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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 30-06-2023

    SECÇÃO: Ciência


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    A importância da água

    Este mês trazemos aqui no nosso espaço de ciência um artigo sobre o nosso bem mais precioso, a água.

    A água é um recurso vital para todas as formas de vida do nosso planeta. Ela desempenha um papel fundamental nos ecossistemas, afetando tanto a fauna quanto a flora de uma forma significativa. No nosso país, que enfrenta já há algum tempo vários desafios relacionados com a escassez e a falta de água, compreender a importância deste recurso torna-se ainda mais crucial para a conservação da biodiversidade e a preservação dos ecossistemas.

    Os ecossistemas aquáticos, tais como rios, lagos, lagoas e estuários, são o habitat de uma grande variedade de organismos, incluindo peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos aquáticos. A água é essencial para a reprodução, alimentação e abrigo de muitas destas espécies. Além disso, estes ambientes aquáticos desempenham um papel chave na regulação dos ciclos de nutrientes e no equilíbrio ecológico. Sem água em quantidade e qualidade adequadas, os ecossistemas podem sofrer graves consequências, incluindo a perda abrupta da biodiversidade e a alteração dos processos ecológicos naturais.

    No contexto português, a escassez de água tornou-se um desafio crescente nos últimos anos. O país tem sido afetado por períodos prolongados de seca, com impactos negativos tanto para a fauna quanto para a flora. Durante esses períodos de seca, os recursos hídricos são reduzidos, levando à diminuição dos níveis de água em rios e lagos. Isso pode resultar na perda de habitats aquáticos e na diminuição da disponibilidade de água para as espécies dependentes desses ambientes.

    Já a fauna portuguesa também é particularmente afetada pela falta de água. Muitas espécies aquáticas, como o saramugo (Anaecypris hispanica) e a boga-portuguesa (Pseudochondrostoma polylepis), estão ameaçadas devido à redução dos caudais dos rios. Essas espécies dependem de águas correntes para se reproduzir e encontrar alimento. Com a diminuição dos caudais, o seu ciclo de vida é interrompido, colocando em risco a sua sobrevivência a longo prazo. Além disso, aves migratórias que dependem de áreas aquáticas com algum volume de água, como flamingos e garças, podem ter o seu habitat comprometido durante os períodos de seca. Mas não são só os animais, a flora também sofre com a escassez de água em Portugal. As plantas nativas adaptaram-se ao clima mediterrânico, desenvolvendo características que lhes permitem sobreviver em condições de seca sazonal. No entanto, em períodos de seca mais intensa e prolongada, mesmo as plantas mais resistentes podem sofrer stress hídrico. A redução da disponibilidade de água afeta o seu crescimento, floração e reprodução, comprometendo assim a estrutura e a dinâmica dos ecossistemas terrestres.

    Diante desses desafios, torna-se fundamental adotar medidas para preservar e garantir o acesso à água em Portugal. A gestão sustentável dos recursos hídricos é essencial para minimizar os impactos negativos da seca. É necessário implementar políticas que promovam o uso eficiente da água, incentivar a conservação de ecossistemas aquáticos e terrestres e investir em infraestruturas que permitam o armazenamento e a distribuição adequada desse recurso tão essencial.

    DESERTO ROCHOSO NO GERÊS, CERCA DO PICO DA NEVOSA (17-06-2013)
    DESERTO ROCHOSO NO GERÊS, CERCA DO PICO DA NEVOSA (17-06-2013)
    “AS ÁRVORES E A ÁGUA

    As árvores são seres vivos vasculares, tal como nós. Simplesmente, aos nossos vasos chamamos veias e artérias, por onde circula uma solução aquosa (cerca 90% água) que é o sangue (arterial e o venoso) e aos vasos das árvores chamamos floema e xilema (termos de origem grega) ou líber e lenho (termos de origem latina), por onde circula, também, uma solução aquosa, a seiva (elaborada e a bruta). Há, pois, plena correspondência, apenas com nomes diferentes.

    Para a água circular e irrigar todas as células do corpo, os seres vivos vasculares transpiram, constantemente, vapor de água. Por exemplo, quando há muita gente numa sala fechada, a evapotranspiração é tal, que o vapor de água chega a condensar-se nas paredes frias da sala onde se pode ver gotejar a água resultante da evapotranspiração de tanta gente junta.

    Uma árvore transpira muito mais vapor de água do que um ser humano, pois são seres de maior volume. Há árvores até cerca de 100 m de altura e árvores com cerca de 1500 m3 de volume.

    Numa floresta há, pois, enorme evapotranspiração. Por exemplo, a floresta amazónica é uma floresta trópico-equatorial, sob intensa incidência de radiação solar e, por isso, com árvores altíssimas e de enorme volume. Assim é uma floresta extremamente húmida, uma pluvisilva (do latim pluvia = chuva e silva = floresta), onde chove praticamente todo o ano pois as correntes de ar (ventos) vindas do Oceano Atlântico carregadas de vapor de água (as nuvens são autênticos rios aéreos) ao elevarem-se sobre as altas árvores, precipitam chuva intensa. Essa água encharca o solo e as árvores aproveitam-na. Como essas árvores são enormes, evaporam grande volume de vapor de água. São autênticas bombas bióticas de evapotranspiração. Como são imensas e enormes árvores a evapotranspirar, formam-se autênticos rios aéreos que transportam vapor de água para o interior do continente e na parede montanhosa dos Andes, são desviados para o Sul, precipitando chuva na América do Sul. O desenfreado derrube que esta floresta tem sofrido, diminuindo drasticamente estas enormes bombas bióticas de evapotranspiração, tem provocado secas nalgumas regiões da América do Sul, onde já secaram lagos de grande dimensão, como, por exemplo, o lago Poopó da Bolívia, seco desde 2016.

    Em Portugal Continental, com os derrubes florestais, particularmente desde os Descobrimentos e com os devastadores incêndios das últimas décadas, a maioria das nossas montanhas está não só desarborizada, como, também, sem solo para reter as águas das chuvas resultantes das nuvens carregadas de vapor de água do Oceano Atlântico.

    Assim, como não há solo nas

    (...)

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    Jorge Paiva (Biólogo)

    Associação Portuguesa de Imprensa”

    Por: Luís Dias

     

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