Programa da Lista B
... Para nós, é fundamental que no Congresso se fale de alteração dos estatutos.
Alteração que, por exemplo, termine com o actual processo de escolha dos candidatos a deputados, fértil em episódios pouco dignificantes e escasso em resultados, conduzindo a um cada vez maior afastamento dos eleitos aos eleitores.
Defendemos a eleição, nas concelhias, por voto secreto e universal de todos os militantes, dos seus candidatos a deputados e que só a CP Distrital tenha posteriormente a responsabilidade de formação das listas, pugnando para que todos os concelhos estejam representados (...).
Defendemos a eleição directa do líder, como factor prioritário para uma maior responsabilidade e participação das bases nas decisões, rompendo com os acordos de bastidores e com as arregimentações de interesses, tantas vezes visíveis e que minam a democracia e a genuinidade interna do partido.
Defendemos a nossa recolocação ideológica.
Temos de voltar a ser um partido interclassista, que a colagem mais à direita dos últimos anos dificultou e que contribuiu seguramente para o nosso insucesso.
Urge ter um discurso de esperança, mais voltado para as pessoas e para as questões sociais aproximando o partido ao centro. (...)
Sem saudosismos exacerbados assumimos que o partido volte a ser o PPD, não mudando obviamente a sua designação mas readaptando os princípios, os valores, a prática política (...).
Defendemos que a ascensão na hierarquia partidária (principalmente de jovens com valor) deixe de ser impedida por um aparelho blindado e conservador protagonizado sempre pelos mesmos.
(...)Defendemos que a ascensão a cargos políticos seja facultada a todos os militantes (...), deixando de se assistir a nomeações suportadas por conveniências, favores e amiguismo.
Defendemos a renovação interna das estruturas partidárias, mas uma renovação que não deite fora os mais velhos.
Este processo tem de ser assente numa lógica de respeito por aqueles que contribuíram e trabalharam pelo partido, aproveitando e seu saber, a sua experiência e a sua cultura política. Não nos podemos dar ao luxo de esquecer muitos dos nossos militantes que em horas difíceis estiveram na primeira linha do combate político dando a cara por um projecto, para depois ignorar as suas opiniões e convidá-los, ainda que inconscientemente, a não participar da vida do partido. (...)
Defendemos a limitação de mandatos de cargos políticos, como forma de rejuvenescimento de quadros e acima de tudo de projectos e procedimentos.
Defendemos que os Congressos sejam de facto o expoente do debate de ideias das bases do partido e deixem de ser uma montra de vaidades pessoais, em que os protagonistas, quase sempre os mesmos, escolhem estrategicamente a hora e o modo de falar, privando os militantes de base de intervirem, pelo menos em horas adequadas, coartando as suas possibilidades de expor o seu pensamento.
Queremos ouvir falar de formação política dos militantes. É um factor preponderante de desenvolvimento das capacidades e qualidades daqueles que um dia poderão ser chamados a representar o partido nos órgãos e é uma área que tem sido esquecida há muito tempo pela Direcção Nacional de Partido.
Queremos um partido em que cada um dos militantes pense pela sua cabeça, sem medos ou constrangimentos de perda de privilégios, e isso só é alcançável se o partido for devolvido às bases, se cada vez mais as bases contribuírem para as decisões...
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