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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 31-10-2023

    SECÇÃO: História


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    FACTOS DA NOSSA HISTÓRIA (9)

    Evocando a chegada do regime republicano ao Porto, a Valongo e a Ermesinde

    Em outubro de 1910, há 113 anos, após o triunfo da Revolução Republicana em Lisboa, todos os concelhos e freguesias do país, foram aderindo ao novo regime e mudando os respetivos executivos autárquicos. Vamos recordar a proclamação da República no Porto, em Valongo e em Ermesinde, nos dias 6, 10 e 27 de outubro, respetivamente, e os seus protagonistas. Os dirigentes republicanos de Valongo e de Ermesinde não tinham exercido cargos políticos antes do 5 de Outubro.

    A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NA CÂMARA DO PORTO (6-10-1910; IN “ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA”, DE 31-10-1910)
    A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NA CÂMARA DO PORTO (6-10-1910; IN “ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA”, DE 31-10-1910)
    A cidade do Porto foi a única do país onde a República foi proclamada duas vezes. A primeira foi no dia 31 de Janeiro de 1891, por Alves da Veiga, mas teve duração efémera, cerca de duas horas, o tempo que a Guarda Municipal demorou a dominar a revolta. A República foi proclamada pela 2.ª vez, na varanda da entretanto desparecida Câmara do Porto, cerca das 15 horas e 45 minutos, do dia 6 de outubro de 1910. Coube essa honra a José Nunes da Ponte (médico, natural da Ribeira Grande, Açores), que, poucos dias depois, seria nomeado Presidente da Câmara do Porto (em 1906 já havia sido vice-presidente e, em 1907, Presidente Interino da Câmara Municipal do Porto, continuado no exercício do mesmo cargo no ano seguinte). À proclamação da República no dia 6 de outubro, assistiram as seguintes personalidades da autarquia portuense: Cândido de Pinho (Presidente Interino), Napoleão da Mata, Augusto Pereira da Rocha, Bernardino Vareta, Germano Martins, Antero de Araújo, Henrique Pereira de Oliveira e Xavier Esteves (vereadores) e José Marques (secretário da Câmara).

    JOSÉ NUNES DA PONTE
    JOSÉ NUNES DA PONTE
    No dia da proclamação da República no Porto, José Nunes da Ponte começou assim a sua intervenção: «Cidadãos! Desde ontem que a gloriosa bandeira republicana flutua triunfante no Tejo, nas nossas naus de guerra e na capital da Nação, em todas as fortalezas e praças, delirantemente aclamada, como um símbolo de redenção e de esperança, pelo heróico povo de Lisboa. O povo do Porto, que há mais de duas dezenas de anos derramou o seu sangue generoso pela conquista dessa aspiração grandiosa, não pode deixar de felicitar-se e rejubilar com o conhecimento desse facto notável que vem marcar na história luminosa do nosso País uma época de regeneração e de prosperidade que de há muito constituía a mais nobre ambição de todos os verda¬deiros portugueses. (…)» (in O Comércio do Porto, n.º 237, de 7 de outubro de 1910).

    A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE VALONGO

    Entre nós, a República foi proclamada no concelho de Valongo, no dia 10 de outubro de 1910, pelo antigo executivo monárquico, que tinha como presidente cessante, António Mendes Moreira. O novo administrador do concelho era o republicano ermesindense, Dr. Joaquim da Maia Aguiar.

    A proclamação da República em Valongo fez-se no dia 10 de outubro de 1910, na presença da antiga vereação, composta pelas seguintes personalidades: Padre António Mendes Moreira (Presidente), João Marques Nogueira Pombo, Monsenhor Paulo António Antunes, José Joaquim Ribeiro Teles e Feliciano Ferreira da Rocha (vereadores efetivos), Manuel da Silva Baltazar Brites, Augusto Sobral, Serafim Pereira dos Santos, António Caetano Alves Pereira e António de Castro Moutinho Neves (vereadores substitutos), o Dr. Joaquim da Maia Aguiar (Administrador do Concelho) e muitos outros cidadãos da vila e freguesias rurais do concelho.

    JOAQUIM DA MAIA AGUIAR
    JOAQUIM DA MAIA AGUIAR
    O último Presidente da Câmara, António Mendes Moreira, declarou a adesão do município de Valongo à República, conforme consta da respetiva ata: «(…) disse que, tendo sido implantada pelo exercito e pelo povo da Capital, a Republica Portugueza e abolidas as instituições monarchicas, a este municipio compette também pronunciar-se sobre tão glorioso acontecimento, de que se esperam resultados uteis e proficuos para o progresso e prosperidade da patria. / Que a implantação da Republica e a constituição do Governo provisorio, são factos positivos e ja officialmente reconhecidos pelas cidades de Lisboa, Porto e quase todas as terras importantes do paiz. / Que não pode Vallongo deixar de adherir tambem ao novo regimen, que, estamos convencidos, é para bem de todos os portuguezes e vem marcar uma nova e luminosa era de regeneração e de prosperidade para a patria. / Que em nome, pois, d’este municipio, congratula-se com o notavel acontecimento ha-de ficar registado em lettras d’ouro das paginas da historia patria e declara solemnemente proclamada a Republica Portugueza. / Estas palavras foram acolhidas enttusiasticamente por toda a assembleia de cidadãos e funcionarios publicos que se achavam presentes, levantando-se vivas á pátria, á Republica Portugueza, ao Governo provisorio, ao exercito, etc. / Pelo administrador doutor Joaquim da Maia Aguiar foi (…) feita, uma apologia calorosa e enttusiastica do novo regimen republicano que vinha de ser implantado (…) unanimamente proclamado, fazendo o confronto das instituições republicanas tendentes ao progresso, á prosperidade da gloriosa patria portugueza que ha de resurgir de novo e florescer como outr’ora, com as instituições monarchicas, que ruiram pela immoralidade, corrupção e má administração dos negocios públicos: – Enalteceu as qualidades dos dirigentes da Republica Portugueza e levantou vivas á patria, á Republica Portugueza, ao concelho de Vallongo, etc. que foram calorosamente correspondidos.(…)» Seguem-se 103 assinaturas, dos cidadãos que estiveram presentes (livro de Actas da Câmara Municipal de Valongo, fls. 296v e seguintes).

    TRANSFERÊNCIA DE PODERES NA FREGUESIA DE S. LOURENÇO DE ASMES

    O protagonismo de Ermesinde na Primeira República foi notório, quer na constituição da Comissão Municipal Republicana, em que 3 dos 5 membros eram de S. Lourenço de Asmes, que ocuparam igualmente os cargos mais importantes (Presidente e Vice-Presidente). O que não é de estranhar, já que as personalidades republicanas de maior destaque no concelho, aqui residiam.

    Em S. Lourenço de Asmes, a República foi proclamada no dia 27 de outubro e foi o novo Administrador do Concelho, o insigne republicano ermesindense Dr. Joaquim Maia Aguiar, acompanhado do Monsenhor Paulo António Antunes (também vereador da Câmara de Valongo até ao dia 11 de outubro) a dar posse da Junta de Paróquia à nova Administração Republicana que era constituída pelos seguintes cidadãos:

    (...)

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

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