Dêmos as mãos neste Natal
Que bom é saber dar as mãos, no momento certo, sem hesitações, com força.
Agarre a minha mão, já viu a força que esse acto encerra?
E agarre outra e outra, com força (...), dêmos as mãos neste Natal. Unidos teremos mais força para denunciar as injustiças, para lutar no dia a dia pelo direito à diferença, ao trabalho, à saúde, à educação, à liberdade…
Nunca é demais lembrar os direitos dos homens, que continuam a ser violados em todos os cantos do mundo, e no dia da sua comemoração muitas escolas e organizações deram as mãos denunciando os seus atropelos, dando voz aos mais fracos, lembrando que ainda há muito que fazer, e que os direitos dos homens continuam a ser desrespeitados.
Não há dia em que a comunicação social não dê notícias sobre a guerra, sobre presos políticos, massacres, campos de concentração, maus tratos, situações de escravatura, de racismo e xenofobia.
Quantos desempregados, despojados de bens materiais e conforto, quantos sem abrigo, abandonados no meio da cidade. Se calhar aqui ao lado, bem perto de nós...
Vivem-se momentos socialmente difíceis de resolver, há um grande número de indivíduos desintegrados socialmente, sem valores nem respeito pelo ser humano capazes de cometerem actos de violência e maus tratos, nomeadamente em crianças, que não nos parecem possíveis existir, temos que encontrar uma saída. A escola, o Estado, as instituições vão ter que dar as mãos e reflectir sobre o Homem que estamos a formar, não nos podemos demitir e deixar correr.
É na igualdade de direitos e deveres que encontraremos uma saída e nunca pela exclusão social.
Combater a exclusão através da formação, de saídas profissionais condignas, é sem dúvida uma das principais medidas e nunca aumentando o desemprego e os desníveis sociais.
Não podemos continuar a criar guetos nas periferias das cidades onde os jovens se sentem marginalizados, onde não têm acesso à cultura, onde tudo é desumanizado e desrespeitado. Há jovens que passam a maior parte do tempo sem contacto com familiares, estes por sua vez não fazem a mínima ideia por onde andam os seus filhos, se vão à escola, se têm rendimento escolar, onde almoçam, como se alimentam, quem são os seus amigos, como ocupam os tempos livres.
Sente-se uma grande ausência de afectividade nos nossos jovens e eles gostam que lhes dêmos as mãos.
– Aqueceu-me a alma a tua mão, aconchegou-me quando me sentia perdida, a tua mão deu-me pão, deu-me conforto, e eu agarrei outra e outra, e esta teia de mãos frágeis tem força para lutar, hoje, amanhã, e depois, e sempre…
Por:
Fernanda Lage
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