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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 30-03-2007

    SECÇÃO: Tecnologias


    Como copiar a imagem de um disco rígido para outro usando Linux? (II)

    Imagine que acabou de instalar um Linux, configurou serviços, criou contas de utilizadores, instalou e configurou uma ou outra aplicação adicional por download da internet. Agora, imagine que do seu lado tem outra máquina igualzinha e vai ter que fazer a mesma coisa nela, tudo de novo.

    Provavelmente, no mínimo, vai soltar um suspiro de resignação antes de começar. Agora imagine que não tem só uma, mas cinquenta máquinas à espera do mesmo tratamento... Aí, em vez de suspirar, você vai mas é atrás de alguma aplicação capaz de gerar e copiar imagens de discos rígidos (hd’s), como o Ghost(R) por exemplo. E talvez nem saiba que já possui uma ferramenta que muito provavelmente poderá resolver o seu problema logo na linha de comando do Linux. Essa solução, ou melhor, comando, tem o simples e pequeno nome de dd (igual ao comando para apagar linhas no "vi").

    (continuação do número anterior)

    Uma outra situação é que podemos desejar mover aquele Linux para um outro hd com outro esquema de particionamento. Aqui entra de novo aquela característica do Linux: se especificámos que a raiz vai ficar, por exemplo, em /dev/hda3 durante a instalação no hd original, no novo hd este também vai ter que estar em /dev/hda3. Se especificarmos que o /boot tem que ficar em /dev/hda2, também tem que ficar em /dev/hda2 no novo hd. Mas a boa notícia é que nada impede essas partições de estarem alguns blocos mais à frente ou mais para trás, o que não pode é haver mais partições antes das partições a serem copiadas em relação ao hd original. Isto posto, nada impede que se faça algo como:

    dd if=/dev/hdc2 of=/dev/hdd2 (admitindo que os hd’s estão no ide2 master e slave respectivamente).

    E repetindo o comando para quantas partições formarem o seu sistema, não esquecendo a de swap, claro. De novo chamando a atenção, note-se que foi copiado hdd2 para hdd2, ou seja, da segunda partição para a segunda partição. Mas não há impedimento que no primeiro hd a primeira partição tenha 2G enquanto que no novo hd a primeira partição tem 4G, fazendo com que a partição hdd2 fique bem adiante.

    Note-se que, neste procedimento, não copiamos o boot loader para o segundo hd, ou seja, ele não vai arrancar logo. Vamos ter que instalá-lo manualmente. Se for o lilo, e se tivermos o arquivo de configuração do boot loader a ser instalado no novo hd no seu directório actual do Linux que estamos a usar para executar a cópia, podemos fazer algo como:

    # lilo -C arquivo_de_configuracao -b /dev/hdd.

    O arquivo de configuração pode bem ser o /etc/lilo.conf copiado a partir do hd original, que montámos num ponto qualquer antes de processar a cópia, só para pegarmos esse arquivo, e logo depois o desmontar. Não é meu objectivo entrar em detalhes do comando mount aqui, a não ser uma pequena dica mais à frente. Se não temos familiaridade com esse comando, recomenda-se um pouco de estudo sobre ele e também sobre como o Linux trata sistemas de arquivos antes de tentar algo deste material.

    Uma última dica: eventualmente podemos ter problemas como consequência do lilo no Linux em que executámos a cópia ser uma versão diferente daquele usado pelo Linux que estamos a copiar. Pior, podemos ter usado para boot um Linux que só usa grub (ou seja, tentámos o comando lilo e recebemos a clássica mensagem de “command not found”). Não desesperemos, podemos montar o hd original num ponto de montagem qualquer, tal como no comando:

    # mount -t ext3 /dev/hdc1 /mnt/linuxorigem.

    Usar o comando chroot para mudar temporariamente a referência da raiz do seu sistema de arquivos:

    # chroot /mnt/linuxorigem.

    E agora que o nosso / está temporariamente mudado para /mnt/linuxorigem, executar o comando:

    # /sbin/lilo -b /dev/hdd.

    Depois é só fazer exit para sair da “gaiola” onde nos metemos :). Possivelmente também poderia ter funcionado tudo se tivéssemos feito algo como:

    # /mnt/linuxorigem/sbin/lilo -C /mnt/linuxorigem/etc/lilo.conf -b /dev/hdd.

    Tudo depende de até que ponto as bibliotecas do Linux que usámos para fazer o arranque são diferentes daquelas que o lilo do hd origem espera encontrar para a sua execução. Agora, se queremos realmente garantir-nos contra sustos e não ter que fazer essas acrobacias, o melhor é usar como boot um Linux idêntico ao instalado no hd origem, e o primeiro exemplo de uso do lilo não dará problemas. Note-se que esta preocupação existe apenas para gerar cópias “bootáveis” de hds para onde copiámos partições em separado. Copiando hds inteiros, como no primeiro exemplo, faz com que passe a não importar nem o SO ou SOs que estão ali. Também não precisaremos de nos preocupar se a partição que copiámos contém apenas dados, e não um SO que precisa de arrancar. Por fim, é óbvio que se a máquina para a qual o hd recém-escrito com o dd tiver componentes de hardware diferentes daquela onde o Linux do hd original foi instalado, teremos que reconfigurar video, som, rede, e tantos quantos forem os componentes de hardware que diferem.

    FALANDO NOUTROS SOs,

    NÃO HÁ MESMO PROBLEMA?

    Infelizmente não temos como testar com todos os SOs que existem no globo (e ainda bem que hoje temos tantas opções, não? :) ). Mas vamos aos casos que já testámos:

    Hd só com Linux: normal, já vale tudo o que falámos até aqui sem pôr nem tirar nada.

    Hd’s iguais, no original com Linux e Windows: também sem problemas, se for feito como na primeira parte deste texto.

    Hd’s diferentes, no original com Linux e Windows: atenção especial apenas para a partição Windows. Apesar de isto ser uma matéria sobre Linux, não me custa dar um conselho: execute o scandisk e o defrag antes de tentar a operação. Se o Windows é recém-instalado, pode-se até saltar esses passos, mas eu tive uma experiência recente com um Windows98 já em uso há algum tempo, em que ele travava no hd para o qual foi copiado logo após o boot. Executar aquelas duas aplicações antes de fazer a cópia resolveu o meu problema. A propósito, só testei isso até hoje com Windows da linha 98/Me usando fat. Nunca tentei com sistemas de arquivos ntfs para ver se funciona.

    Por: GERMANO BARREIRO *

    * E-mail: [email protected]

    NOTA: Adaptação de “A Voz de Ermesinde”. Conclui no próximo número.

     

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