Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 30-04-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 15-12-2023

    SECÇÃO: Editorial


    foto

    Feliz Natal

    Faz parte da nossa tradição desejar um Feliz Natal a todos os nossos familiares, amigos e até àqueles que não têm relações familiares ou de amizade connosco! Casas, ruas, espaços comerciais, templos religiosos decoram-se de luz e de mensagens lembrando a quadra natalícia que se vive. Mas, o tempo de Natal é também, ou devia ser, de sentimentos de solidariedade para com todos.

    Infelizmente em 2023, em termos internacionais (e até nacionais), estamos em situação bem pior do que estávamos em 2022. Quando o tempo deveria ser de paz e de harmonia, há cada vez mais desentendimento, conflitos e guerra.

    Às guerras que já lavravam nos vários continentes outras se seguiram, sendo a mais badalada de todas, no presente momento, a do Hamas com Israel, iniciada no último 7 de outubro. Para além de motivações de carácter político, há nesta guerra uma clara conotação religiosa, de conflitualidade latente entre muçulmanos e judeus, que se agravou no Médio Oriente, de uma forma mais sistemática desde 1948, quando sob os auspícios da ONU, foi criado o Estado de Israel, com a subtração de espaço à Palestina. O bom senso impõe que, no mínimo, ambos os Estados (Israel e Palestina) sejam completamente soberanos.

    Quantas guerras, quantas mortes têm custado as divergências da fé, ao longo dos últimos séculos? Curiosamente as três grandes religiões monoteístas adoram a mesma entidade divina, ainda que a sua designação seja diferente: Elohim, para os judeus; Deus, para os cristãos; e Alá, para os islâmicos.

    As características que atribuem ao respetivo Deus, nessas três religiões são, também, as mesmas: Ele é um ser omnipotente (tudo pode), omnisciente (tudo sabe) e omnipresente (está em toda a parte). E os fiéis das três religiões acreditam também na vida para além da morte física, têm valores morais semelhantes, enaltecendo o bem e condenando o mal. Não se percebe, então, porque é que a religião foi motivo, e infelizmente, continua a ser, para maltratar, violentar e matar tantos milhões de almas, pelos tempos e pelo mundo fora!

    É necessário que haja respeito pelos direitos humanos. É necessário que o ser humano aceite o direito à diferença com tolerância e reconhecimento pelo outro. A Igreja Católica, no contexto do Concílio Vaticano II (1962-1965), procedeu a algumas alterações muito significativas (e com o contributo importante de dois bispos portugueses, que eram personas non gratas para o regime político português e, por isso, se encontravam exilados: D. António Ferreira Gomes e D. Sebastião de Resende), quer internas, quer externas e tendentes a acompanhar “os sinais dos tempos”. Assim, a nível interno, a Missa passou a ser celebrada em todas as línguas nacionais e não apenas em latim, foi autorizado o apostolado dos leigos, reconhecida a importância da liberdade religiosa e, o que aqui nos interessa particularmente, houve uma preocupação com a unidade de todos os cristãos (ecumenismo) e daí passou-se, concomitantemente, para um diálogo inter-religioso que se defende e aplaude.

    Com o espírito aberto à tolerância e à razão, desejamos, nesta quadra festiva, a todos os ermesindenses, em geral, e a todos os nossos assinantes, leitores, anunciantes e colaboradores, em particular, um Feliz Natal!

    Por: Manuel Augusto Dias

     

    Outras Notícias

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].