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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 15-12-2023

    SECÇÃO: Ciência


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    As mudanças climáticas estão aí

    Este mês de dezembro voltamos a um tema urgente: As alterações climáticas. Numa altura em que a Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de levar a efeito a sua 28.ª edição da Conferência das Partes (mais conhecida como COP) sobre mudanças climáticas, que se realizou entre 30 de novembro e 12 de dezembro, no Dubai, Emirados Árabes Unidos.

    Esta reunião teve como principal objetivo acelerar a transição energética e reduzir as emissões até 2030 e a sua urgência é quase tão grande como a polémica que tem gerado. Em janeiro passado, os Emirados Árabes Unidos anunciaram que Sultan al-Jaber seria o líder das negociações na cimeira do clima das Nações Unidas, no entanto, a notícia foi recebida, obviamente, com surpresa e crítica. “Al Jaber não pode presidir a um processo que tem como objetivo enfrentar a crise climática, ao mesmo tempo que lidera uma indústria que é responsável pela crise”, afirmou Tasneem Essop, presidente da organização não-governamental Climate Action Network. Ter uma figura de destaque no negócio dos combustíveis fósseis a liderar cimeiras sobre transição climática…

    O que já é (quase) consenso é que as alterações climáticas emergem como uma ameaça crescente à estabilidade do nosso planeta, despertando preocupações globais sobre o futuro da Humanidade. Não são fenómenos novos (já sabemos das consequências das nossas ações há mais de meio século), mas a rapidez com que se estão a notar é alarmante. A principal causa para esta mudança reside na atividade humana, principalmente na emissão de gases de efeito estufa resultantes da queima indiscriminada de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural. Esses gases retêm o calor na atmosfera, desencadeando um aumento gradual da temperatura média do planeta.

    O consumo desenfreado de combustíveis fósseis é o principal culpado pelo aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Este gás contribui significativamente para o efeito estufa, levando a um aquecimento global acelerado. À medida que mais CO2 é libertado, as temperaturas médias do planeta continuam a subir, desencadeando eventos climáticos extremos e ameaçando ecossistemas sensíveis a estas mudanças.

    Um dos resultados mais visíveis destas alterações é a elevação do nível do mar. O aquecimento global provoca o degelo dos polos, contribuindo para o aumento do volume da água nos oceanos. Esse fenómeno coloca em risco comunidades costeiras e ilhas baixas, aumentando a frequência e a gravidade das inundações. Como refere o artigo que trazemos à leitura, a região de Aveiro é uma das mais afetadas no nosso país.

    O futuro é hoje e basta olhar para a nossa linha de costa para verificar as consequências dessa subida. Várias praias já tiveram uma significativa redução do areal, várias cidades costeiras enfrentam a ameaça iminente de desaparecimento, enquanto os ecossistemas marítimos sofrem com mudanças nas correntes e na salinidade. A perda de habitats costeiros tem impactos diretos na biodiversidade, prejudicando peixes, aves marinhas e outros organismos, para além do impacto económico negativo gerado.

    Há muito tempo que conhecemos os problemas que temos provocado e também sabemos as soluções que devemos adotar. Para mitigar as alterações climáticas é necessária uma verdadeira transição para fontes de energia renovável. Investir em formas de energia renovável, como solar, eólica e hídrica, é uma maneira de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

    As alterações climáticas são uma chamada de atenção urgente do nosso planeta. Ao compreendermos a conexão direta entre o consumo de combustíveis fósseis, o aquecimento global e a elevação do nível do mar, podemos tomar medidas para preservar o que ainda resta do nosso planeta. A responsabilidade recai sobre todos nós, indivíduos, comunidades e governos, para promover práticas sustentáveis e construir um futuro mais seguro para as gerações vindouras.

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    “CLIMA: COMO É QUE OS RESIDENTES DE REGIÕES COSTEIRAS LIDAM COM A SUBIDA DO NÍVEL DO MAR?

    Uma investigação realizada no Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte) informa sobre a forma como os residentes nas regiões costeiras lidam com as ameaças das alterações climáticas, nomeadamente a subida do nível das águas.

    Com as consequências das alterações climáticas, as zonas costeiras estão expostas aos impactos negativos da subida do nível das águas, colocando em risco comunidades e habitats naturais. No entanto, as consequências da subida do nível do mar não são imediatas, o que pode explicar por que razão as pessoas continuam a escolher viver ao longo da costa. Durante o seu mestrado no Iscte, Natacha Parreira, sob a orientação de Carla Mouro, investigadora do CIS-Iscte, investigou como diferentes tipos de vinculação ao lugar estão associados às estratégias das pessoas para lidar com a subida do nível das águas no distrito de Aveiro, considerada uma das zonas costeiras de maior risco em Portugal.

    Natacha Parreira e Carla Mouro explicam o conceito principal do estudo: “A vinculação ao lugar é a ligação afetiva das pessoas a um determinado lugar, bairro, comunidade ou cidade, e está relacionado com o desejo de permanecer perto dessa área devido ao sentimento de segurança e confiança”. O estudo foca dois tipos de vinculação a um local: um tipo tradicional e um tipo ativo. O tipo tradicional consiste num sentimento de lugar “herdado”, mais associado à residência de longa duração numa casa de família e à resistência a deixar esse local. A vinculação ativa está mais relacionada a um longo período de residência num local escolhido e a um envolvimento mais ativo com a comunidade e as instituições locais através da participação cívica ou de contribuições para o capital social. “Quisemos explorar a forma como estas duas dimensões se relacionam com as estratégias das pessoas para lidar com a subida do nível do mar e como essa relação é afetada pela perceção de risco e pela eco-ansiedade”, esclarecem as autoras.

    De acordo com Natacha Parreira, “a eco-ansiedade ou ansiedade climática pode ser definida como uma preocupação ou angústia persistentes face às ameaças e incertezas atuais e futuras associadas com as alterações climáticas”. A investigadora afirma ainda que “como as pessoas variam na forma como lidam e se sentem em relação aos perigos da subida do nível do mar, é necessário compreender melhor os fatores cognitivos e emocionais que influenciam a escolha de diferentes estratégias”.

    O estudo, que envolveu 197 habitantes do distrito de Aveiro, revelou que os residentes com uma vinculação ativa mais forte à sua localidade tendem a perceber maior risco de subida do nível do mar e reportar mais eco-ansiedade. Estes residentes também eram mais propensos a adotar estratégias ativas para lidar com o risco, como a procura de informação, a tomada de medidas preventivas e o envolvimento em iniciativas comunitárias. Por outro lado, não foi encontrado um efeito significativo relativo à vinculação tradicional, verificando-se apenas que os residentes que tendiam a percecionar menor risco e reportar menos eco-ansiedade também referiam adotar mais estratégias passivas, como a negação, o fatalismo e a resignação.

    Os resultados indicam também que mesmo níveis reduzidos de

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Pedro Simão Mendes

    Comunicação de Ciência (CIS-Iscte)

    Associação Portuguesa de Imprensa”

    Por: Luís Dias

     

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