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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 30-06-2023

    SECÇÃO: Opinião


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    VAMOS FALAR DE ASSOCIATIVISMO (63)

    As Mulheres como Dirigentes das Coletividades

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    Para uma abordagem acerca da mulher nas coletividades, socorri-me de um excelente documento transcrito do livro do Congresso Nacional das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, realizado em Almada, em 1993, o tal designado Congresso da Mudança, uma vez que foi o pontapé de saída para a transformação da então Federação em Confederação Portuguesa das Coletividades – CPCCRD, decorrendo brevemente o nosso Centenário, 1924/2024.

    Com o título acima assinalado para este artigo, Alexandre Castanheira, Professor do Instituto Piaget, no desenvolvimento do seu estudo apresentado ao Congresso, recorrendo à nossa história associativa, assinala:

    “Pode dizer-se que no começo do movimento de criação de coletividades de cultura e recreio, há cerca de século e meio, eram os homens que idealizavam esse tipo de associação para a sua vila ou para o seu bairro da cidade. Uma vez criada a coletividade, eram esses e outros homens amigos daqueles que constituíam a massa associativa. Quando oficializavam a coletividade com os seus Estatutos, as mulheres apareciam na mais das vezes excluídas da possibilidade de serem sócias. E em algumas coletividades que as admitiram mais recentemente – há cerca de 50 anos, talvez, - houve Estatutos que, admitindo-as como participantes nas assembleias gerais, não lhes permitiam o direito a voto.

    Isto não quer dizer que as mulheres não participassem na vida das coletividades. Faziam-no. Mas, de acordo com o papel que então lhes era atribuído na sociedade como <domésticas>, <donas de casa>. Por isso eram chamadas a alindar salões de baile, bordar bandeiras para oferecer à coletividade em dia de aniversário, prendar associação dos maridos com uma almofada arrendada para ser rifada a favor da nova sede ou para ajudar um sócio caído em grave doença.”

    À distância de 50 anos como é assinalado pelo autor desta comunicação, consideremos o facto, da análise apresentada, nos remeter para a década de 40 do século passado. Passávamos então por um período pós 2ª grande guerra, descrito como período negro da história europeia e mundial, o que com toda a certeza, evidenciava atrasos enormes na defesa de direitos sociais em geral, limitavam também, e ainda mais significativamente o papel da mulher na sociedade.

    Embora em muitos casos, apesar de muitos avanços, ainda hoje muitos dirigentes associativos, mantenham vícios de então…

    Descreve ainda AC, “Era nos bailes que se encontrava, reunidas em maior número, uma grande presença feminina: lá estavam as meninas casadoiras e, ao lado, ou na fila de trás, as mães, fiscalizadoras da honra das suas filhas. Para além disso, só se encontravam mulheres nos grupos de teatro e em poucas mais atividades.”

    Na década de 60, princípios de 1970, lembrar-nos-emos com certeza dos bailes em coletividades que em toda a região dos concelhos do grande Porto, realizavam tais iniciativas para angariação de fundos. Lembremo-nos que no caso das raparigas trabalhadoras, eram obrigadas a entregar o vencimento semanal, como forma dos pais, acudirem à vida, ou tratarem do seu enxoval. Os rapazes conseguiam outros esquemas. Eram homens… Daí, as entradas de acesso aos bailes, serem gratuitos para as raparigas. Como isco.

    A outra forma de se ver mulheres na coletividade, era mesmo o teatro. Seria sempre o acesso à coletividade, à cultura, a uma certa independência mental. Mas o seu espaço continuava limitado. Os acessos a outras áreas da coletividade, o bar, por exemplo, já era um risco enorme. Muitas das vezes, o pai ou o irmão ou em último caso, a mãe acompanhava a atriz amadora, e não lhe permitia grandes “folias” que pudessem colocar em questão a “honra da família”.

    Acontecimentos promissores

    O grande acontecimento que então vem marcar toda a nossa vida coletiva e associativa, dá-se com o 25 de Abril de 74, sem qualquer sombra de dúvida.

    Recorro novamente a AC, que evidencia, “Abril trouxe uma grande modificação na vida social das mulheres do nosso País. Intensificou-se o emprego feminino, atribuíram-se institucionalmente direitos às mulheres, impensáveis anteriormente. Aumentou enormemente o número de raparigas que prosseguem os estudos para além do ensino básico.”

    Passados 50 anos, tudo isto é visível e obriga a que pensemos como envolver a comemoração associativa para o próximo ano.

    Todas as transformações determinaram a importância da revolução de independência, liberdade, direitos, responsabilidades, mesmo que com muitas resistências. Umas sociais, por alterações para as quais não estávamos preparados, outras, por força da resistência do homem que se via perder privilégios pensados e julgados para todo o sempre…

    O movimento associativo também viu

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Adelino Soares*

    * CPCCRD

     

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