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    Arquivo: Edição de 30-11-2007

    SECÇÃO: Tecnologias


    Os primeiros passos do pinguim

    Quem quer fugir da “ditadura” dos softwares proprietários, pelos quais somos obrigados a pagar pequenas fortunas, tem uma opção cada vez mais popular: o Linux. Na verdade, as opções são muitas. Por ser um programa de código aberto – em que qualquer pessoa pode modificar a sua programação – há várias versões diferentes do Linux (também chamadas de “distribuições” ou “distros”), cada uma voltada para um tipo específico de utilizador.

    No nosso caso (utilizadores iniciantes), isso não faz muita diferença, já que praticamente todas as versões vêm com os programas mais comuns para as necessidades de uma pessoa “normal”. Há o OpenOffice, além de programas para edição de imagens, como o Gimp, gravação de CDs e DVDs, jogos e tudo o que é preciso para navegar na internet.

    Para instalar o Linux, qualquer que seja a versão escolhida, será necessário obter os CDs ou o DVD com o programa de instalação. Isso pode ser conseguido baixando o arquivo directamente da Internet (Figura 1), comprando alguma revista que venha com o disco, ou até mesmo recorrendo a uma versão vendida por qualquer vendedor ambulante (como o programa não é pago, isso não é considerado pirataria).

    NADA MUITO DIFERENTE

    A instalação é muito similar à do Windows: é só colocar o CD/DVD e escolher a instalação na versão gráfica (há a possibilidade de instalar em versão texto, mais complicada), clicando em ENTER (Figura 2). Depois disso, é só deixar que o programa de instalação reconheça todos os componentes do seu micro e comece a copiar os arquivos, pedindo no máximo uns dois cliques nos botões “Avançar”.

    Uma boa ideia é instalar o Linux num disco rígido vazio e não tentar o dual boot, que permite escolher em qual sistema iniciar (Windows ou Linux), pois os dois sistemas nem sempre se comportam bem. Algumas vezes instalar os dois sistemas num mesmo HD ou habilitar o dual boot pode significar um desastre. Sendo assim, melhor deixar o Linux só, pelo menos até termos mais familiaridade com ele.

    Para o nosso tutorial, escolhemos o Fedora Core 5 (de que se pode fazer o download em http://fedora.redhat.com/), uma das versões mais actuais e estáveis do Linux. O processo de instalação é fácil e razoavelmente rápido. Tudo muito parecido com o Windows até aqui.

    As configurações básicas (idioma, local, data, etc.) não exigem nenhum grande esforço, pois o Fedora já configura praticamente tudo, baseando-se na sua escolha de idioma. Para não se complicar, escolha sempre as opções padrão, que são mais que suficientes para não deixar ninguém decepcionado. Mas não se preocupe: claro que sempre há a possibilidade de acrescentar mais aplicações após a instalação.

    UTILIZADOR ROOT E UTILIZADORES COMUNS

    Uma das poucas diferenças é que vai ser obrigado a criar uma senha para o utilizador “root” (raiz), que é o equivalente ao administrador do Windows (Figura 3), e a criar uma conta de utilizador, que é a que deve ser usada por si, por questões de segurança. Arrancando sempre como um utilizador “comum”, a possibilidade de alguém tentar invadir o seu PC ou de ser infectado por algum vírus é mínima.

    Na verdade, esta é apenas uma precaução e funciona exactamente da mesma maneira que as contas de utilizadores que são criadas no Windows, permitindo que cada pessoa possa personalizar a sua área de trabalho e demais itens. Personalizar é realmente um dos destaques do Linux. Cada versão traz pelo menos duas alternativas de “modelos” de desktop. Algo como as skins que se usam em programas como Winamp ou Firefox. Vale a pena dar uma olhadela em todos e escolher o que mais agrada.

    A ÁREA DE TRABALHO A AS APLICAÇÕES

    Agora que a instalação já acabou e você já arrancou, de preferência com uma identidade diferente da de root, é que as coisas deveriam complicar-se. Na verdade, com a excepção de algumas poucas diferenças de nomenclatura, tudo é muito familiar. Lá estão a lixeira, o ícone do “Meu Computador” e a barra de atalhos, com o relógio o ícone de som e os ícones das aplicações do OpenOffice. Na barra de ferramentas há vários menus, como o Ferramentas. Nele encontramos:

    Acessórios – Lá estão a calculadora, um compactador de arquivos no estilo Winzip, dicionário, etc..

    Escritório – Onde encontramos o processador de textos, calendário e um gerenciador de tarefas, por exemplo.

    Ferramentas de Sistema – É aqui que, entre outras coisas, podemos modificar as configurações do sistema e encontrar um atalho para o programa de actualização de software.

    Gráficos – Apesar de alguns nomes incomuns, nesse menu encontramos um editor de imagens e um visualizador de arquivos gravados no formato PDF.

    Internet – Programas para e-mail, voz sobre IP (VoIP), IRC (Chat), um utilitário de mensagens electrónicas que pode conectar-se ao softwares mais popular (ICQ, MSN e Yahoo!, por exemplo) e uma versão do navegador Firefox. Tudo o que é preciso para que ninguém fique com saudades da grande rede.

    Jogos – Dependendo do “sabor” do Linux, os títulos são diferentes. Alguns jogos são razoáveis e outros bem ridículos. Mas os clássicos como as Minas e o FreeCell estão lá.

    Programação – O que menos interessa aos “mortais”. Há um editor para quem faz programação.

    Som e Vídeo – Há reprodutores de CD, vídeo e até um programa para ripar músicas de CDs.

    ALGUNS DETALHES QUE PRECISAM DE SER NOTADOS

    O Fedora Core, a partir da sua versão 3, já vem com um software para a criação de CDs e DVDs, no qual é preciso apenas arrastar os arquivos e clicar no botão “Gravar no disco”. Apesar disso, é bom tomar cuidado no momento de usar um disco regravável. O programa nem sempre faz as coisas da maneira correcta e, para não desperdiçar um CD/DVD, uma boa ideia é instalar um outro programa de criação de CDs.

    Apesar de quase tudo ser muito semelhante ao mundo do Windows, o Linux tem as suas particularidades. Por exemplo, o sistema de directórios não é exactamente igual. No início pode confundir-se um pouco para encontrar um directório ou arquivo, mas é só uma questão de mudar de mentalidade e entrar no mundo dos pinguins (o símbolo do Linux).

    Outro pequeno problema é em relação ao som. Normalmente o Fedora reconhece correctamente as placas de som, vídeo e os drives de CD e DVD, mas vai notar que nenhum som sai das caixas do micro. Demorou um pouco para descobrir o porquê, mas a explicação é simples: os controlos de som (encontrados no tradicional ícone do altifalante) vêm com o seu volume desabilitado. A solução é abrir o controle de volume e habilitar tudo o que quiser. Simples assim (Figura 4).

    JULIO PREUSS *

    * Tutorial feito a partir de dúvidas dos leitores e que contou com a colaboração de Fernando de Oliveira, um dos autores de “Linux: Comece Aqui”, da editora Campus/Elsevier. Retirado e adaptado para Portugal, do site http://wnews.uol.com.br.

     

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