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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2022

    SECÇÃO: Património


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    ACONTECEU N’A VOZ DE ERMESINDE (5)

    As Festividades em Honra de Santa Rita em 1958

    M aio é um mês de fortes devoções na cidade de Ermesinde onde, no presente ano de 2022, voltamos a testemunhar as procissões das velas em honra de Nossa Senhora de Fátima, que no dia 12 de maio tanta luz trouxeram à nossa cidade. Este ano, marcado pelo regresso às tradições, depois de um amenizar das regras de controlo sanitário da Covid-19, voltamos a assistir à reunião das oito imagens de Nossa Senhora na Igreja Matriz de Ermesinde, acompanhadas de milhares de fiéis, que aqui se uniram em oração.

    O mês de maio tem ainda um outro simbolismo para todos os ermesindenses, é neste mês que normalmente é dado a conhecer o programa das Festividades em honra de Santa Rita, que tantos peregrinos e forasteiros atrai à cidade. Surge assim a temática do nosso artigo deste mês, onde recuamos o máximo possível nas edições d’A Voz de Ermesinde (AVE), até ao ano da sua fundação, em 1958, para compreendermos e documentarmos como foi publicitada a famosa Romaria.

    É ainda sob a denominação de “Sopa dos Pobres de Ermesinde”, anterior denominação da AVE, que encontramos as primeiras recordações escritas no nosso jornal sobre as Festividades em honra de Santa Rita. No mês de abril de 1958, apenas na quarta edição do jornal, já se começava a desenhar o plano da Romaria, que neste ano decorreria nos dias 8 e 9 de junho.

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    A notícia da quarta edição, consta de parcas linhas, onde nos são mencionados os dias de festa, o cuidado que estava a ser prestado pela Comissão organizadora e a grandiosidade que costumam alcançar as festividades. Salientamos desta primeira menção à Romaria da Santa Rita, na AVE, o primeiro parágrafo da notícia que nos diz que: «Ermesinde, como muitas outras terras, também tem as suas romarias, no entanto é justo destacar a de Santa Rita, não só por ser a maior que nesta Vila se realiza, mas também porque é uma das maiores dos arredores do Porto e talvez do Norte». O artigo é ainda rematado com a promessa da publicação do cartaz das festas na próxima edição do jornal.

    É a este segundo artigo sobre a Romaria da Santa Rita, publicado na Sopa dos Pobres de maio de 1958, n.º 5, que iremos dedicar maior atenção. O jornal A Voz de Ermesinde começou por ser uma publicação mensal de escassas páginas, cerca de quatro a seis páginas em meses normais, e uma publicação um pouco mais alongada, com cerca de oito a doze páginas, nos meses de dezembro, onde se dedicava um largo espaço de edição à publicidade e casas comerciais de Ermesinde que enviavam votos de um Feliz Natal e Próspero Ano Novo aos seus clientes. Compreendemos assim que as primeiras edições d’AVE condensavam apenas as notícias mais significativas do burgo ermesindense, muitas vezes, reduzidas às suas linhas mais essenciais e apenas para conhecimento da população em geral.

    Um dos primeiros artigos de maiores dimensões, senão mesmo o primeiro, publicado na Sopa dos Pobres, foi o das festividades da Santa Rita, intitulado de “A Santa Rita espera-nos…”, assinado sobre as iniciais “A.C.”. Este artigo alcança a extensão de duas páginas, ou seja, metade do jornal, dedicado apenas à Romaria que iria decorrer no mês seguinte. Este artigo é curioso pela sua forte componente historicista, onde mais do que nos dar a conhecer o programa de festas, procura elucidar todos os ermesindenses para a história da cidade e do Convento da Mão Poderosa.

    O autor começa por nos dar a conhecer Ermesinde e o seu anterior topónimo, São Lourenço d’Asmes, onde menciona que o «ritmo acelerado do seu crescimento demográfico e o índice do seu progresso material» faziam com que tivesse ocorrido a elevação de aldeia a vila em 1938. Depois de uma introdução à terra das festividades, compreendemos que seremos conduzidos à história do atual Santuário de Santa Rita, onde o autor nos transmite que: «E como toda a terra tem o seu “ex-libris” centro nevrálgico de sua importância e glória, também a respeito desta terra se pode dizer que a sua glória e o seu nome estão intimamente ligados ao Convento de Nossa Senhora do Bom Despacho e de Santa Rita, erguido no lugar de – Mão Poderosa – e modernamente conhecido pelo lugar da – Formiga».

    É-nos dada a conhecer, de seguida, toda a história da criação do convento, fundado em 1745, por influência de Frei António da Anunciação, confessor da rainha D. Mariana Vitória, esposa de D. José, vigário Geral da Real Congregação dos Agostinhos Descalços. O patrocínio da rainha figura ainda hoje no brasão colocado no arco triunfal do templo. É-nos dito que a construção foi iniciada em 1800 e que durou mais de trinta anos. O Colégio, que deu lugar a várias instituições de ensino ao longo da sua história, seria fundado em 1878, pelo Padre José Rodriguez Cosgaya e Noryega, um espanhol exilado em Portugal. O símbolo do primeiro colégio era o de uma formiga, colocada na lapela dos uniformes dos alunos, passando este elemento a denominar o local onde se encontra a igreja, como Formiga.

    Prossegue o autor a sua marcha temporal em termos históricos, dando-nos a conhecer o papel que o convento desempenhou como hospital de sangue das tropas miguelistas, durante o aclamado Cerco do Porto. Descreve-nos, de seguida, que foi graças a José Joaquim Ribeiro Teles, benemérito da Diocese do Porto, que foi colocada a sepultura aos soldados anónimos, que ainda hoje encontramos na parede da escadaria do templo. Realiza aqui um pedido, para que os romeiros que participassem das festividades de Santa Rita, no ano de 1958, não se esquecessem dos homens que lá se encontram e prestassem a devida homenagem.

    A nota que consideramos mais curiosa é a que se segue, onde o autor nos diz que: «aqui esteve o célebre pintor Domingos António Cerqueira, amigo íntimo do futuro Bispo o Porto, D. António de S. José e Castro (…).

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Bibliografia:

    - Sopa dos Pobres de Ermesinde, abril de 1958, nº 4

    - Sopa dos Pobres de Ermesinde, maio de 1958, nº 5

    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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