50.º ANIVERSÁRIO DA ABERTURA DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE
Escola Secundária de Ermesinde celebra as “Bodas de Ouro”
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NOTÍCIA DA CRIAÇÃO DA ESCOLA TÉCNICA DE ERMESINDE DADA HÁ 50 ANOS NESTE JORNAL |
Sem qualquer cerimónia inaugural, nem presença de entidades oficiais, mas com o apoio, desde a primeira hora, das forças vivas da então vila de Ermesinde (nomeadamente, dos Bombeiros, CPN, Ermesinde Sport Club e Grupo Cultural de Sonhos), conforme noticiou “A Voz de Ermesinde” edições de agosto-setembro-outubro de 1970, e de novembro de 1970, a Escola Técnica de Ermesinde começaria a funcionar no dia 2 de novembro de 1970, com cerca de duas centenas de alunos, há precisamente 50 anos. Depois do 25 de Abril de 1974 passaria a designar-se Escola Secundária de Ermesinde.
Mas antes da sua abertura houve uma série de reuniões tendo em vista a sua criação. Uns meses antes, concretamente no dia 24 de julho, houve uma reunião liderada pelo presidente da Câmara de Valongo, João Alves do Vale, com o objetivo de encontrar um terreno onde construir o novo edifício escolar. O encargo acabaria por ser confiado a si próprio e ao vice-presidente quanto à escolha do terreno. Logo no mês seguinte (agosto), a Câmara de Valongo esteve na Palmilheira para se pronunciar sobre a viabilidade de construir a escola num terreno, com um hectare de área, oferecido por um ermesindense, mas tal proposta acabaria por não ser aceite. No entanto, dias depois, a comunicação social (televisão e jornais) dava conta de que a Escola Técnica de Ermesinde havia sido criada, mesmo não havendo edifício para a instalar. Reuniram, de pronto, a Administração do Bairro, na pessoa do Dr. Luís Ramos, o vice-presidente da Câmara de Valongo, Manuel Ribeiro, e Manuel Joaquim Fernandes dos Santos, um dos maiores impulsionadores da criação desta escola, como já o fora da Escola Preparatória de S. Lourenço. Assim, para instalação da Escola Técnica de Ermesinde, Fernandes dos Santos comprometeu-se a transformar, até 15 de outubro desse ano, um armazém que estava a construir na zona industrial da Formiga, para aí poder funcionar a Escola Técnica. Só que, como entretanto, ninguém tinha anunciado onde se faziam as inscrições a maior parte dos alunos de Ermesinde matricularam-se em escolas do Porto. Por isso, ficou a Escola pronta, mas não tinha alunos. Foi ainda Manuel Joaquim Fernandes dos Santos que mandou publicar anúncios nos jornais diários do Porto convidando os alunos de Ermesinde a pedirem a transferência para a Escola que fizera em dois meses de intenso esforço e dedicação.
Finalmente, a dois de novembro de 1970, quinze professores, sob a direção do Arquiteto Vítor Duarte, lecionaram as primeiras aulas, aos dois cursos inaugurais: 1.º e 2.º anos do Curso Geral de Comércio, e 1.º ano de Formação Feminina.
Nesse mesmo ano letivo, também se iniciou um curso noturno destinado a alunos do 1.º e 2.º anos do Curso Geral de Comércio.
A criação desta Escola representou, obviamente, um enorme valor para a vila de Ermesinde e para as terras mais próximas, na medida em que os numerosos estudantes que aqui viviam já não precisavam de se deslocar diariamente ao Porto para conseguirem prosseguir os seus estudos, no ensino oficial.
O primeiro ano não conseguiu reunir um grande número de alunos, pelo facto de, muitos estudantes na insegurança do seu funcionamento terem efetuado as matrículas em escolas do Porto. Mesmo assim, no primeiro ano de existência, a Escola Técnica foi frequentada, por cerca de centena e meia de alunos.
Num edifício pouco adequado para Escola, com problemas nos acessos e mal iluminados, não tardaria o tempo em que o “Barracão” – como ficou conhecido por se situar na zona industrial – ficasse a rebentar pelas costuras, e Ermesinde reivindicasse, justamente, a construção de um edifício próprio e mais centralizado.
O NOVO EDIFÍCIO DA
ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE
Foi ao Eng.º Roberto Carneiro, Ministro da Educação, que coube a honra de inaugurar o novo edifício da Escola Secundária, no dia 14 de abril de 1989, já lá vão mais de 31 anos, ficando ciente, desde logo, dos mais prementes problemas com que se debatia aquele estabelecimento de ensino, sendo o da sobrelotação, um dos que naquela altura mais se fazia sentir, com mais de 3 mil alunos.
A perpetuar o acontecimento, foi descerrada uma placa de mármore, com inscrição alusiva ao evento.
RECORDANDO AS “BODAS DE PRATA” DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE
No dia 2 de novembro de 1995, a Escola Secundária de Ermesinde completou os seus primeiros 25 anos de vida.
Foi um quarto de século, em que as suas sucessivas direções tiveram de saber ultrapassar muitos obstáculos para conseguirem proporcionar boas condições, aos alunos e professores que nela aprenderam e ensinaram.
Primeiro foi a luta por melhores instalações e segurança, há 25 anos lutava-se pela construção de uma nova escola, para que a Secundária não tivesse de continuar sobrelotada.
O 25.º aniversário da Escola Secundária de Ermesinde contou com um programa diversificado de que fizeram parte várias atividades desportivas, que se prolongaram ao longo de todo o dia; uma exposição fotográfica sobre a Escola Antiga; a entrega de prémios aos vencedores de um concurso literário; a representação da peça de teatro “Duas mulheres, Um destino”, da autoria da aluna Isabel Maria Seixas, pelo grupo de teatro da Escola; entrega de medalhas aos autores dos motivos inseridos no material alusivo a estas comemorações; atuação do Grupo Coral da Escola; e cerimónia de encerramento, que contou com um breve historial da Escola, com uma intervenção do arquiteto Vítor Duarte, na qualidade de 1.º Diretor da mesma, e o descerramento de uma placa comemorativa a que se seguiu um Porto de Honra.
Para o êxito das comemorações muito contribuiu, não só toda a comunidade escolar, mas também a Câmara Municipal de Valongo, a Junta da Freguesia de Ermesinde e ainda algumas instituições e coletividades da cidade, como a Polícia de Segurança Pública, “A Voz de Ermesinde” e os Bombeiros Voluntários.
Hoje transformada em Agrupamento, esta cinquentenária e prestigiada escola de Ermesinde, por onde terão passado dezenas de milhares de alunos e milhares de professores e de funcionários, não deixará de evocar as suas “Bodas de Ouro” e “A Voz de Ermesinde” cá estará para informar, como esteve aquando da sua abertura e ao longo de toda a sua história. Para já, deixamos aqui, publicamente, os parabéns a todos quantos contribuíram e contribuem para o público reconhecimento da qualidade do serviço público que ali vem sendo prestado à educação, há meio século.
Por:
Manuel Augusto Dias
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