A falta de cantinas em várias escolas da cidade e a futura construção de um edifício com vários andares no terreno sobranceiro à Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) foram o tema forte da última reunião.

    Mas foi aquando da apresentação da proposta de romaria em honra de St.ª Rita, feita por Luís Ramalho, que os ânimos se exaltaram. Almiro Guimarães mostrou-se completamente contra, chegando a dirigir vários insultos ao secretário da Junta.

    Fotos ARQUIVO URSULA ZANGGER
    Fotos ARQUIVO URSULA ZANGGER
    A última reunião pública da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) começou com o período de informações prestadas pelo presidente em exercício, relativamente ao andamento de diversos assuntos, entre os quais a conclusão das obras na JFE.

    Como não houve intervenções por parte do público seguiram-se as vozes da oposição, começando por intervir a representante da CDU. Sónia Sousa pôs em cima da mesa um assunto já discutido em anteriores reuniões, mas que continua a suscitar muitas dúvidas. Trata-se da construção de um prédio com vários andares no terreno sobranceiro à JFE (assunto desenvolvido na pág. 11).

    Outro dos assuntos abordados por Sónia Sousa foi a construção de um novo cemitério para Ermesinde.

    A representante da CDU referiu uma visita feita por Artur Pais, juntamente com o presidente da CMV a um cemitério modelo, em Elvas. Um modelo bastante moderno, com direito a cafetaria, lojas e sistema informático para localização de campas. O único problema é que este empreendimento é de gestão privada com concessão por 20 anos e os preços praticados são bastante elevados. Por isso, Sónia Sousa solicitou ao executivo da Junta de Freguesia a aprovação uma carta para enviar ao presidente da CMV onde expresse o seu desacordo relativamente ao tipo de gestão para o novo cemitério.

    Em resposta a esta questão, Artur Pais afirmou que ainda é cedo para tomar uma atitude, até porque ainda não foi atribuído um terreno para a construção do cemitério, tarefa que cabe à Câmara Municipal de Valongo. O presidente acrescentou ainda, que não concorda com uma possível gestão privada do cemitério, mas isso será discutido posteriormente.

    De seguida interveio Alcina Meireles, que subscreveu a posição de Sónia Sousa relativamente à gestão do empreendimento por uma entidade privada.

    Elogiou também as comemorações do 25 de Abril, destacando a palestra que decorreu na Escola Secundária de Ermesinde.

    As suas críticas recaíram na posição assumida pelo presidente da Câmara Municipal, na última Assembleia Municipal, relativamente ao assunto da falta de cantinas nas escolas da Bela, Sampaio e Gandra. «O presidente da Câmara Municipal afirmou que não havia falta de cantinas nas escolas, mas depois numa entrevista ao jornal “A Voz de Ermesinde” emendou, afirmando que, afinal, faltavam cantinas em algumas escolas», argumentou.

    As estradas em mau estado e o antigo problema do estacionamento abusivo junto ao café da Vila Beatriz foram outros dos problemas apontados por Alcina Meireles.

    Por fim, falou do Mercado Municipal e da promessa incumprida de Fernando Melo em reabilitar aquela infra-estrutura.

    Artur Costa tomou a palavra para chamar a atenção sobre vários problemas já antigos, que apesar de estarem continuamente a ser levados à reunião da Junta, continuam por resolver. Trata-se da iluminação da ponte da Travagem, da pintura de passadeiras em algumas vias e da falta de protecção na Rua Faria Sampaio para quem atravessa a via.

    Quanto ao assunto das cantinas, Artur Costa apelida a situação de «ridícula», escusando-se a mais comentários. Abordou também o problema do Mercado Municipal, dizendo que nunca acreditou que este fosse reabilitado. E relativamente à construção do novo cemitério afirmou que discorda da gestão privada do empreendimento. O membro da oposição declarou que a disponibilização de um terreno para a construção do cemitério é responsabilidade da Câmara Municipal de Valongo mas «a decisão é de todos, e portanto temos uma palavra a dizer». Quanto à construção no terreno sobranceiro à Junta de Freguesia, Artur Costa mostrou-se completamente contra.

    Almiro Guimarães fez a sua intervenção começando por questionar o presidente acerca da proposta que tinha colocado, na reunião anterior, para a organização de sessões de esclarecimento com elementos da GNR, de forma a alertar os mais velhos para o perigo dos assaltos. De seguida alertou para a necessidade de se destinar um terreno para a construção do cemitério, uma vez que este assunto tem bastante urgência.

    Luís Ramalho, secretário da Junta de Freguesia de Ermesinde, respondeu às questões colocadas pela oposição, começando por justificar o problema da falta de cantinas em determinadas escolas. «O presidente da Câmara deu instruções claras para que o problema fosse resolvido e foi solicitado à Escola EB 2,3 de S.Lourenço que partilhasse os serviços da cantina com os alunos das escolas que não usufruíam do serviço. No entanto, esse pedido foi recusado, e esta situação não foi dada a conhecer ao presidente da Câmara, motivo pelo qual o problema se manteve».

    Relativamente à questão das sessões de esclarecimento promovidos pela GNR, Luís Ramalho garantiu que a medida vai ser implementada.

    ROMARIA

    DE St.ª RITA

    PROVOCA DISCÓIRDIA

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    Na segunda parte da reunião da Junta discutiu-se a aprovação da Acta n.º 4, que referente à proposta de romaria em honra de St.ª Rita, apresentada por Luís Ramalho. Além das iniciativas do ano anterior, que diziam respeito à organização do espaço, policiamento e higienização do local, esta moção contemplava também o prolongamento da romaria do dia 7 até ao dia 10 de Junho, a requisição de uma empresa para a limpeza do local (uma vez que a CMV se recusou a fazê-lo), a actuação de colectividades do concelho e o lançamento de fogo de artifício durante 10 minutos. O orçamento previsto para a realização destas actividades rondava os 10 900 euros, sendo que a estimativa da receita era de cerca de 30 000 euros.

    Alcina Meireles e Sónia Sousa criticaram o fogo de artifício contemplado na proposta, relembrando que nas comemorações do 25 de Abril foi necessário conter gastos. Por sua vez Artur Costa criticou o facto de a Junta de Freguesia se ter tornado na Comissão de Festas das Romarias em Honra de Stª Rita e discordou completamente da proposta porque a exploração do local deveria servir apenas para a JFE angariar verbas. Acrescentando que «se a Junta de Freguesia não tem necessidade desta receita extra, então deveria dar a possibilidade de exploração do espaço a outras instituições da cidade, como por exemplo o Centro Social, Bombeiros Voluntários, CPN ou o Ermesinde». Artur Costa reafirmou a sua posição declarando que não faz qualquer sentido a JFE encarregar-se destas festividades e que nunca discutiu esta situação durante os seus três mandatos.

    Luís Ramalho contrapôs esta declaração, insistindo que a Junta de Freguesia de Ermesinde se tem encarregado, nos últimos anos, de organizar as romarias em honra de St.ª Rita.

    Após esta intervenção, Sónia Sousa mostrou-se descontente com a proposta de disponibilizar a exploração do local a instituições da cidade, porque entendia que seria complicado colocar várias entidades a organizar um evento deste tipo, e sugeriu então, que a organização fosse feita pela Junta de Freguesia mas que as receitas excedentes fossem distribuídas pelas instituições da cidade.

    Artur Pais interveio para afirmar que as comemorações do 25 de Abril tiveram o respeito merecido, mas como este tipo de evento não gera receitas, logo também não pode ser alvo de avultados investimentos. Quanto à proposta da romaria, declarou que o fogo de artifício não terá grande interesse mas o que «é importante é mostrar à população a tradição de St.ª Rita».

    Almiro Guimarães subscreveu a posição de Artur Costa, reafirmando que nunca discutiu esta situação na Junta de Freguesia e que lhe causava estranheza que isso estivesse a acontecer agora. Além disso, afirmou também que se a JFE não necessita das verbas angariadas na romaria então que fossem outras intituições da cidade a beneficiar da exploração do local. Apesar disso, afimou que concordava com as várias iniciativas como sejam o policiamento, a higienização do local, etc., mas discordava em três pontos da moção.

    Começou por declarar que não concordava que a proposta fosse apresentada em nome de Luís Ramalho, caberia ao executivo fazê-lo; também discordou com a contratação da empresa de limpeza e com o fogo de artifício. Sugeriu, por isso, que a proposta fosse alterada, nestes pontos, mas Luís Ramalho recusou-se a fazer qualquer alteração.

    Foi então que, de seguida Almiro Guimarães se dirigiu ao secretário, acusando, nestes termos: «O senhor andou aqui durante o ano a chular!», e acrescentando que Luís Ramalho andou a «receber dinheiro da Junta sem trabalhar», acusando-o ainda de, actualmente, dar a ideia que anda a «trabalhar em prol de si próprio e não da Junta de Freguesia».

    Perante estas acusações Luís Ramalho abandonou a sala de reunião, recusando-se a a votar na proposta por si apresentada.

    A votação da proposta para a romaria em honra de St.ª Rita reuniu quatro votos contra, nomeadamente de Artur Costa, Alcina Meireles, Artur Pais e Almiro Guimarães e uma abstenção – Sónia Sousa.

    É de referir que Américo Silva não esteve presente nesta reunião.

    Por: Teresa Afonso

     

     

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